Um trem de carga descarrilou e algumas de suas unidades de carga foram incendiadas por desconhecidos no sul do Chile nesta ter�a-feira, 2, disseram as autoridades, em meio a tens�es entre o Estado e o grupo ind�gena local mapuche que exige a devolu��o de terras ancestrais. N�o h� informa��es sobre v�timas.
O ataque ao trem, que transportava celulose para a fabrica��o de papel, aconteceu na regi�o da Macrozona Sul de Vit�ria, que estava em Estado de exce��o devido ao conflito. "H� m�quinas e locomotivas queimadas que transportavam celulose de Valdivia para a regi�o de Concepcion", disse aos rep�rteres Victor Manoli, delegado na regi�o.
Imagens dos vag�es descarrilados e ainda fumegantes circularam nas redes sociais e na TV local. "Devemos reconhecer que o que tivemos hoje foram atos de terrorismo", acrescentou Manoli. O delegado disse que ningu�m ainda tinha assumido a responsabilidade pelo atentado, que provocou a suspens�o do servi�o ferrovi�rio da localidade de Vit�ria e Temuco para a capital regional de Arauc�nia.
Esta regi�o vive um conflito hist�rico entre o povo mapuche, maior etnia chilena, e o Estado, do qual os ind�genas reivindicam terras que consideram suas por direito ancestral e que foram entregues a empresas privadas, principalmente � silvicultura, empresas e propriet�rios de terras.
A falta de uma solu��o para esse conflito aumentou a viol�ncia na �ltima d�cada, com ataques incendi�rios a propriedades privadas e caminh�es. Tamb�m trouxe � luz a presen�a de organiza��es do narcotr�fico e de leg�tima defesa, bem como de opera��es policiais supostamente montadas para incriminar os ind�genas.
Em 12 de outubro, o presidente Sebasti�n Pi�era ordenou o estado de emerg�ncia e militariza��o por 15 dias em tr�s prov�ncias da �rea, que foi prorrogado por mais 15 dias at� 11 de novembro. Ele anunciou nesta ter�a-feira que pedir� ao Congresso uma nova prorroga��o, que deve ser aprovada.
Pi�era garantiu que desde o in�cio do estado de emerg�ncia "os ataques incendi�rios foram reduzidos praticamente pela metade e as usurpa��es de propriedades foram reduzidas a um d�cimo".
A medida, solicitada pelos setores mais conservadores, foi criticada desde o in�cio por organiza��es ind�genas e pela oposi��o, que argumentam que � uma forma de acentuar ainda mais o acirrado conflito.
"Apesar do estado de emerg�ncia, a viol�ncia continuou da mesma forma no sul do Chile. Nada mudou. Esse pedido � um aceno pol�tico a Jos� Antonio Kast (candidato presidencial de extrema direita)", disse Ricardo Celis, deputado pela regi�o. (Com ag�ncias internacionais)
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