O porta-voz da ONU Stephane Dujarric declarou nesta ter�a-feira (9) que a organiza��o trabalha "ativamente com o governo et�ope para garantir a liberta��o imediata" dos funcion�rios detidos.
"Pelo que eu sei, n�o nos deram nenhuma explica��o sobre o motivo da pris�o desses funcion�rios", acrescentou.
Os funcion�rios da ONU foram presos durante opera��es dirigidas contra pessoas da etnia tigr�, no �mbito do estado de emerg�ncia em vigor neste pa�s em guerra.
Os Estados Unidos condenaram as pris�es por motivos �tnicos na Eti�pia. "O ass�dio e a deten��o pelas for�as de seguran�a com base na etnia s�o completamente inaceit�veis", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, a rep�rteres.
Na semana passada, o governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed declarou estado de emerg�ncia de seis meses em meio a temores crescentes de que combatentes da Frente de Liberta��o do Povo Tigr� (TPLF) e grupos rebeldes do Ex�rcito de Liberta��o Oromo (OLA) avan�ariam em dire��o � capital, Adis Abeba.
Grupos de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional, denunciaram as medidas de emerg�ncia, que permitem que qualquer pessoa suspeita de apoiar "grupos terroristas" seja revistada e detida sem um mandado, em particular membros do grupo �tnico tigr�.
Milhares de pessoas foram presas neste contexto desde a semana passada.
Este n�o � o primeiro incidente entre o governo de Abiy e a ONU. No final de setembro, o minist�rio et�ope das Rela��es Exteriores expulsou sete importantes funcion�rios da ONU por suposta "inger�ncia".
- Esfor�os diplom�ticos -
Desde novembro de 2020, o conflito entre o ex�rcito e os rebeldes do Tigr� deixou milhares de mortos e causou o deslocamento for�ado de dois milh�es de pessoas.
Os esfor�os diplom�ticos para acabar com esta guerra est�o aumentando, assim como as not�cias de atrocidades e fome que atingem a popula��o.
Nesta ter�a-feira, o subsecret�rio-geral da ONU para Assuntos Humanit�rios, Martin Griffiths, pediu uma oportunidade � paz depois de visitar Mekele, capital do Tigr�, no fim de semana.
"Pe�o a todas as partes que ou�am o secret�rio-geral da ONU e ponham fim imediatamente aos combates", disse.
Abiy Ahmed, Nobel da Paz em 2019, enviou tropas ao Tigr� em novembro do ano passado para derrubar a TPLF, acusando-a de atacar bases militares.
O chefe do governo proclamou vit�ria semanas depois, mas a TPLF e seus aliados conquistaram v�rias localidades recentemente e n�o descartaram a possibilidade de marchar para Adis Abeba.
A TPLF dominou as estruturas pol�ticas e de seguran�a da Eti�pia por 27 anos, depois de tomar Adis Abeba e derrubar o regime militar-marxista de Derg em 1991. Governou at� 2018, quando Abiy Ahmed assumiu o poder.
O governo afirma que os rebeldes exageram seus progressos, mas declarou estado de emerg�ncia e as autoridades da capital pediram aos moradores que se organizassem para defender a cidade.
Em �reas onde h� combates, as comunica��es falham e o acesso dos jornalistas � muito restrito, o que impossibilita saber o que est� acontecendo e verificar as informa��es de forma independente.
V�rios pa�ses, como Estados Unidos e Reino Unido, pediram recentemente a seus concidad�os que deixassem a Eti�pia, e a ONU tamb�m suspendeu suas miss�es n�o essenciais.
O papa Francisco pediu no domingo um grande esfor�o diplom�tico para encerrar o conflito.
ADIS ABEBA