Os pa�ses ricos prometeram em 2009 �s na��es mais pobres e expostas � mudan�a clim�tica uma ajuda anual de 100 bilh�es de d�lares, que deveria ter sido cumprida em 2020.
Mas ainda falta 20% do valor. Os pa�ses ricos se comprometeram a regularizar o valor em dois anos.
Mas a mudan�a clim�tica, afirma grupos de pa�ses como os pequenos Estados insulares do Pac�fico, j� afeta seus territ�rios, com alagamentos de terras de cultivo e alterando significativamente seus planos de desenvolvimento, inclusive sua sobreviv�ncia a longo prazo.
"Voc�s s�o os primeiros a sofrer e os �ltimos que recebem ajuda", reconheceu o secret�rio-geral da ONU, Antonio Guterres, durante uma reuni�o na confer�ncia de Glasgow do F�rum de Pa�ses Vulner�veis ao Clima (CVF).
O oitavo cap�tulo do Acordo de Paris contra a mudan�a clim�tica, assinado em 2015, � especificamente dedicado �s "perdas e danos relacionados com os efeitos adversos da mudan�a clim�tica, incluindo os fen�menos meteorol�gicos extremos e os fen�menos de evolu��o lenta".
Para isto foi criado o denominado Mecanismo Internacional de Vars�via, em 2019, que at� o momento n�o passa de um portal na internet no qual supostamente devem chegar a um acordo Estados, institui��es e seguradora.
"Existe o temor, para n�o dizer a paranoia, sobre as quest�es de responsabilidade e as compensa��es", declarou � AFP Yamine Dagnet, do Instituto de Recursos Mundiais. "Mas n�o se trata disso, e sim do que acontecer� quando estas pequenas ilhas desaparecerem".
Os pa�ses mais vulner�veis podem sofrer uma queda de mais de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, segundo um relat�rio publicado nesta segunda-feira pela organiza��o n�o governamental Christian Aid.
Dos 65 pa�ses estudados, a queda m�dia do PIB por habitante seria de 19,6% em 2050, caso persista a trajet�ria atual de aquecimento do planeta, e de 63,9% at� o fim do s�culo.
Mas para seis dos 10 pa�ses mais vulner�veis na lista, a queda pode superar 80% no fim do s�culo.
Oito das 10 na��es est�o na �frica e duas, Suriname e Guiana, na Am�rica do Sul.
Os pa�ses ricos desejam que as perdas e danos integrem a adapta��o � mudan�a clim�tica em termos de financiamento.
Mas o dinheiro para a adapta��o � mudan�a clim�tica representa apenas 25% do previsto, enquanto a mitiga��o representa os 75% restantes.
E � justamente "o fracasso do financiamento da adapta��o que se transformou em perdas e danos" explica Abul Kalam Azad, emiss�rio da presid�ncia bengalesa do CVF.
- Financiamento adicional -
"Precisamos de um financiamento adicional e separado do objetivo anual (de 100 bilh�es de d�lares)" insiste Aiyaz Sayed-Khaiyum, ministro da Economia e Mudan�as Clim�ticas das ilhas Fiji.
E este financiamento n�o deve ser adicionado � d�vida dos pa�ses vulner�veis, adverte.
"Fazer com que paguemos por juros sobre o dinheiro destinado a aumentar nossa resili�ncia seria cruel. Como nos fazer pagar � m�fia das energias f�sseis respons�vel pelo terror que esta crise nos inflige", disse.
A redu��o da d�vida externa em troca de investimentos na adapta��o � uma das solu��es mencionadas.
Uma solu��o, por outro lado, tamb�m proposta por pa�ses como o Equador para preservar �reas naturais.
A Alian�a de Pequenos Estados Insulares (AOSIS) pede que as "perdas e danos" figurem no "balan�o mundial (de financiamento) a partir de agora, e com objetivos quantificados
"A tens�o aumentou durante as primeiras conversas entre negociadores na COP26", destaca Yamine Dagnet.
Este � o discurso do reverendo James Bhagwan, da Confer�ncia de Igrejas do Pac�fico, para quem o debate est� demonstrando "as enormes desigualdades em termos de mudan�a clim�tica".
"No Pac�fico, perdas e danos significa vida ou morte", disse. "Se os pa�ses ricos n�o aceitarem, a �nica op��o ser� levar o caso � justi�a".
GLASGOW