A iniciativa, estimulada pelo Reino Unido, pa�s anfitri�o da confer�ncia sobre a mudan�a clim�tica, foi anunciada na v�spera de dois dias de mobiliza��o nas ruas da cidade escocesa.
Investir em projetos relacionados com a extra��o cont�nua de energia f�ssil implica crescentes riscos, sociais e econ�micos", afirma um comunicado conjunto.
O an�ncio envolve pa�ses como Mali ou Ilhas Marshall, a princ�pio com poucas possibilidades de fazer este tipo de investimento bilion�rio no exterior, mas sim de receber tais recursos.
- Os grandes ausentes -
Estados Unidos, que sob a presid�ncia de Donald Trump se vangloriava de ser independente do ponto de vista energ�tico, d� um passo agora para virar a p�gina do petr�leo, carv�o e g�s.
O Canad� tamb�m assinou o texto. Mas est�o ausentes grandes consumidores e investidores de combust�veis f�sseis, como China, Jap�o ou Coreia do Sul.
Os denominados projetos de energia de origem f�ssil cont�nuos (petr�leo, g�s e carv�o) s�o os que n�o incluem medidas para absorver as emiss�es de carbono que produzem.
Um estudo recente da organiza��o Oil Change International mostrou que entre 2018 e 2020, os pa�ses desenvolvidos do G20 investiram 188 bilh�es de d�lares em projetos de extra��o no exterior, principalmente atrav�s de bancos de desenvolvimento multilaterais.
Estas institui��es n�o est�o envolvidas no compromisso. Mas o an�ncio, caso concretizado, significar� que at� 15 bilh�es de d�lares poder�o ser desviados anualmente para outros projetos de energias n�o f�sseis.
Temos que colocar o financiamento p�blico do lado correto da hist�ria", declarou o vice-ministro brit�nico de Neg�cios e Energia, Greg Hands.
"� um progresso bem-vindo, mas os pa�ses (signat�rios), em especial Estados Unidos, devem permanecer firmes com os compromissos e fechar a torneira para as empresas de combust�veis f�sseis", declarou Kate DeAngelis, diretora do programa de finan�as internacionais da ONG Amigos da Terra.
No entanto, 95% das cerca de 900 empresas do setor do petr�leo e g�s no mundo planejam desenvolver novos campos, segundo um relat�rio da ONG alem� Urgewald e outras 20 organiza��es.
Em outro an�ncio em plena COP26, que j� est� imersa em negocia��es, mais de 40 pa�ses se comprometeram com uma "transi��o de carv�o para energia limpa".
Mais uma vez, grandes produtores e consumidores, como Austr�lia, China, �ndia, Estados Unidos, Jap�o e R�ssia, n�o est�o na lista.
- Emiss�es de CO2 se aproximam de recorde -
Os novos an�ncios ocorrem ap�s not�cias preocupantes sobre as emiss�es de gases do efeito estufa.
A pandemia de covid-19 freou brutalmente a economia mundial e, com isso, a polui��o do planeta pelo consumo de energia f�ssil. As emiss�es totais ca�ram 5,4% em 2020, mas devem voltar a subir em 2021, nada menos do que 4,9%, a menos de 1% do recorde de 2019, segundo um estudo do cons�rcio internacional de cientistas Global Carbon Project.
As emiss�es de g�s e carv�o s�o particularmente preocupantes, uma vez que crescer�o este ano mais do que ca�ram em 2020.
As emiss�es devido ao petr�leo devem aumentar 4,4% em 2021.
"Esse relat�rio � um balde de �gua fria", comentou em entrevista � AFP a coautora Corinne Le Qu�r�, professora de mudan�as clim�ticas na Universidade de East Anglia.
"Mostra o que acontece no mundo real, enquanto aqui em Glasgow falamos sobre como lidar com as mudan�as clim�ticas", acrescentou.
A consequ�ncia desse reaquecimento da economia e do planeta � que se torna cada vez mais distante o objetivo ideal de limitar o aumento da temperatura em 1,5�C.
No ritmo atual, o mundo tem apenas oito anos para ter 50% de chances de limitar o aumento da temperatura em 1,5�C.
A demanda por energia ultrapassa em muito os investimentos milion�rios para mudar o modelo, de combust�veis f�sseis a renov�veis.
Mas a esperan�a permanece: na d�cada de 2010, 23 pa�ses cresceram, mas suas emiss�es diminu�ram. A maioria deles eram desenvolvidos, o que significa que os regulamentos e as mudan�as funcionaram.
Diante do panorama, alguns ecologistas e pa�ses particularmente vulner�veis insistem que � necess�rio pensar em medidas de adapta��o, ao inv�s de tentar mitigar mudan�as clim�ticas profundas.
Mas o financiamento desta adapta��o � inferior entre cinco e 10 vezes ao custo das medidas de luta, segundo a ONU.
GLASGOW