Milhares de varejistas marcham contra lei do governo boliviano

Milhares de integrantes de poderosos sindicatos de comerciantes varejistas marcharam nesta quinta-feira (21) em seis das dez principais cidades da Bol�via, em reprova��o a uma lei do presidente Luis Arce que define a estrat�gia contra a legitima��o de lucros il�citos.

Os vendedores caminharam por ruas e avenidas nas cidades de La Paz, Cochabamba (centro), Santa Cruz (leste), Oruro (oeste) e Tarija (sul), enquanto em Potos� (sudoeste) os coletivos de cidad�os tamb�m fizeram greve.

"Esta � uma marcha total do com�rcio varejista", afirmou em entrevista coletiva o principal dirigente de gr�mio de vendedores ambulantes, Francisco Figueroa, que acrescentou que h� registro, "em diversas cidades do pa�s", de manifesta��es pac�ficas.

As marchas reprovam a lei, de agosto passado, que estabelece um plano nacional de Luta contra a Legitima��o de Lucros Il�citos e Financiamento ao Terrorismo. Os comerciantes e outros setores empresariais manifestaram temor pelo uso discricional da norma e exigem a sua derroga��o.

Esses setores obrigaram o governo a retirar, na semana passada, do Parlamento outra lei com o mesmo teor, que consideravam draconiana. O Poder Executivo, por sua vez, afirmou em diversas ocasi�es que os temores s�o infundados.

O temor dos opositores � legisla��o reside no fato de que ela define as bases de outra norma legal, como a que foi retirada do Congresso, que permitir� ao governo investigar o patrim�nio de qualquer cidad�o sem uma ordem judicial, e obrigaria advogados e jornalistas a revelar informa��es de clientes e fontes informativas, entre outros aspectos.

Em La Paz, dezenas de varejistas marcharam por ruas e avenidas at� a sede do Minist�rio da Economia, que lidera a luta contra a legitima��o de lucros, com cartazes contra a lei e bandeiras bolivianas.

Figueroa assinalou que, se o governo n�o anular a lei em breve, seus protestos se repetir�o em todo o pa�s.

Por outro lado, o ministro de Obras P�blicas, Edgar Monta�o, considerou que as "mobiliza��es n�o tiveram nenhum efeito" e "as atividades est�o funcionando normalmente em todo o pa�s", porque a convoca��o para os protestos tinha fins "pol�ticos e mentirosos".

O governo do presidente Arce pediu a abertura de mesas de di�logo com os dirigentes dos vendedores populares para explicar-lhes o conte�do da lei e afastar seus temores.