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Estado de Minas GENEBRA

ONU cita poss�veis crimes contra humanidade no conflito na regi�o et�ope de Tigr�


03/11/2021 09:54 - atualizado 03/11/2021 09:55

O conflito na regi�o et�ope de Tigr� est� marcado por uma "brutalidade extrema", e todos os envolvidos podem ter cometido "crimes contra a humanidade" - concluiu nesta quarta-feira (3) a alta comiss�ria da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet.

Ela apresentou uma investiga��o conjunta da ONU e da comiss�o et�ope dos direitos humanos - criada pelo governo de Adis Abeba - sobre o conflito que assola o pa�s h� um ano.

"Existem motivos razo�veis para acreditar que todas as partes (...) cometeram viola��es do direito internacional, dos direitos humanos, do direito internacional humanit�rio e do direito internacional dos refugiados, algumas das quais podem constituir crimes de guerra e contra a humanidade", conclui o relat�rio.

Em sua apresenta��o em Genebra, Bachelet afirmou que "a gravidade das viola��es e as agress�es que registramos apontam a necessidade de responsabilizar os autores, independentemente de seu lado".

"Esta investiga��o � a oportunidade para que todas as partes reconhe�am suas responsabilidades, comprometam-se a adotar medidas concretas em termos de responsabilidade e repara��o �s v�timas e encontrar uma solu��o sustent�vel para acabar com o sofrimento de milh�es de pessoas", afirmou o presidente da Comiss�o Et�ope, Daniel Bekele, citado em um comunicado do Alto Comissariado.

O primeiro-ministro et�ope, Abiy Ahmed, afirmou que o documento "demonstra claramente que as acusa��es de genoc�dio s�o falsas e n�o t�m nenhuma base", segundo um comunicado do governo. Al�m disso, afirmou que acaba com as acusa��es de que matou a popula��o civil de fome.

O documento envolve o per�odo de 3 de novembro de 2020, data em que o primeiro-ministro e Nobel da Paz Ahmed iniciou a ofensiva contra os dirigentes dissidentes de Tigr�, at� 28 de junho, quando o governo declarou um cessar-fogo unilateral.

Desde ent�o, a situa��o na regi�o mudou consideravelmente, a ponto de o governo et�ope declarar na ter�a-feira estado de emerg�ncia no pa�s, diante do avan�o da Frente de Liberta��o do Povo de Tigr� (TPLF) rumo � capital.

Bachelet disse que est� "profundamente preocupada" com a declara��o do estado de emerg�ncia, "que corre o risco de agravar ainda mais a situa��o dos direito humanos no pa�s", enquanto as novas restri��es ao acesso � ajuda internacional "podem piorar uma situa��o humanit�ria j� extremamente dif�cil", segundo o comunicado.

Tamb�m denunciou novos abusos cometidos desde 28 de junho.

Apresentado simult�nea, mas n�o conjuntamente na Eti�pia por Bekele, o relat�rio tem como base uma investiga��o no pa�s, 269 entrevistas confidenciais e reuni�es com autoridades locais e federais, com representantes de ONGs e com profissionais da �rea da sa�de.

- Obst�culos -

A equipe de investiga��o enfrentou obst�culos e n�o conseguiu fazer todas as visitas previstas em algumas partes de Tigr�, destaca o comunicado do Alto Comissariado.

O relat�rio levantou d�vidas sobre sua imparcialidade, porque um dos investigadores do Alto Comissariado foi expulso da Eti�pia pelas autoridades, ao lado de outros seis funcion�rios da ONU.

A TPLF criticou o documento, alegando que sua "metodologia tendenciosa mancha a reputa��o" do Alto Comissariado.

O governo considera que sua colabora��o com a institui��o � "a demonstra��o da seriedade", com a qual aborda o respeito aos direitos humanos.

Com base em testemunhas, o relat�rio denuncia ataques indiscriminados contra civis, execu��es extrajudiciais, tortura, sequestros, deten��es arbitr�rias, estupros e saques.

Os investigadores se reuniram com mulheres sobreviventes - metade delas foi v�tima de estupros coletivos - e tamb�m foram registrados atos de viol�ncia sexual contra homens.

A tortura � end�mica, com "v�timas agredidas com fios el�tricos e barras de ferro, detidas em sigilo, amea�adas com armas de fogo na cabe�a e privadas de comida, ou �gua".

O texto tamb�m relata massacres que mataram centenas de civis e acusa todas as partes de ataques contra escolas, hospitais e locais religiosos.


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