Agora, com 31 anos e vivendo de volta em sua nativa Australia, "est� sendo realmente dif�cil" encontrar financiamento para seus projetos como diretora.
"Adoraria fazer mais trabalho de dire��o, mas � dif�cil e me parece que, sendo mulher, � uma experi�ncia diferente", disse Wasikowska � AFP.
"Atuar � diferente e, claro, com o #MeToo (...) � outra coisa", acrescentou.
"Mas me pareceu interessante tentar fazer meu filme, que mostra ter sido feito de uma perspectiva muito feminina. A resposta � diferente do que vi com meus amigos homens".
Os desafios para as diretoras cinematogr�ficas s�o um dos temas principais do aclamado drama "A Ilha de Bergman", protagonizado por Wasikowska e lan�ado nesta sexta-feira (22) nas plataformas de streaming. Este filme independente retrata a hist�ria de um casal de cineastas que vai at� o que foi a antiga casa do autor sueco Ingmar Bergman.
Enquanto um despreocupado Tony (Tim Roth) se encontra com seus f�s, sua esposa Chris (Vicky Krieps) luta para escrever um novo filme na remota ilha Faro.
Sobre seus esfor�os, paira o espectro de Bergman, que criou alguns dos trabalhos mais venerados do cinema, como "Persona" e "The Seventh Seal" ("O S�timo Selo").
"� uma mulher artista tentando encontrar sua voz e sentindo o peso da sombra de grandes artistas ao seu redor (...). Posso me identificar com esse conflito, frustra��o ou d�vidas sobre mim mesma", disse Wasikowska sobre o filme.
Para ela, o caminho das mulheres para dirigir � "sistematicamente" diferente, em parte porque h� "algo naturalmente experimental no sentido feminino da criatividade".
"Realmente precisamos trazer muito mais compreens�o e gentileza ao nosso pr�prio processo criativo", disse.
"Porque pode ser diferente da forma em os homens s�o criados e a forma em que o mundo te responde pode ser diferente se voc� � homem ou mulher".
- "O peso" da cria��o -
Hollywood come�ou a emitir sinais de que est� olhando al�m de um grupo reduzido de diretores, majoritariamente brancos e masculinos.
Em abril, Chloe Zhao se tornou a segunda mulher - e a primeira negra - a ganhar o Oscar de melhor dire��o com "Nomadland".
Mas "A ilha de Bergman" levanta quest�es sobre a aura que prevalece sobre os cineastas can�nicos, como Bergman, que geralmente ignoram as vantagens de que desfrutam.
Por exemplo, o filme retrata como o autor teve nove filhos com seis mulheres diferentes, mas n�o teve quase nenhum papel na cria��o.
"Ainda n�o sou m�e, mas quero ser", disse Wasikowska. "N�o quero que isso seja limitante, s� quero ser uma boa m�e".
Mas os homens que seguem carreiras cinematogr�ficas "provavelmente n�o sentiram tanto o peso da paternidade como as mulheres", afirmou.
"A Ilha de Bergman" tamb�m abre o debate sobre "se � poss�vel separar o artista de sua obra", disse Wasikowska.
"Por que quando voc� olha os fatos, parece que ele n�o foi particularmente, n�o sei, um cara legal? � uma forma simples de dizer", sorriu.
"E nesse ponto temos as conversas sobre Woody Allen", acrescentou a atriz, referindo-se ao diretor de "Annie Hall", que ainda � aclamado por muitos, apesar das acusa��es de abuso sexual.
- Trabalho vs vida pessoal -
Em "A Ilha de Bergman", Wasikowska interpreta Amy, a estrela do filme criado por Chris.
Amy tem um caso com um amante. A diretora de "A Ilha de Bergman", Mia Hansen-Love, explorou uma trama similar, semi-autobiogr�fica, em um de seus primeiros filmes.
"Estou t�o orgulhosa dela por explorar abertamente essas coisas que est�o t�o presentes em sua pr�pria vida e com as quais ela mesma luta", disse Wasikowska.
Ao entrar nos sucessos de bilheteria de Hollywood, Wasikowska preferiu manter sua vida pessoal separada de seu trabalho.
Ela e sua colega Jesse Eisenberg nunca responderam perguntas sobre sua rela��o rom�ntica, que durou de 2013 a 2015.
"Provavelmente agora reconhe�o um pouco mais, � medida que cres�o, o tanto que o trabalho que voc� faz, as pessoas com quem trabalha, os filmes e os temas afetam sua vida", disse.
LOS ANGELES