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Estado de Minas CABUL

Carv�o, um poluente inevit�vel no duro inverno afeg�o


24/11/2021 10:26

No mercado de Cabul, o carv�o chega �s toneladas � medida que o frio do inverno se aproxima. Embora os pre�os subam, os afeg�os t�m poucas op��es de aquecimento, criando um dos ares mais polu�dos do mundo.

"A polui��o causa doen�as respirat�rias graves (...) Todos os afeg�os sabem o que o carv�o faz", diz Amanullah Daudzai, um cliente vestido com o tradicional traje shalwar bege.

Tr�s meses ap�s o Talib� derrubar o governo pr�-Ocidente, a economia do Afeganist�o est� em colapso.

Nessas condi��es desesperadoras, Daudzai diz que o carv�o ainda � a alternativa mais barata.

"Se tiv�ssemos eletricidade e g�s, as pessoas n�o usariam carv�o", afirma um comerciante, Abdullah Rahimi.

Nenhum dos trabalhadores de Rahimi parece escapar da poeira preta que penetra profundamente nas rugas dos funcion�rios mais velhos.

Est� nas unhas de trabalhadores jovens, alguns com menos de 15 anos, e provavelmente em seus br�nquios.

- C�pula distante -

A c�pula do clima COP26 em Glasgow est� muito distante, e n�o apenas geograficamente. L�, quase 200 na��es assinaram um acordo para tentar reduzir o aquecimento global e colocaram o carv�o como um dos principais culpados.

O Afeganist�o, um dos pa�ses mais pobres do planeta, � um poluidor modesto. Em 2018, um afeg�o gerou em m�dia 0,2 tonelada de emiss�es de CO2, muito longe da m�dia de 15 para um cidad�o americano, de acordo com dados do Banco Mundial.

Mesmo assim, Cabul costuma ser listada entre as dez cidades mais polu�das do mundo.

Todo inverno, o ar da capital, localizada a 1.800 metros acima do n�vel do mar, torna-se t�xico, alimentado pela fuma�a de aquecedores dom�sticos que queimam carv�o, lenha ou qualquer outra coisa que possa queimar, de lixo dom�stico a pneus.

Das montanhas ao redor, uma espessa nuvem t�xica pode ser vista claramente envolvendo a bacia onde vivem cinco milh�es de pessoas.

"O aquecimento global � um problema para todos. Estamos cientes disso", diz Daudzai.

"O clima est� cada vez mais quente. N�o neva todos os invernos como antes", acrescenta.

Mas em Cabul, o meio ambiente est� longe de ser a primeira preocupa��o. Desde que o Talib� recuperou o poder em agosto, a ajuda internacional foi reduzida e a economia est� parcialmente paralisada.

O desemprego disparou, os sal�rios n�o s�o pagos e a fome e a mis�ria est�o se espalhando.

E, claro, menos carv�o � vendido.

"Antes, vend�amos um ou dois caminh�es em um dia. Agora leva de 15 a 20 dias", lamenta Abdula Rahimi.

Os pre�os do carv�o aumentaram 9% em rela��o ao ano anterior, devido ao transporte mais caro.

Mohamad Yusuf Mangal, um corretor de im�veis de 21 anos, acaba de comprar cinco toneladas. Ser�o necess�rios mais seis para aquecer durante todo o inverno.

"Os neg�cios est�o zerados", mas "precisamos comprar carv�o para sobreviver" ao inverno, diz ele.

Em outro mercado, Sharifa Atayee, uma vi�va de 38 anos com cinco filhos dependentes, chega para perguntar sobre os pre�os. Desiste. "Est� muito caro este ano".

Ela n�o sabe quando poder� comprar carv�o. Antes, trabalhava na pol�cia, mas n�o tem mais emprego desde a chegada do Talib�. Desempregada, teve que vender todo o seu ouro e joias, sem ser suficiente para sobreviver.


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