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Estado de Minas MUMBAI

M�dica transg�nero e influencer luta contra a intoler�ncia na �ndia


25/11/2021 09:14

"Sempre fui a mulher que sou", diz a indiana Trinetra Haldar Gummaraju, de 24 anos, m�dica e futura cirurgi�, ativista transg�nero e estrela do Instagram.

Poucos a viam do jeito que ela desejava. Pelo contr�rio, desde os quatro anos de idade, era ridicularizada e envergonhada cada vez que tentava colocar os s�ris ou saltos da m�e, ou fazia qualquer coisa considerada feminina.

"Meus pais me viam como um homem deficiente", explica Gummaraju, hoje m�dica do KMC Manipal, um dos principais hospitais universit�rios do pa�s.

Os meninos mais velhos a provocavam, os professores a humilhavam e um psic�logo aconselhou sua fam�lia a exp�-la a "influ�ncias mais masculinas".

Ningu�m considerou a possibilidade de ela ser transg�nero, nem mesmo ela.

"N�o me permitia questionar minha identidade de g�nero porque neste pa�s existe uma imagem muito negativa das pessoas trans. Elas s�o vistas como sinistras, abusivas, perigosas", reconhece.

Embora a grande maioria dos indianos orem aos deuses hindus, que frequentemente mudam da forma masculina para a feminina, a comunidade transg�nero � marginalizada da sociedade, com muitos de seus membros for�ados a mendigar ou se envolver em trabalho sexual.

Quando Gummaraju era adolescente, se odiava a tal ponto que se automutilava.

A esperan�a veio com sua admiss�o na faculdade de medicina, uma conquista que inspirou respeito entre aqueles que a rejeitaram.

L� encontrou uma comunidade mais compreensiva, incluindo um terapeuta que sugeriu fazer experi�ncias com sua express�o de g�nero.

E foi a� que apareceu o Instagram, "um espa�o online onde eu poderia ser eu mesma".

Hoje ela tem cerca de 220.000 seguidores, mas suas primeiras postagens n�o foram bem recebidas por seus professores e colegas conservadores.

Ela persistiu e acabou se revelando transg�nero para sua fam�lia, que a apoiou, e depois para centenas de pessoas no Facebook.

A transi��o come�ou com seu novo nome Trinetra - em homenagem a uma deusa hindu - uma terapia de reposi��o hormonal em 2018 e uma cirurgia em fevereiro de 2019.

Foi um momento de euforia, lembra, embora depois tenha passado um m�s de cama para se recuperar.

"Ver seu corpo mudar de forma � como uma cortina subindo", explica. "Pude me reconhecer no espelho", acrescenta.

- Danos colaterais -

Alguns efeitos colaterais foram inesperados e problem�ticos.

"Foi dif�cil constatar que uma das coisas que me fez perceber que agora eu era uma mulher foi receber assobios e ser assediada", destaca.

Ela tamb�m enfrentou amea�as de estupro quando postou autorretratos online, algo pelo qual as mulheres cisg�nero, aquelas cuja identidade de g�nero corresponde ao seu sexo de nascimento, podem ter empatia.

"Eu experimentei muitas coisas em comum com as mulheres cisg�nero", afirma.

Mas o crescente debate sobre os direitos dos transg�neros amea�a tornar a exist�ncia de seu coletivo ainda mais prec�ria, com as feministas cisg�nero pedindo que elas sejam removidas dos espa�os exclusivos para mulheres, lamenta Trinetra.

Depois que um seguran�a do hospital a for�ou a deixar o banheiro feminino em 2017, Gummaraju contraiu uma infec��o urin�ria por n�o beber �gua por horas para evitar ir ao banheiro p�blico.

"Algumas mulheres parecem n�o entender que n�o somos homens cisg�neros. N�o somos n�s que representamos uma amea�a para elas", argumenta. "Os discursos alarmistas t�m que acabar", completa.

Apesar dos muitos desafios enfrentados pela comunidade, ela espera que seu perfil em ascens�o ajude os jovens transg�neros a perceber que "a vida simplesmente fica melhor".

"Como m�dicos, sabemos que os humanos s�o resistentes por padr�o. Tenha f� em sua capacidade de se curar", resume.

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