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Estado de Minas FRANKFURT

Justi�a reconhece genoc�dio yazidi com condena��o de iraquiano na Alemanha


30/11/2021 10:37 - atualizado 30/11/2021 10:38

Um integrante iraquiano do grupo extremista Estado Isl�mico (EI) foi condenado nesta ter�a-feira (30) � pris�o perp�tua por "genoc�dio" contra a minoria yazidi por um tribunal da Alemanha, a primeira senten�a do tipo no mundo.

Os ju�zes do Tribunal Regional de Frankfurt consideraram Taha al Jumailly "culpado de genoc�dio, de crime contra a humanidade que provocou mortes, de crime de guerra e cumplicidade crimes de guerra".

A leitura do veredicto foi interrompida porque o acusado desmaiou pouco depois de ouvir a senten�a.

Esta � a primeira vez no mundo que um tribunal julga como "genoc�dio" a viol�ncia sofrida pelos yazidis, embora os investigadores da ONU j� utilizassem o termo.

"� um momento hist�rico para a comunidade", declarou � AFP Natia Navruzov, advogada e membro da ONG Yazda, que reuniu as evid�ncias de crimes cometidos pelo EI contra os yazidis.

"� a primeira vez na hist�ria yazidi que um perpetrador (de crimes) � levado � justi�a sob a acusa��o de genoc�dio", acrescentou.

O iraquiano Taha al Jumailly, que se uniu ao EI em 2013, foi considerado culpado de deixar uma menina yazidi de 5 anos morrer de sede durante o ver�o de 2015 em Fallujah (a 70 quil�metros de Bagd�). Ele havia "comprado a crian�a como escrava", de acordo com a acusa��o.

A ex-mulher de Al Jumailly, Jennifer Wenisch, de 30 anos, foi condenada no m�s passado a 10 anos de pris�o por "crime contra a humanidade que provocou a morte da menina".

A m�e da crian�a, Nora B., explicou durante o processo o calv�rio sofrido pela filha, "amarrada a uma janela" do lado de fora da casa, sob temperaturas que poderiam chegar 50 �C, segundo a Promotoria.

O r�u, atualmente com 29 anos, aplicou o castigo para puni-la por ter urinado no colch�o.

- M�ltiplos estupros -

A m�e, uma mulher analfabeta que fala kurmanyi, uma l�ngua curda, afirmou ter sido estuprada v�rias vezes pelos terroristas do EI depois que invadiram seu vilarejo no Monte Sinjar, no noroeste do Iraque, em agosto de 2014.

A minoria �tnica e religiosa yazidi foi especialmente perseguida pelo EI, que escravizou as mulheres e matou os homens.

A m�e da menina falecida � representada por tr�s advogados, entre eles a libanesa-brit�nica Amal Clooney, que lidera junto com a Nobel da Paz de 2018 Nadia Murad (escrava sexual do EI e da mesma aldeia da v�tima) uma campanha para reconhecer os crimes contra os yazidis como genoc�dio.

Para julgar o iraquiano, detido na Gr�cia em 2019 gra�as a um mandado de pris�o internacional, a Alemanha aplica o princ�pio da "jurisdi��o universal", que permite a um Estado processar os autores de crimes graves, mesmo quando cometidos fora de seu territ�rio.

Por isso, este processo envia "uma mensagem clara: n�o importa onde os crimes sejam cometidos e onde est�o os seus autores, gra�as � jurisdi��o universal, eles n�o podem se esconder", disse Natia Navruzov.

A Alemanha, lar de uma di�spora yazidi significativa, � um dos poucos pa�ses que concordou em processar os abusos cometidos pelo EI contra esta minoria.

A justi�a j� emitiu cinco condena��es por crimes contra a humanidade de mulheres vinculadas a essa comunidade em territ�rios conquistados pelo EI.

Em maio, uma equipe de investigadores da ONU anunciou que havia coletado "evid�ncias claras e convincentes" de que os jihadistas cometeram genoc�dio contra os yazidis.

Nadia Murad exigiu ent�o que o Conselho de Seguran�a da ONU recorresse ao Tribunal Penal Internacional ou criasse um tribunal espec�fico para o "genoc�dio" cometido contra sua comunidade.


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