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Estado de Minas TR�POLI

Dez anos ap�s a morte de Kadhafi, L�bia ainda busca estabilidade


19/10/2021 07:33

Dez anos ap�s a morte de Muammar Kadhafi, durante uma revolta que afundou a L�bia em um cen�rio de caos, o pa�s sofre para completar sua transi��o � democracia, em um cen�rio de diverg�ncias entre alas rivais que amea�a as elei��es presidenciais de dezembro.

Em 20 de outubro de 2011, o "Guia" Kadhafi foi perseguido at� seu reduto em Sirte (norte), linchado por combatentes e executado no mesmo dia. O corpo foi exposto em um mercado.

Ap�s 42 anos de reinado autorit�rio, o "l�der da revolu��o" que derrubou uma monarquia tamb�m foi arrastado pelo vendaval da Primavera �rabe. Uma pol�mica interven��o internacional, iniciada no mesmo ano com o comando da Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan), contribuiu para sua queda.

Mas, longe de responder �s aspira��es dos manifestantes, a opera��o afundou o pa�s do norte da �frica em uma espiral de viol�ncia e divis�es internas, alimentadas pelas interfer�ncias estrangeiras.

Ap�s anos de confrontos entre inimigos, o pa�s finalmente conseguiu estabelecer, em mar�o passado sob a media��o da ONU, um governo de transi��o respons�vel por administrar o pa�s at� a elei��o presidencial prevista para 24 de dezembro.

"A situa��o melhorou muito. O cessar-fogo estabelecido em outubro de 2020 ainda est� em vigor e o Governo de Unidade Nacional se afirma como �nico governo l�bio", explica � AFP o pesquisador Hamish Kinnear, do Instituto Verisk Maplecroft.

"Mas a estabilidade � cada vez mais prec�ria. Os pr�ximos seis meses nos dir�o se o per�odo de calma que se seguiu ao cessar-fogo foi apenas uma oportunidade para que as fac��es armadas curassem as feridas, ou se representou progressos reais para uma solu��o pol�tica", acrescenta.

- "Falta experi�ncia" -

Para o professor universit�rio Mahmud Khalfallah, a elei��o "n�o bastar�, por si s�, para apresentar uma solu��o definitiva".

"Ao pa�s falta experi�ncia e o caminho para a mudan�a � longo", disse o analista, que enumerou as condi��es para pacificar o pa�s: "Fim das interfer�ncias, maturidade dos eleitores no momento de escolher seus representantes longe de qualquer tribalismo, ou regionalismo, aceita��o dos resultados por todas as partes".

As divis�es continuam provocando estragos. E uma prova foi a recente pol�mica a respeito da promulga��o de uma lei sobre a elei��o presidencial, feita sob medida para permitir que o homem forte do leste do pa�s, o marechal Khalifa Haftar, seja candidato.

Ratificado pelo Parlamento com sede em Tobruk (leste), o texto foi rejeitado pelo Alto Conselho de Estado, equivalente ao Senado, que fica em Tr�poli (oeste). O Parlamento tamb�m adiou por um m�s as legislativas que deveriam acontecer no mesmo dia.

Haftar provoca uma grande animosidade no oeste do pa�s desde que tentou, sem sucesso, conquistar militarmente a capital do pa�s entre abril de 2019 e junho de 2020. Seu retrato, marcado com uma cruz vermelha, cobre as fachadas de v�rios edif�cios oficiais.

"Caso as elei��es aconte�am de acordo com a base descrita pela C�mara de Representantes sem um apoio mais amplo das for�as pol�ticas do oeste, isto poderia provocar uma nova divis�o da L�bia em dois governo rivais", adverte Kinnear.

"O risco aumentaria se Khalifa Haftar conquistasse a presid�ncia, porque � uma figura t�xica para as fac��es armadas que defenderam Tr�poli durante sua ofensiva frustrada", acrescenta.

Para a comunidade internacional, a prioridade � a organiza��o das elei��es, apesar dos obst�culos no processo pol�tico.

"Somos conscientes de que aconteceram irregularidades, inclusive casos de corrup��o, mas continuamos acreditando que a solu��o est� nas elei��es", afirmou um diplomata europeu em Tr�poli.

Os l�bios aspiram a uma "vida melhor e estabilidade com as elei��es", afirmou o analista l�bio Ahmed al-Rashrash.

O reinado de Kadhafi foi marcado por uma implac�vel repress�o de qualquer forma de oposi��o, mas os l�bios tiveram uma certa prosperidade durante seu governo, gra�as aos recursos do petr�leo.

Na primeira d�cada do s�culo XXI, o PIB por habitante era o mais elevado do continente. Ap�s a guerra, o pa�s passou a sofrer cortes cr�nicos de energia el�trica, tem as infraestruturas danificadas e enfrenta a infla��o.

Em Tr�poli, uma d�cada de caos "afetou a vida dos l�bios, psicol�gica e economicamente", explica Issam el-Mejri, empres�rio que espera que o futuro governo "desarme" as mil�cias e "lute contra a infla��o".

Faraj Najib, comerciante de Benghazi (leste), ber�o da revolta de 2011, tenta manter o otimismo: "As elei��es s�o um raio de esperan�a para os l�bios que empobreceram muito nos �ltimos anos".


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