Tudo aconteceu ap�s um grande protesto pac�fico contra a extens�o a todos os locais de trabalho do chamado "Passaporte Verde", que consiste em um certificado de vacina��o contra a covid-19, um teste negativo para a doen�a ou a recente recupera��o da mesma.
"O ataque foi perpetrado por forma��es abertamente neofascistas, vindas da gal�xia do neofascismo do s�culo XX (...) H� um fio obscuro que os une", explicou � AFP o cientista pol�tico e historiador Marco Revelli, autor de livros sobre a direita e a esquerda na It�lia.
A sede do sindicato da Confedera��o Italiana do Trabalho (CGIL) sofreu graves danos materiais. Al�m disso, houve um ataque ao centro de emerg�ncia de um hospital p�blico e a pol�cia teve que usar g�s lacrimog�neo para dispersar radicais posicionados em frente ao gabinete do primeiro-ministro, Mario Draghi. Alguns l�deres do movimento de extrema direita Forza Nuova, instigadores desses atos, est�o detidos.
Para muitos, as imagens lembraram a g�nese do fascismo na It�lia, que aproveitou o rarefeito clima social, econ�mico e pol�tico para chegar ao poder no in�cio do s�culo XX. "A linhagem � muito clara, pertencem a esse n�cleo fascista", frisou Revelli, que acredita que "a pandemia abriu novos caminhos para eles".
"� hora de dizer com clareza. As forma��es que se identificam com o fascismo precisam ser dissolvidas", afirmou Maurizio Landini, l�der da CGIL.
O ataque ao sindicato, que defendia a obrigatoriedade do passaporte sanit�rio nas f�bricas a partir de 15 de outubro, desencadeou uma onda de indigna��o e solidariedade em toda a pen�nsula. Uma manifesta��o nacional foi convocada para o pr�ximo s�bado com o slogan "Mai pi� fascismo" ("Facismo nunca mais").
O Partido Democr�tico (PD), de centro-esquerda, e o Movimento Cinco Estrelas (M5E), anti-establishment, apresentaram nesta segunda-feira uma mo��o no Parlamento pedindo a dissolu��o do Forza Nuova.
O l�der do PD, Enrico Letta, comparou o que aconteceu ao ataque ao Capit�lio dos Estados Unidos. "Grupos neofascistas tentaram usar essa situa��o dif�cil (a pandemia) para atos de insurrei��o, nada mais nada menos do que o ocorrido nos Estados Unidos em 6 de janeiro", disse.
Os partidos de extrema direita, que lideram as pesquisas de opini�o, entre eles os Irm�os de It�lia, de Giorgia Meloni, e a Liga, de Matteo Salvini, recusaram-se a assinar a mo��o parlamentar.
ROMA