Press�o aumenta sobre l�deres do G20 a horas da c�pula da ONU sobre o clima

Os l�deres das 20 principais economias do planeta, respons�veis por 80% das emiss�es de gases poluentes, debatem, neste domingo (31), em Roma, o combate �s mudan�as clim�ticas, entre apelos para enviar uma mensagem clara a horas do in�cio da COP26, em Glasgow.

Tr�s fontes pr�ximas �s negocia��es disseram � AFP que os pa�ses do G20 chegaram a um acordo sobre a meta de limitar o aquecimento global a 1,5�C em rela��o aos n�veis pr�-industriais.

As fontes indicaram que os negociadores concordaram com este n�vel, que � superior ao Acordo de Paris de 2015, que preconizava manter o aquecimento abaixo de 2�C e, na medida do poss�vel, 1,5�C.

"Estamos diante de uma escolha simples: podemos agir agora ou lamentar mais tarde", declarou o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, para quem as medidas tomadas desde o Acordo de Paris foram "insuficientes".

Embora, no dia anterior, o G20 tenha mostrado capacidade de alcan�ar consenso mesmo nas quest�es mais espinhosas, como um imposto corporativo global, as ambi��es clim�ticas continuam sem grandes expectativas.

"Chegou a hora de fazer o m�ximo em Roma para que os membros do G20 contribuam de forma �til em Glasgow", comentou o presidente franc�s, Emmanuel Macron, ao jornal Le Journal du Dimanche, esclarecendo, por�m, que, antes de uma COP, "nada � decidido com anteced�ncia".

A COP, organizada pela ONU, � o encontro anual para debater e definir compromissos no combate �s mudan�as clim�ticas. E o encontro de Glasgow, que vai at� 12 de novembro, � ainda mais importante j� que n�o houve reuni�o em 2020 por conta da pandemia.

A agenda da confer�ncia ministerial tem quatro grandes temas e � t�o complexa que as negocia��es v�o come�ar ainda neste domingo, sem esperar pelos grandes discursos dos cerca de 130 chefes de Estado e de Governo, marcados para segunda e ter�a-feira.

Por isso, o foco est� na declara��o final do G20, cuja negocia��o � ainda mais dif�cil na aus�ncia de l�deres de pa�ses como China, R�ssia, Jap�o ou M�xico, que participam por videoconfer�ncia.

A China � fortemente dependente do carv�o, uma energia f�ssil altamente poluente, para operar suas usinas em meio a uma crise energ�tica, mas mostrou sinais de mudan�a ao se comprometer em setembro a parar de construir usinas a carv�o no exterior.

"A mudan�a clim�tica n�o pode ser negada. E a a��o clim�tica n�o pode ser adiada. Trabalhando com nossos parceiros, devemos enfrentar esta crise global com urg�ncia e ambi��o", tuitou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

As discuss�es se concentram em quais especificidades dar �s medidas para alcan�ar a meta de 1,5�C, como o prazo a ser estabelecido para alcan�ar a neutralidade de carbono.

E o principal entrave � negocia��o � o fim do financiamento das usinas a carv�o e do uso dessa energia f�ssil, apontou uma fonte da presid�ncia francesa.

"O G20 deve assumir um compromisso especial para interromper a constru��o de novas usinas a carv�o a partir deste ano e acabar com o subs�dio aos combust�veis f�sseis a partir de 2025", exortou Friederike R�der, vice-presidente da ONG Global Citizen.

Para este segundo dia de encontro, o pr�ncipe de Gales, Charles, convidado para a c�pula, disse aos l�deres que eles t�m uma "responsabilidade avassaladora" para com as gera��es futuras.

A �ltima coletiva de imprensa do G20, presidida pelo chefe do Governo italiano, est� marcada para 16h15 (12h15 de Bras�lia). Em seguida, a maioria dos l�deres presentes em Roma se dirigir� para a cidade escocesa.