"O mundo mudou e os pol�ticos precisam assumir isso", afirmou o advogado de 44 anos, ex-ministro de governo do atual presidente Sebasti�n Pi�era, que surpreendeu ao vencer as prim�rias de sua coaliz�o em maio.
A menos de um m�s para as elei��es de 21 de novembro, Sichel afirma que o jogo est� aberto entre ele e outros tr�s rivais: Gabriel Boric, da coaliz�o de esquerda; Yasna Provoste, democrata-crist� de centro; e Jos� Antonio Kast, de extrema-direita.
"Se eu tivesse que apostar um churrasco sobre quem vai ganhar, eu n�o saberia, incluindo eu mesmo", reconheceu.
As pesquisas o colocam entre o terceiro e o quarto lugar, mas ele n�o d� muita import�ncia para esses n�meros, pois era apontado como perdedor nas pr�vias de maio.
- 'N�o sou a continuidade' -
"Sou um liberal, uma pessoa que se sente representada pelo centro pol�tico no Chile", um campo que "ficou �rf�o durante muito tempo" como consequ�ncia da excessiva polariza��o pol�tica herdada da ditadura de Augusto Pinochet, que "n�o reconhece a dimensionalidade e a profundidade da pol�tica chilena", afirmou o candidato.
"Estou tentando construir essa identidade liberal no Chile, uma identidade liberal de centro", ressaltou.
"N�o sou a continuidade de Pi�era, nem de [Michelle] Bachelet, nem de [Patricio] Aylwin, nem de Pinochet, nem de [Salvador] Allende", frisou.
"Nunca fui partid�rio de Pinochet, mas tampouco fui partid�rio de uma esquerda chilena, que eu acredito que regrediu democraticamente" nos �ltimos anos, e essa polariza��o faz com que "as pessoas se sintam �rf�s na pol�tica", assinalou o candidato, ao mencionar o alto n�mero de indecisos, que as pesquisas situam em entre 16% e 50% dos quase 15 milh�es de eleitores do pa�s.
- 'Sociedade menos polarizada que a pol�tica' -
"O que aconteceu depois da crise social de outubro [2019] � que come�aram a operar for�as centr�fugas na pol�tica e passamos a exacerbar nossos conflitos", afirmou.
No entanto, apesar da crise atual, Sichel acredita "que a sociedade chilena est� muito menos polarizada do que a pol�tica. A pol�tica est� maximizando os seus resultados eleitorais, desencadeando medos e conflitos".
"A forma mais simples de mobilizar eleitores � atrav�s do �dio [...], e eu quero fazer o contr�rio", disse.
- Qualquer um pode ganhar -
Casado desde 2008, pai de tr�s filhos, Sichel � favor�vel ao matrimonio igualit�rio, � ado��o para casais homossexuais, aposta na igualdade de g�nero e destaca o papel da mulher na sociedade chilena, mas � contr�rio ao livre aborto, pois "acredita que a vida come�a na concep��o".
Al�m disso, o candidato afirma que quer presidir um governo "que tenha capacidade de entender as quatro grandes mudan�as que o Chile est� vivendo: a clim�tica, a demogr�fica, a tecnol�gica [...]; e a mais importante e que menos se discute, a mudan�a social".
Na sua opini�o, qualquer um dos candidatos pode ganhar a vota��o, que "s� ser� definida no dia em que abrirem as urnas, como aconteceu no Peru, no Equador, e como est� acontecendo em todo o mundo", sentenciou.
SANTIAGO