
A pequena loja de 50 metros quadrados abre de domingo a domingo, e vende uma m�dia de 300 crepes todos os dias. Eles s�o recheados e cobertos por chocolate e/ou doce de leite e os pre�os variam entre 4,5 e 6,5 euros, dependendo da quantidade de recheios e coberturas.
O Bairro Alto � famoso por reunir jovens de v�rias nacionalidades que chegam a Lisboa para estudar nas universidades. O sucesso da loja est� ligado ao uso das redes sociais para divulgar o neg�cio. No TikTok, a hashtag #Laputaria tem mais de 10,9 milh�es de visualiza��es e a primeira conta criada no Instagram foi derrubada pela rede.
"Imaginamos que houve den�ncias. Portugal � um pa�s muito tradicional. Por isso imagino que o tema da loja deve ter chocado e pode ter recebido uma s�rie de den�ncias. Inclusive, eu confesso que me surpreendi com o sucesso da loja. Mas, enfim, aconteceu", disse Juliana ao "Portal G1".
O segundo perfil foi criado e sinalizado como comercial e tem quase 19 mil seguidores. A empreendedora afirma que nunca fez qualquer impulsionamento de conte�do e que a movimenta��o nos perfis da loja � org�nica.
O estabelecimento abre por volta das 15 horas e todos os dias h� filas para comprar os crepes. A maioria do p�blico � formada por jovens, mas tamb�m � poss�vel encontrar fam�lias inteiras no local.
Atendentes 'poliglotas' e novos formatos de crepe
Como a doceria fica em um dos pontos mais tur�sticos de Lisboa, os atendentes precisam saber "traduzir" o produto. Entre os seis funcion�rios, uma � brasileira do Maranh�o. Daniela Silva precisou aprender como p�nis e vagina s�o ditos em diferentes idiomas.
Nelson Costa e Diogo Barros s�o portugueses e pediram demiss�o de seus antigos trabalhos para trabalhar no local. "Achei que poderia ser uma experi�ncia diferente e divertida. E realmente est� sendo… consigo at� paquerar com alguns clientes", confessa Diogo.
O crepe em formato de p�nis � disparado o mais vendido, cerca de 80%. Os donos tamb�m estudam outros formatos para o doce. O pr�ximo deve ser em forma de seios (ou maminhas, como chamam os portugueses).
Origem da ideia
Robert Kramer conta que alguns concorrentes foram at� a loja para fotografar os doces e que nas redes sociais algumas pessoas marcaram o perfil da doceria reclamando do servi�o, mas usando fotos de doces de outras lojas. "Algumas pessoas acham que somos franquia. N�o. Nascemos s� com esta loja, por enquanto", diz o austr�aco que vive h� cinco anos em Portugal e namora Juliana h� tr�s.
Segundo ele, a ideia da loja veio de amigos que foram a Bangkok e capitais de pa�ses da Europa e mandaram informa��es de neg�cios parecidos. "Quando vi a foto, pensei logo que seria uma �tima ideia aqui. Comprei as m�quinas nos Estados Unidos e pedi a ajuda de Juliana com a receita do crepe e o trabalho com redes sociais.”
"Sabia que daria certo, mas n�o esperei que fosse t�o r�pido". O casal j� recebeu mais de 200 propostas para abrir franquias em v�rios pa�ses. Os dois planejam lan�ar uma segunda loja na cidade do Porto e, ainda em 2021, lojas f�sicas tamb�m no Brasil, embora ainda sem locais definidos.
"Muita gente compra para despedidas de solteiro'’ , explica Juliana. Os doces fazem sucesso tamb�m na imprensa portuguesa. O casal j� participou de seis programas de TV em Lisboa.
Principal fonte de renda e franquias
A mineira Juliana mora em Lisboa h� pouco mais de tr�s anos. Ela tem gradua��o na �rea de est�tica e foi morar em Portugal com a m�e que j� vive no pa�s h� mais de uma d�cada. A ideia inicial era as duas trabalharem juntas em uma empresa de est�tica feminina.
A empres�ria tamb�m vende bijuterias com uma amiga pelas redes sociais. "Sou empreendedora e a minha vida j� estava bem organizada com esses dois projetos.”
Ela conheceu Robert meses ap�s chegar a Lisboa. Ele foi para Portugal tentar empreender na �rea de inform�tica. Mas a vida dos dois est� mudando rapidamente com o sucesso do primeiro neg�cio deles juntos. "Pensei que fosse ser uma brincadeira. Mas o neg�cio deu certo e j� � a minha principal fonte de renda", afirma Juliana. O casal de namorados trabalha agora para organizar o projeto em forma de franquia e espalhar os doces em formatos inusitados pelo mundo.
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Eduardo Oliveira