Este � apenas um primeiro rascunho da declara��o final, que evoluir� de acordo com o avan�o do trabalho dos ministros para a conclus�o da confer�ncia do clima no fim de semana, mas pede aos quase 200 pa�ses participantes para "revisar e fortalecer" os planos de descarboniza��o para o pr�ximo ano.
O texto destaca que limitar o aquecimento a +1,5�C at� o fim do s�culo em compara��o com a era pr�-industrial "requer uma a��o significativa e eficaz de todas as partes nesta d�cada cr�tica".
De acordo com um mecanismo estabelecido em 2015, os pa�ses devem revisar suas metas a cada cinco anos: a pr�xima est� prevista apenas para 2025.
Mas desde o in�cio do encontro em Glasgow, as na��es mais vulner�veis insistem na necessidade de que a revis�o aconte�a anualmente.
Os analistas consideram que a primeira vers�o do rascunho n�o atende plenamente nem os pa�ses ricos nem os pobres, o que, em termos diplom�ticos, pode paradoxalmente significar que tem possibilidades de �xito.
- Pequenos avan�os -
No Acordo de Paris de 2015, os pa�ses se comprometeram a atuar para limitar o aumento da temperatura m�dia global a +2 �C, mas de maneira ideal a +1,5 �C.
Agora, a COP26, que acontece na cidade escocesa de Glasgow de 31 de outubro a 12 de novembro, deve estabelecer o que fazer para evitar as devastadoras cat�strofes naturais representadas por cada d�cimo de grau adicional.
As emiss�es de gases do efeito estufa desde a Revolu��o Industrial j� provocaram um aumento da temperatura de +1,1 �C e suas ca�ticas consequ�ncias, incluindo secas, inunda��es e o aumento do n�vel do mar, devem ser agravadas e provocar o surgimento de milh�es de refugiados clim�ticos, alertam os especialistas.
Os compromissos at� 2030 com o qual os pa�ses chegaram a Glasgow deixavam a Terra no rumo de um aquecimento de +2,7 �C.
Ou, na melhor das hip�teses, de +2,2 �C, supondo que todas as promessas de alcan�ar a neutralidade de carbono at� 2050 sejam cumpridas, o que implica a��es para captar gases da atmosfera como o reflorestamento.
Em sua primeira semana, Glasgow registrou uma s�rie de an�ncios importantes.
Pa�ses como Brasil, Argentina e �ndia refor�aram os objetivos de redu��es de emiss�es.
Mais de 100 chefes de Estado e de Governo se comprometeram a cessar o desmatamento at� 2030, e o mesmo n�mero a emitir 30% a menos de metano, g�s que tem efeito estufa 80 vezes maior que o CO2.
Por�m, na ter�a-feira o Programa das Na��es Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) atualizou a estimativa ao somar todas as novas promessas e determinou que o planeta segue rumo a +2,7 �C, ou no m�ximo +2,1 �C.
- "Cruzar os dedos" -
No que alguns negociadores chamaram de "primeira men��o significativa" aos combust�veis que provocam o aquecimento global, o projeto de texto tamb�m pede aos pa�ses que "acelerem a elimina��o do carv�o e dos subs�dios aos combust�veis f�sseis".
Isto � importante quando se recorda que nas confer�ncias anteriores o uso de carv�o ou hidrocarbonetos n�o foi mencionada nas declara��es finais, que se concentram na redu��o das emiss�es.
Mas para Jennifer Morgan, diretora executiva do Greenpeace International, "este projeto de acordo n�o � um plano para resolver a crise clim�tica, � um acordo para que todos cruzem os dedos e esperem o melhor".
"� um pedido educado para que os pa�ses talvez, possivelmente, fa�am mais no pr�ximo ano", afirmou.
Mohamed Adow, diretor do grupo ambientalista Powershift Africa, lamentou que o texto atenda "muito pouco" das demandas dos pa�ses vulner�veis em termos de ajuda para adapta��o � mudan�a clim�tica e para enfrentar as perdas e danos j� sofridos.
Grande reclama��o dos pa�ses em desenvolvimento, "nem sequer menciona o prazo para a entrega dos 100 bilh�es de d�lares de financiamento", destacou, em refer�ncia a uma promessa de ajuda anual feita em 2009, mas que em 2021 ainda n�o foi cumprida.
GLASGOW