Este relat�rio anual sobre o estado do clima "tem por base os dados cient�ficos mais recentes que mostram que o planeta est� mudando diante dos nossos olhos", afirmou o secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres, citado no texto.
"Das profundezas dos oceanos ao topo das montanhas, do derretimento das geleiras aos incessantes eventos clim�ticos extremos, ecossistemas e comunidades em todo o mundo est�o sendo destru�dos", acrescentou.
O texto, elaborado a partir de observa��es em solo e por meio de sat�lites de servi�os meteorol�gicos de todo o mundo, � publicado no in�cio da Confer�ncia sobre as Mudan�as Clim�ticas da ONU, COP26, neste domingo.
A cidade escocesa de Glasgow hospeda a confer�ncia, na qual a comunidade internacional dever� intensificar sua luta para limitar o aquecimento global e, idealmente, a um m�ximo de +1,5�C.
A COP26 "deve ser um ponto de inflex�o para as pessoas e para o planeta", defendeu Guterres.
O relat�rio � baseado nos registros hist�ricos das temperaturas no planeta e, em particular, utiliza o per�odo 1850-1910, que os especialistas clim�ticos da ONU (IPCC) usam como base para comparar com os dias de hoje.
A humanidade est� emitindo atualmente muito mais do que o dobro das emiss�es de gases de efeito estufa em compara��o com aquela �poca.
No entanto, esses registros hist�ricos n�o levam em considera��o fen�menos meteorol�gicos anteriores, que s�o registrados gra�as � paleontologia clim�tica.
- Tom alarmante -
O tom do relat�rio da OMM � alarmante, relacionando secas, inc�ndios florestais, grandes inunda��es em diferentes regi�es do planeta com a atividade humana.
O ano de "2021 � menos quente do que os �ltimos anos devido � influ�ncia de um epis�dio moderado de La Ni�a ocorrido no in�cio do ano. O La Ni�a tem um efeito de resfriamento tempor�rio sobre a temperatura m�dia global e afeta as condi��es meteorol�gicas e clim�ticas. A marca do La Ni�a foi claramente observada no Pac�fico tropical", lembra o texto.
No entanto, a temperatura m�dia dos �ltimos 20 anos ultrapassou a barreira simb�lica de +1�C pela primeira vez.
"As persistentes precipita��es superiores � m�dia registradas durante o primeiro semestre do ano em algumas partes do norte da Am�rica do Sul, especialmente no norte da Bacia do Amazonas, ocasionaram inunda��es graves e de longa dura��o na regi�o", acrescenta o texto.
E, ao mesmo tempo, "pelo segundo ano consecutivo, ocorreram grandes secas que devastaram grande parte da regi�o subtropical da Am�rica do Sul. As precipita��es foram abaixo da m�dia na maior parte do sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e norte da Argentina".
Os especialistas reconhecem que utilizaram um sistema de "atribui��o r�pida", ou seja, o estudo de eventos naturais extremos logo ap�s sua ocorr�ncia, para determinar at� que ponto eles s�o responsabilidade da atividade humana.
"O IPCC observou que houve um aumento de chuvas fortes no Leste Asi�tico, mas h� um baixo n�vel de confian�a em rela��o � influ�ncia humana", reconhece o texto, por exemplo.
GLASGOW