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Estado de Minas SANTIAGO

Candidatos chilenos de oposi��o prometem mudar sistema privado de pens�es


15/10/2021 21:15 - atualizado 15/10/2021 21:19

Tr�s candidatos � presid�ncia do Chile da oposi��o se comprometeram, nesta sexta-feira (15), a reformar o questionado sistema previdenci�rio administrado por empresas privadas e repudiado, de acordo com pesquisas, pela maioria da popula��o por pagar aposentadorias muito baixas.

O sistema previdenci�rio monopolizou grande parte do debate organizado pela Associa��o de Radiodifusores do Chile (Archi), com a participa��o de seis dos sete candidatos, que cruzaram acusa��es e fizeram propostas sobre v�rios assuntos delicados, inclusive a migra��o.

"Eu me comprometo a acabar com as AFPs" (Administradoras de Fundos de Pens�o), empresas privadas que, h� quatro d�cadas, administram as aposentadorias individuais dos trabalhadores chilenos, declarou o candidato de esquerda Gabriel Boric, que aparece como favorito nas pesquisas para as elei��es de 21 de novembro.

A candidata de centro-esquerda Yasna Provoste, �nica mulher na disputa, tamb�m prometeu reformar o sistema previdenci�rio, se chegar ao poder, devido ao "fracasso das AFPs". A mesma promessa foi feita pelo progressista Marco Enr�quez-Ominami.

A proposta de mudan�a do sistema previdenci�rio foi rejeitada pelo candidato da direita, Sebasti�n Sichel.

"N�o quero que meu dinheiro seja administrado por um �rg�o fiscal", disse ele, em sintonia com sua linha cr�tica de tudo o que esteja relacionado com uma maior presen�a do Estado em temas sociais, como Educa��o e Previd�ncia, em um modelo de economia ultraliberal.

O candidato de extrema direita Jos� Antonio Kast prop�s algumas reformas no sistema e sugeriu melhorar as condi��es de aposentadoria dos militares, afirmando que eles "trabalham mais" do que os civis.

Essa proposta � pol�mica, uma vez que as For�as Armadas t�m um sistema especial de previd�ncia administrado pelo Estado, o qual concede pens�es muito superiores �s do restante da popula��o.

A quase cinco semanas das elei��es, nas quais o Congresso chileno tamb�m ser� renovado, Kast ocupa o segundo lugar nas pesquisas de inten��o de voto, depois de ultrapassar Sichel, cuja campanha foi afetada por revela��es de recebimento de contribui��es pol�micas de empres�rios.

Sichel tamb�m � afetado por problemas internos na alian�a oficial, na fase final do mandato do presidente Sebasti�n Pi�era, marcado pelos dist�rbios de outubro de 2019 contra as desigualdades sociais. A desaprova��o do presidente em fim de mandato chega a 68%, segundo o �ltimo levantamento do CEP.

- "Trincheira" na fronteira -

Boric e Kast trocaram cr�ticas em temas sens�veis como o conflito mapuche, o maior povo origin�rio do Chile, cujos l�deres exigem a devolu��o de suas terras ancestrais e o respeito a seus direitos de autodetermina��o.

Pi�era decretou em 12 de outubro o estado de exce��o e a militariza��o de quatro prov�ncias onde vive grande parte do povo mapuche e onde a falta de di�logo e de solu��o para suas reivindica��es provocou uma escalada de viol�ncia na �ltima d�cada, o que levou Kast a afirmar que existe "terrorismo" no Chile.

Os dois candidatos fizeram propostas opostas sobre migra��o, em um pa�s onde meio milh�o de venezuelanos se estabeleceram e onde foram registradas manifesta��es xen�fobas nos �ltimos meses.

Kast prop�s construir uma "trincheira" de v�rios quil�metros na fronteira com a Bol�via, por onde entram centenas de migrantes ilegalmente todos os dias, a maioria deles venezuelanos. Em vez disso, Boric sugeriu acolher e regularizar os migrantes, embora n�o tenha descartado continuar com a pol�tica de expuls�es de alguns dos viajantes.

Al�m disso, Kast atacou Boric por ser aliado dos comunistas, mas foi criticado pelo advers�rio pelo apoio � ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), marcada por viola��es aos direitos humanos.

Boric insistiu no debate que pretende revisar os acordos de livre com�rcio assinados pelo Chile (s�o mais de 20), enquanto Kast prometeu cancelar um acordo de complementa��o econ�mica com Cuba.

J� Provoste disse a correspondentes estrangeiros ap�s o debate que, se assumir o poder, respeitar� todos os acordos de livre com�rcio firmados pelo pa�s e que manter� "uma economia aberta, integrada" ao mundo.

- Clamor por reforma -

A indigna��o com as baixas aposentadorias foi, inclusive, uma das causas da violenta explos�o social de 2019, uma mobiliza��o que foi canalizada para um processo constituinte.

No Chile, existe um clamor pela mudan�a do sistema previdenci�rio, mas, por enquanto, n�o h� uma proposta concreta de um modelo que substitua o atual.

As administradoras s�o alvo de cr�ticas por entregar valores de aposentadoria inferiores ao sal�rio m�nimo, cobrar altas comiss�es e servir de base para o financiamento dos principais grupos econ�micos do pa�s.

Desde setembro de 2020 e em meio � pandemia da covid-19, o Congresso aprovou tr�s retiradas de 10% cada dos recursos acumulados em contas individuais nas AFPs.

Nos tr�s primeiros saques, os trabalhadores chilenos retiraram um total de US$ 50 bilh�es, segundo a Superintend�ncia de Pens�es.

Com essas retiradas, hoje s�o cinco milh�es de pessoas entre 11 milh�es de associados, sem fundos de aposentadoria nestas administradores institu�das h� 40 anos, sob a ditadura de Augusto Pinochet.


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