Ao menos 31 migrantes morreram nesta quarta-feira (24) no naufr�gio de um barco na costa norte da Fran�a, ponto de sa�da das travessias rumo ao litoral do Reino Unido, uma trag�dia que abalou as autoridades de Paris e Londres.
"A Fran�a n�o deixar� que a Mancha se torne um cemit�rio", declarou o presidente franc�s, Emmanuel Macron, ap�s anunciar a morte de pelo menos 31 pessoas.
O presidente franc�s pediu o "refor�o imediato dos recursos da ag�ncia Frontex nas fronteiras externas da Uni�o Europeia" e uma "reuni�o de emerg�ncia dos ministros europeus preocupados com a quest�o da migra��o".
O primeiro-ministro brit�nico, Boris Johnson, se disse "chocado, indignado e profundamente triste" com o ocorrido, afirmando querer "fazer mais" com a Fran�a para impedir essas travessias ilegais no Canal da Mancha.
"Tivemos problemas para convencer alguns de nossos parceiros, especialmente os franceses, a agir de acordo com a situa��o", afirmou Johnson � Sky News ap�s uma reuni�o de crise.
Apesar da tens�o entre os dois pa�ses por este fen�meno, Londres e Paris se comprometeram a "refor�ar" sua coopera��o, ap�s a chegada em 11 de novembro de 1.185 migrantes �s costas inglesas, um recorde.
O balan�o dessa trag�dia supera por si s� o n�mero total de mortes no Canal da Mancha desde 2018, quando come�ou a aumentar o n�mero de migrantes que tentam alcan�ar as costas brit�nicas a bordo de pequenas embarca��es devido � maior vigil�ncia nos portos e no t�nel que liga Fran�a e Inglaterra.
Antes desse naufr�gio, o balan�o de 2021 era de tr�s mortos e quatro desaparecidos. Em 2020, seis pessoas perderam a vida e outras tr�s desapareceram. Em 2019, foram registrados quatro mortos.
"As pessoas morrem na Mancha, que est� se tornando um cemit�rio a c�u aberto, como o Mediterr�neo", declarou Pierre Roques, coordenador de uma associa��o de migrantes em Calais.
Quatro pessoas detidas
Os navios de resgate com os corpos das v�timas devem chegar ainda esta noite a Calais, onde foi instalado um hangar para receb�-los.
Nesta cidade do norte da Fran�a, um grande per�metro de seguran�a foi implantado, com um importante dispositivo de bombeiros e socorristas, confirmou um jornalista da AFP.
De acordo com a autoridade mar�tima local, tr�s helic�pteros e tr�s navios participavam dos trabalhos de busca. O Minist�rio P�blico de Dunquerque (norte) anunciou � AFP a abertura de uma investiga��o.
Segundo as primeiras informa��es das equipes de resgate, o desastre aconteceu em um pequeno bote infl�vel, de pouca estabilidade em �guas mais tumultuosas.
O primeiro-ministro franc�s, Jean Castex, lamentou pelo Twitter esta "trag�dia". "Meus pensamentos est�o com os numerosos desaparecidos e feridos, v�timas de criminosos que se aproveitam de sua ang�stia e mis�ria", acusou.
Castex comandar� uma reuni�o interministerial para abordar a situa��o nas primeiras horas desta quinta-feira.
O ministro do Interior, G�rald Darmanin, que tamb�m expressou no Twitter sua "forte como��o" diante dessa "trag�dia" e destacou a "natureza criminosa" de quem "organiza essas travessias", anunciou que quatro traficantes de pessoas "diretamente relacionados" com essa trag�dia foram presos.
O prefeito mar�timo da Mancha e do Mar do Norte, Philippe Dutrieux, alertou na sexta-feira � AFP que o n�mero de travessias de migrantes a bordo de pequenas embarca��es dobrou nos �ltimos tr�s meses.
At� 20 de novembro, 31.500 migrantes sa�ram das costas francesas desde janeiro e 7.800 foram resgatados, afirmou Dutrieux, que apontou que a tend�ncia n�o diminuiu, apesar da queda das temperaturas.
O Reino Unido, que acusou meses atr�s a Fran�a de n�o fazer o suficiente para deter a chegada de migrantes a suas costas, vai garantir que 22.000 consigam cruzar o Canal da Mancha nos 10 primeiros meses do ano.