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Estado de Minas BI�LOGO

A anota��o deixada por Charles Darwin h� 150 anos que inspira mudan�as no plantio de florestas

As ideias do bi�logo sobre a diversidade de plantas que crescem juntas agora inspiram pesquisadores a criar florestas mais saud�veis, explicam acad�micos no artigo.


20/11/2021 21:09 - atualizado 21/11/2021 16:01

Floresta
(foto: Getty Images)

H� mais de 150 anos, o bi�logo Charles Darwin fez uma observa��o poderosa: que uma mistura de esp�cies plantadas juntas geralmente cresce com mais for�a do que esp�cies plantadas individualmente.

Foi necess�rio um s�culo e meio — ironicamente o tempo que leva para cultivar um carvalho at� a extra��o — e uma crise clim�tica para que os formuladores de pol�ticas e propriet�rios de terras levassem a s�rio a ideia de Darwin e a aplicassem �s �rvores.

N�o existe tecnologia humana capaz de competir com as florestas na absor��o e armazenamento de di�xido de carbono atmosf�rico.


A ideia de Darwin de cultivar v�rias plantas diferentes juntas para aumentar o rendimento geral est� agora sendo analisada por acad�micos renomados, que pesquisam as florestas e as mudan�as clim�ticas.

Cientistas e formuladores de pol�ticas da Austr�lia, Canad�, Alemanha, It�lia, Nig�ria, Paquist�o, Su�cia, Su��a, Reino Unido e Estados Unidos se reuniram recentemente para discutir se a ideia de Darwin oferece uma maneira de plantar novas florestas que absorvem e armazenam carbono de forma segura.

Por que plantar mais florestas

Plantar mais florestas � uma ferramenta potente para mitigar a crise clim�tica, mas as florestas s�o como m�quinas complexas, com milh�es de pe�as.

O plantio de �rvores pode causar danos ecol�gicos quando realizado de forma inadequada, principalmente se n�o houver compromisso com a diversidade do plantio.

Seguindo o pensamento de Darwin, h� uma consci�ncia cada vez maior de que as melhores e mais saud�veis %u200B%u200Bflorestas s�o aquelas com a maior variedade de �rvores — e �rvores de diferentes idades.

As florestas que seguem esse modelo prometem crescer duas a quatro vezes mais fortes, maximizando a captura de carbono e, ao mesmo tempo, maximizando a resili�ncia a surtos de doen�as, mudan�as clim�ticas r�pidas e condi��es clim�ticas extremas.

Em florestas mistas, cada esp�cie tem acesso a diferentes fontes de nutrientes a partir das demais, levando a um maior rendimento no geral.

E esses caules mais grossos s�o feitos principalmente de carbono.

As florestas mistas tamb�m costumam ser mais resilientes a doen�as ao diluir as popula��es de pragas e pat�genos, organismos que causam doen�as.

A observa��o vision�ria de Darwin est� escondida no cap�tulo quatro de seu famoso livro de 1859, A Origem das Esp�cies.

Os estudos desse "efeito Darwin" geraram uma vasta literatura ecol�gica.

No entanto, ainda est� t�o fora do pensamento dominante sobre silvicultura que, at� agora, h� poucos fundos importantes dispon�veis para impulsionar o uso dessa t�cnica.

Como se sabe, Darwin tamb�m descreveu a evolu��o por sele��o natural, processo pelo qual os genes evoluem para se adequar ao ambiente.

Infelizmente para o planeta, a mudan�a ambiental induzida pelo homem supera a evolu��o dos genes para organismos maiores e de reprodu��o mais lenta, como as �rvores.

T�cnicas modernas de edi��o de genes (cirurgia direta de DNA) podem ajudar a acelerar as coisas, uma vez que um cuidadoso trabalho de laborat�rio identifique os genes-chave.

Mas apenas a evolu��o da pr�tica humana — ou seja, mudar o que fazemos — � r�pida e abrangente o suficiente para reequilibrar o ciclo do carbono e nos trazer de volta aos limites planet�rios seguros.

�rvores mais saud�veis %u200B%u200Bcapturam mais carbono

Um estudo que discutimos � sobre o Norbury Park, no centro da Inglaterra, que descreve como — usando o efeito Darwin e outras medidas sens�veis ao clima — a propriedade agora captura mais de 5 mil toneladas de di�xido de carbono por ano, tornando-a possivelmente a terra mais carbono negativa do Reino Unido.

Estat�sticas t�o impressionantes n�o acontecem por acaso ou colocando algumas �rvores no ch�o e esperando; � preciso cuidado e intelig�ncia ecol�gica.


Charles Darwin
A observa��o vision�ria de Darwin est� escondida no cap�tulo quatro de seu famoso livro 'A Origem das Esp�cies' (foto: Getty Images)

�rvores de diferentes idades tamb�m proporcionam continuamente madeira para extra��o e, portanto, empregos est�veis, em total contraste com os outros m�todos de silvicultura, em que grandes �reas s�o derrubadas e desmatadas ao mesmo tempo.

O governo do Reino Unido, assim como outros, estabeleceu requisitos para o plantio respons�vel de �rvores em grande escala. Esses requisitos continuam a ser revisados %u200B%u200Be aprimorados.

Ainda h� perguntas vitais sobre que �rvores devemos plantar, onde devemos plant�-las e o que fazer com elas depois de crescerem.

J� foi dito que � imposs�vel plantar uma floresta, mas certamente seria poss�vel desenvolver uma planta��o que vai se tornar uma floresta para as gera��es futuras.

Precisamos que as florestas sejam uma resposta pr�tica, confi�vel e justa �s nossas crises clim�ticas e de biodiversidade — e Darwin nos mostrou o caminho.

* Rob MacKenzie � professor de ci�ncias atmosf�ricas na Universidade de Birmingham, no Reino Unido.

Christine Foyer � professora de ci�ncias das plantas na mesma universidade.

Este artigo foi publicado originalmente no site de not�cias acad�micas The Conversation e republicado aqui sob uma licen�a Creative Commons. Leia aqui a vers�o original (em ingl�s).

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