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Estado de Minas MUNIQUE

Dez anos de pris�o para alem� do EI acusada de deixar crian�a yazidi morrer de sede


25/10/2021 12:36 - atualizado 25/10/2021 12:38

Um tribunal de Munique condenou a 10 anos de pris�o, nesta segunda-feira (25), uma alem� que integrou o grupo extremista Estado Isl�mico (EI), acusada de deixar uma menina yazidi transformada em escrava no Iraque morrer de sede.

Jennifer Wenisch, de 30 anos, foi declarada culpada de "crime contra a humanidade que causou morte" e pertencimento a uma organiza��o terrorista, em um dos primeiros julgamentos no mundo sobre os crime de guerra contra os yazidis, uma minoria perseguida pelos extremistas.

Ela ficou impass�vel ao ouvir sua senten�a, mais branda que a pris�o perp�rtua exigida pela Promotoria.

"Tinha que saber desde o princ�pio que um menino acorrentado sob um sol escaldante corria o risco de morrer", disse nesta segunda-feira o presidente do tribunal, Reinhold Baier.

Contudo, os ju�zes reconheceram que a ex-extremista "possu�a possibilidades limitadas para acabar com a subjuga��o das v�timas", segundo um comunicado do tribunal.

Esta alem� natural de Lohne, na Baixa Sax�nia (noroeste), viajou ao Iraque para se reunir com "os irm�os", explicou a r� durante o julgamento iniciado em abril de 2019.

Durante v�rios meses, ela integrou a pol�cia de Fallujah e Mossul, onde participava da patrulha armada. Esta for�a de seguran�a controlava, sobretudo, o respeito �s regras de vestimentas e comportamentos estabelecidas pelos extremistas.

Em 2015, a condenada e seu ent�o marido Taha Al-Jumailly, processado em Frankfurt em um julgamento paralelo, compraram uma menina de cinco anos e sua m�e da minoria yazidi, prisioneiras do EI, para explotar as duas como escravas, segundo a acusa��o.

Ap�s v�rios abusos, a menina foi "castigada" pelo marido por ter urinado em um colch�o. Na sequ�ncia, ela foi amarrada a uma janela do lado de fora da casa, a uma temperatura de quase 50�C.

A menina morreu de sede, enquanto sua m�e, Nora T., viu-se obrigada a permanecer a servi�o do casal.

Acusada de ter permitido a a��o do companheiro sem intervir, Jennifer Wenisch declarou na audi�ncia que tinha medo de ser "empurrada, ou trancada".

Os advogados, assim como os de Taha Al-Jumailly, sugeriram que a menina poderia ter sobrevivido se tivesse sido levada para um hospital em Fallujah.

A vers�o foi contestada pela m�e da crian�a, Nora T., que hoje vive em um local n�o revelado da Alemanha. Testemunha-chave, a sobrevivente foi ouvida durante os julgamentos dos ex-c�njuges.

"Me tornei um exemplo de tudo que aconteceu sob o EI. � dif�cil imaginar que isto � poss�vel em um Estado de direito", afirmou Jennifer, como forma de defesa, durante uma das �ltimas audi�ncias, relata o jornal S�ddeutsche Zeitung.

Jennifer Wenisch foi detida pelas for�as de seguran�a turcas em janeiro de 2016, em Ancara, e extraditada mais tarde para a Alemanha.

Ela foi transferida para um centro de deten��o apenas em junho de 2018, quando foi detida no momento em que tentava entrar com a filha de dois anos nos territ�rios ainda controlados pelo EI na S�ria.

Durante a tentativa de fuga, a acusada contou ao motorista detalhes sobre sua vida no Iraque.

O motorista era, na realidade, um informante do FBI (a Pol�cia Federal americana) que dirigia um autom�vel equipado com microfones. O MP utilizou as fitas para fazer a acusa��o.

Este � o primeiro julgamento relacionado aos crimes cometidos contra os yazidis, uma minoria curda da regi�o norte do Iraque.


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