O objetivo do Acordo de Paris � manter o aquecimento "bem abaixo" de +2�C, em +1,5�C se poss�vel, em rela��o � era pr�-industrial, um limite que se tornou o objetivo principal.
Mas a primeira s�rie de "Contribui��es Determinadas Nacionalmente" (NDC) dos signat�rios levava o planeta a um aumento de 3-4�C.
Desde ent�o, houve alguns avan�os, mas a �ltima avalia��o da ONU, levando em conta os compromissos assumidos pelos pa�ses, aponta para um aquecimento "catastr�fico" de +2,7�C.
Na melhor das hip�teses, chegaria a +2,2�C, se consideradas as "vagas" promessas de neutralidade de carbono no meio do s�culo.
China
Hoje primeiro emissor mundial de gases de efeito estufa, a China entregou oficialmente, nesta quinta-feira (28), seus novos compromissos clim�ticos.
Em sua nova NDC, Pequim se compromete a alcan�ar seu pico de emiss�es "antes de 2030", e a neutralidade de carbono, "antes de 2060". Estas metas se mant�m dentro do que j� havia sido antecipado pelo presidente Xi Jinping.
Apresentadas no site da Conven��o-Quadro das Na��es Unidas sobre Mudan�a do Clima (UNFCCC, na sigla em ingl�s), estas novas contribui��es preveem reduzir a intensidade de carbono (emiss�es de CO2 em rela��o ao PIB) em mais de 65% em rela��o a 2005.
Em sua NDC anterior, a China se comprometia a reduzir sua intensidade de carbono entre 60% e 65%, at� 2030, e a conseguir seu pico de carbono "por volta de 2030".
Estados Unidos
Segundo maior emissor do mundo, os Estados Unidos comprometeram-se, sob a presid�ncia de Barack Obama, a reduzir suas emiss�es em 2025 entre 26-28% em rela��o aos n�veis de 2005.
O presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo, ao qual voltou com Joe Biden no in�cio de 2021, que refor�ou suas metas de uma queda de 50-52% at� 2030.
Este objetivo n�o ultrapassa os +2�C, mas � insuficiente para +1,5�C, segundo o grupo Climate Action Tracker (CAT), que considera que Washington n�o cumpre a sua parte.
Uni�o Europeia
A Uni�o Europeia (UE) se comprometeu em 2015 a reduzir suas emiss�es de CO2 em pelo menos 40% at� 2030 em rela��o a 1990 e, em dezembro passado, aumentou para "pelo menos 55%".
Este objetivo est� alinhado com +2�C, de acordo com o CAT.
O Reino Unido, j� fora da UE, aumentou a sua ambi��o com um novo patamar de redu��o das emiss�es em "pelo menos 68%" em 2030 face a 1990. Segundo o CAT, este objetivo � compat�vel com um mundo a +1,5�C.
�ndia
Como a China, o compromisso inicial da �ndia se baseia em uma redu��o da intensidade de carbono, de 33-35% para 2030 com rela��o ao n�vel de 2005.
Desde ent�o, a �ndia n�o apresentou um novo NDC, nem indicou quais s�o seus planos.
R�ssia
A R�ssia, que aderiu formalmente ao Acordo de Paris apenas em 2019, apresentou seu primeiro NDC no final de 2020.
Nele, recupera seus antigos compromissos de limitar suas emiss�es em 2030 a 70% do n�vel de 1990, ou seja, uma redu��o de 30%.
Para o CAT, � muito insuficiente.
O presidente Vladimir Putin mais tarde prometeu intensificar sua luta contra o aquecimento e evocou uma meta de neutralidade de carbono para 2060.
Jap�o
O Jap�o se comprometeu em 2016 a reduzir suas emiss�es em 26% at� 2030 em compara��o com a situa��o em 2013. Sua nova contribui��o em mar�o de 2020 n�o alterou esse n�mero.
O primeiro-ministro Yoshihide Suga, que chegou ao poder depois, refor�ou seus compromissos. O novo NDC de outubro de 2021 eleva a meta para uma queda de 46% at� 2030, em linha com um planeta a +2�C, de acordo com o CAT.
E o resto do G20?
Entre os demais grandes pa�ses emissores, Brasil, M�xico, Austr�lia, Coreia do Sul e Indon�sia apresentaram compromissos revisados, mas sem refor�ar seus objetivos, segundo especialistas.
Na verdade, os novos NDCs do M�xico e do Brasil levariam a um aumento das emiss�es, de acordo com um relat�rio recente da ONU.
Em contraste, Argentina, �frica do Sul e Canad� definiram metas mais ambiciosas.
A Ar�bia Saudita apresentou seu novo NDC em 23 de outubro, alegando que ele duplica seus compromissos, mas ainda n�o foi avaliado por especialistas.
A Turquia acaba de anunciar a ratifica��o do Acordo de Paris, abrindo caminho para a apresenta��o de seu primeiro NDC.
O G20, cujos dirigentes se re�nem neste fim de semana em Roma, � respons�vel por tr�s quartos das emiss�es globais, por isso a a��o deste grupo � fundamental para evitar um aquecimento abaixo de +1,5�C.
Neutralidade de carbono
O Acordo de Paris tamb�m evoca o objetivo de "equil�brio" entre as emiss�es e a absor��o de gases de efeito estufa "ao longo da segunda metade do s�culo".
Sob press�o da ONU, mais e mais pa�ses est�o se comprometendo com essa neutralidade de carbono, a maioria at� 2050, enquanto outros at� 2045 ou 2060.
Excluindo promessas vazias, 49 pa�ses, que respondem por 57% das emiss�es globais (incluindo a Uni�o Europeia e os Estados Unidos), se comprometeram formalmente com isso, de acordo com o �ltimo relat�rio do Programa das Na��es Unidas para o Meio Ambiente.
De qualquer forma, seja para atingir a neutralidade de carbono ou para limitar o aquecimento a +1,5�C, s�o necess�rios planos coerentes e confi�veis no curto prazo para reduzir as emiss�es de CO2 em 45% at� 2030, insiste a ONU.
PARIS