Embora o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, admita que estas experi�ncias est�o longe de se tornar realidade, alguns entusiastas argumentam que uma vers�o mais modesta do metaverso j� existe.
"De alguma maneira, n�s estamos nas etapas iniciais do metaverso", declarou a presidente da Magic Leap, Peggy Johnson, � AFP, na ter�a-feira (2) em Lisboa, durante a confer�ncia anual de tecnologia Web Summit.
A Magic Leap fabrica dispositivos de realidade aumentada (RA), que j� foram usados por cirurgi�es que se preparavam para separar um g�meos siameses e por supervisores de f�brica que fazem inspe��es.
Nos dois casos, as informa��es surgiram diante dos olhos do usu�rios sobre o que estavam vendo.
Pode n�o parecer t�o imersivo como as experi�ncias de realidade virtual (RV) que Zuckerberg quer, eventualmente, levar para as casas das pessoas. Dilui, de qualquer maneira, a barreira entre o mundo f�sico e o digital, uma ideia-chave por tr�s do metaverso.
"Com a RV, voc� coloca um dispositivo e est� em outro mundo", explica Johnson. "Com RA, voc� coloca o dispositivo e continua no seu mundo, mas n�s ampliamos esse mundo com o conte�do digital", acrescentou.
At� o momento, a experi�ncia de muitas pessoas com RA se limita a jogar Pok�mon Go, ou a experimentar filtros de imagens que colocam, por exemplo, orelhas no rosto de uma pessoa.
Segundo Johnson, por�m, o potencial da RA come�a a ser concretizado no campo da sa�de.
"Voc� pode chamar especialistas que podem ver o mesmo que voc�, mas de outra parte do mundo", destaca. "Durante uma cirurgia, voc� pode estabelecer linhas digitais onde talvez a incis�o ser� feita", exemplifica.
Fundada em 2010, a miss�o inicial da Magic Leap era popularizar a RA, o que gerou tanto entusiasmo que a empresa captou US$ 2,3 bilh�es em investimentos.
Quando o primeiro dispositivo da Magic Leap foi apresentado em 2018, a decep��o foi geral, por�m. O produto era muito volumoso e caro para o grande p�blico. A empresa foi obrigada a demitir quase metade dos funcion�rios no ano passado.
- Futuro pr�ximo -
Ex-executiva da Microsoft, Peggy Johnson assumiu a presid�ncia da empresa em agosto de 2020 e come�ou a desenvolver �culos de uso profissional.
Em outubro, esta companhia com sede na Fl�rida anunciou que arrecadou outros US$ 500 milh�es em financiamento para um novo dispositivo, o Magic Leap 2, que ser� lan�ado em 2022.
A vers�o atualizada � mais leve, mas seu emprego ainda est� previsto, principalmente, para pessoas acostumadas a usar �culos de prote��o no trabalho. � o caso cirurgi�es em uma opera��o delicada, ou de especialistas da ind�stria b�lica.
Google Glass, os "�culos inteligentes" que n�o tiveram sucesso no lan�amento em 2014, tamb�m ressurgiram como um produto dirigido a usu�rios profissionais.
Johnson prev� que deve levar alguns anos at� que a Magic Leap, ou alguma de suas concorrentes, possam criar dispositivos de RA para o uso do p�blico em geral.
Para Johnson, este ser� o momento em que a RA transformar� nossa vida cotidiana.
A tecnologia poder�, por exemplo, permitir observar coment�rios de restaurantes, enquanto estamos na rua decidindo para onde ir, afirma.
Se voc� esqueceu o nome de uma pessoa, sem problema, porque pode aparecer sobre sua cabe�a quando a pessoa se aproxima.
"Agora estamos todos olhando para baixo, para nossos telefones celulares", disse Johnson.
A realidade aumentada, espera ela, pode nos ajudar a absorver o mundo ao nosso redor, um mundo com informa��es extras em camadas.
Se esta revolu��o acontecer, o mercado pode ficar lotado.
O Facebook trabalha em seu pr�prio dispositivo de RA, e h� boatos de que a Apple tamb�m.
Como ser� o metaverso em 15 anos?
"Eu penso que voc� vai voltar para casa para pegar seus �culos, porque o esqueceu", prev� Johnson. "Da mesma maneira que voc� faz hoje com o telefone celular", completou.
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