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Estado de Minas SAN JOS�

C�es e humanos podem ter habitado a Am�rica Central h� 12.000 anos


14/10/2021 14:02

Um f�ssil de mand�bula poderia ser a chave para determinar que h� 12.000 anos os cachorros habitaram a Am�rica Central, junto com animais gigantes, segundo um estudo de pesquisadores latino-americanos. E se havia cachorro, havia humano.

Em 1978, foi encontrado em Nacaom�, na prov�ncia de Guanacaste, no noroeste da Costa Rica, um dep�sito com restos �sseos do final do Pleistoceno (entre 12.000 e 10.000 anos a.C.). As escava��es feitas no in�cio da d�cada de 90 encontraram restos de um cavalo gigante do g�nero Equus sp, de um gliptodonte (um tatu grande), de um mastodonte e uma por��o de mand�bula que foi rotulada como de um coiote.

No entanto, "nos parecia muito estranho que houvesse um coiote no Pleistoceno, ou seja, h� 12.000 anos. Quando come�amos a ver os restos �sseos, vimos caracter�sticas que poderiam ser de um cachorro", explica � AFP o pesquisador costa-riquenho Guillermo Vargas.

- Em busca do "Xulo" -

"Ent�o procuramos mais, escaneamos e o scanner melhora o que � um n�nio (unidade de medida de precis�o) e nos fornece dados de que � um c�o convivendo com pessoas h� 12.000 anos na Costa Rica", comenta Vargas.

"Pesquisamos muito a hist�ria dos can�deos, porque s�o tra�o de presen�a humana (...). Ach�vamos estranho que essa pe�a se classificasse como um coiote, porque o coiote s� chegou na Costa Rica no s�culo XX", acrescenta.

No caso do cachorro, quando � dom�stico, "a mand�bula muda, os dentes t�m menos c�spides, s�o menos pontiagudos" e n�o servem "para destruir ossos e carne", detalha Vargas.

"O cachorro come os restos de comida humana. Sua denti��o n�o � t�o determinante para sobreviver; a ca�a de grandes presas � feita em cumplicidade com seus companheiros humanos. Esta pe�a reflete a diferen�a", explicou.

Vargas, a especialista em novas tecnologias Natalia Rodr�guez, tamb�m costa-riquenha, e a gestora cultural nicaraguense Myrna B�ez fazem parte de um grupo multidisciplinar e transfronteiri�o que, com o apoio da Universidade Nacional Aut�noma do M�xico, investiga h� seis anos a rela��o das culturas pr�-hisp�nicas com esses animais.

Seu trabalho de pesquisa faz parte do Projeto "Xulo", cujo nome refere-se � 'c�o' no idioma original da zona arqueol�gica de Gran Nicoya.

- E as pessoas? -

O bi�logo e zooarque�logo Ra�l Valadez Az�a, do Instituto de Pesquisas Antropol�gicas da UNAM e que assessora o projeto Xulo, observa imagens do f�ssil e insiste que poderia pertencer ao 'melhor amigo do homem'.

De acordo com as teorias de povoamento da Am�rica, o ser humano emigrou da �sia pelo Estreito de Bering, uma por��o de mar entre a Sib�ria e o Alasca, quando o n�vel do mar desceu e o fundo ficou exposto, como uma plataforma terrestre, durante a �ltima grande glacia��o.

"Os primeiros c�es domesticados entraram no continente h� aproximadamente 15.000 anos, fruto da migra��o dos asi�ticos pelo Estreito de Bering. E nunca houve c�es sem pessoas. Elas se moveram de norte a sul como parte de grupos de ca�adores e coletores", explicou Valadez � AFP por telefone.

Embora haja evid�ncia de migra��o humana no M�xico, Chile ou na Patag�nia, nenhuma foi encontrada na Am�rica Central. A presen�a de cachorros confirmaria que tamb�m havia gente com eles.

"O bin�mio c�o-humano � insepar�vel. N�o h� c�es sem humanos (...). �s vezes, as pessoas n�o se aprofundam no que pode significar uma descoberta dessas, mas isso pode reconstruir a hist�ria do ser humano", disse Valadez.

"� quase certo que os muito poucos cachorros que conseguiram passar pela Am�rica Central e chegar � Am�rica do Sul, onde conseguiram se estabelecer de fato, devem ter cruzado �reas estreitas e perigosas", acrescenta.

Entre eles estariam os c�es sem pelo, que datam de 1.600 anos, representados em pe�as arqueol�gicas do M�xico e Peru.


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