Os ju�zes do Tribunal Regional de Frankfurt consideraram Taha al Jumailly "culpado de genoc�dio, de crime contra a humanidade que provocou mortes, de crime de guerra e cumplicidade crimes de guerra".
A leitura do veredicto foi interrompida porque o acusado desmaiou pouco depois de ouvir a senten�a.
Esta � a primeira vez no mundo que um tribunal julga como "genoc�dio" a viol�ncia sofrida pelos yazidis, embora os investigadores da ONU j� utilizassem o termo.
"� um momento hist�rico para a comunidade", declarou � AFP Natia Navruzov, advogada e membro da ONG Yazda, que reuniu as evid�ncias de crimes cometidos pelo EI contra os yazidis.
"� a primeira vez na hist�ria yazidi que um perpetrador (de crimes) � levado � justi�a sob a acusa��o de genoc�dio", acrescentou.
O iraquiano Taha al Jumailly, que se uniu ao EI em 2013, foi considerado culpado de deixar uma menina yazidi de 5 anos morrer de sede durante o ver�o de 2015 em Fallujah (a 70 quil�metros de Bagd�). Ele havia "comprado a crian�a como escrava", de acordo com a acusa��o.
A ex-mulher de Al Jumailly, Jennifer Wenisch, de 30 anos, foi condenada no m�s passado a 10 anos de pris�o por "crime contra a humanidade que provocou a morte da menina".
A m�e da crian�a, Nora B., explicou durante o processo o calv�rio sofrido pela filha, "amarrada a uma janela" do lado de fora da casa, sob temperaturas que poderiam chegar 50 �C, segundo a Promotoria.
O r�u, atualmente com 29 anos, aplicou o castigo para puni-la por ter urinado no colch�o.
- M�ltiplos estupros -
A m�e, uma mulher analfabeta que fala kurmanyi, uma l�ngua curda, afirmou ter sido estuprada v�rias vezes pelos terroristas do EI depois que invadiram seu vilarejo no Monte Sinjar, no noroeste do Iraque, em agosto de 2014.
A minoria �tnica e religiosa yazidi foi especialmente perseguida pelo EI, que escravizou as mulheres e matou os homens.
A m�e da menina falecida � representada por tr�s advogados, entre eles a libanesa-brit�nica Amal Clooney, que lidera junto com a Nobel da Paz de 2018 Nadia Murad (escrava sexual do EI e da mesma aldeia da v�tima) uma campanha para reconhecer os crimes contra os yazidis como genoc�dio.
Para julgar o iraquiano, detido na Gr�cia em 2019 gra�as a um mandado de pris�o internacional, a Alemanha aplica o princ�pio da "jurisdi��o universal", que permite a um Estado processar os autores de crimes graves, mesmo quando cometidos fora de seu territ�rio.
Por isso, este processo envia "uma mensagem clara: n�o importa onde os crimes sejam cometidos e onde est�o os seus autores, gra�as � jurisdi��o universal, eles n�o podem se esconder", disse Natia Navruzov.
A Alemanha, lar de uma di�spora yazidi significativa, � um dos poucos pa�ses que concordou em processar os abusos cometidos pelo EI contra esta minoria.
A justi�a j� emitiu cinco condena��es por crimes contra a humanidade de mulheres vinculadas a essa comunidade em territ�rios conquistados pelo EI.
Em maio, uma equipe de investigadores da ONU anunciou que havia coletado "evid�ncias claras e convincentes" de que os jihadistas cometeram genoc�dio contra os yazidis.
Nadia Murad exigiu ent�o que o Conselho de Seguran�a da ONU recorresse ao Tribunal Penal Internacional ou criasse um tribunal espec�fico para o "genoc�dio" cometido contra sua comunidade.
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FRANKFURT
Justi�a reconhece genoc�dio yazidi com condena��o de iraquiano na Alemanha
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