"Ele lutou sem tr�gua contra a corrup��o do regime de Vladimir Putin. Isto custou a sua liberdade e quase sua vida", escreveu no Twitter o presidente do Parlamento Europeu, o italiano David Sassoli.
"Em nome do Parlamento Europeu, pe�o a sua liberta��o imediata e incondicional", exigiu de maneira oficial a eurodeputada ambiental finlandesa Heidi Hautala, vice-presidente da institui��o, no hemiciclo de Estrasburgo.
"As autoridades russas devem parar com todo tipo de ass�dio, intimida��o e ataques contra a oposi��o, a sociedade civil e a m�dia", acrescentou.
As autoridades russas n�o reagiram ao an�ncio.
A organiza��o de Navalny, proibida na R�ssia h� alguns meses, afirmou que o pr�mio Sakharov ao opositor detido recompensa todos os russos que lutam pela "verdade".
"Este pr�mio � um pr�mio em primeiro lugar para as pessoas que n�o s�o indiferentes e que inclusive nos per�odos mais obscuros n�o temem falar a verdade", escreveu no Twitter o Fundo de Luta Contra a Corrup��o, fundado por Navalny.
- "Voz forte na R�ssia" -
A escolha de Navalny foi elogiada pelo secret�rio-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em um momento de tens�o entre a R�ssia e o Ocidente.
Este pr�mio "� o reconhecimento do papel importante que desempenha h� muitos anos para defender os valores da democracia e ser uma voz forte na R�ssia", disse o secret�rio da Alian�a Atl�ntica � imprensa em Bruxelas.
A candidatura de Navalny recebeu o apoio do PPE (direita), majorit�rio na institui��o, e do grupo centrista Renew, terceira for�a pol�tica.
Por sua vez, os grupos de esquerda e ambientalistas propuseram recompensar as mulheres afeg�s que lutam pela igualdade e pela sua liberdade perante o regime talib�, e �s quais o Parlamento Europeu tamb�m "prestou homenagem".
A ex-presidente da Bol�via Jeanine ��ez tamb�m foi uma das finalistas.
- Etapa anterior ao Nobel -
O principal opositor de Vladimir Putin, Alexei Navalny, est� preso por fraude em um caso amplamente considerado como repress�o pol�tica.
Navalny quase morreu envenenado em agosto de 2020, fato que o Ocidente atribuiu aos servi�os russos. O Kremlin negou qualquer envolvimento. O opositor recebeu tratamento m�dico na Alemanha, o que prejudicou as rela��es entre Berlim e Moscou, e foi preso assim que voltou para a R�ssia.
O pr�mio, em homenagem ao grande dissidente da ex-Uni�o Sovi�tica Andrei Sakharov, foi concedido em 2019 para o intelectual uigur Ilham Tohti, condenado � pris�o perp�tua na China por "separatismo". Em 2020, foi atribu�do � "oposi��o democr�tica" ao presidente bielorrusso Alexander Lukashenko e recebido por sua l�der, Svetlana Tikhanovskaya.
Lan�ado em 1998, o Pr�mio Sakharov recompensa anualmente indiv�duos ou organiza��es que defendem os direitos humanos e as liberdades fundamentais. O vencedor recebe a quantia de 50.000 euros.
Em v�rias ocasi�es, este pr�mio foi uma etapa anterior ao Nobel da Paz, como no caso do ginecologista congol�s Denis Mukwege, da jovem paquistanesa Malala Yousafzai ou Nelson Mandela, o primeiro vencedor do Sakharov.
Vencedor do Pr�mio Nobel da Paz este ano junto com a jornalista filipina Maria Ressa, Dimitri Muratov, editor-chefe do jornal Novaya Gazeta, um dos �ltimos meios de comunica��o abertamente cr�ticos do poder na R�ssia, afirmou que teria dado este pr�mio para Navalny.
O Pr�mio Sakharov ser� oficialmente entregue durante uma cerim�nia no hemiciclo do Parlamento Europeu em Estrasburgo, em 15 de dezembro.
ESTRASBURGO