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Estado de Minas M�XICO

Acidentes, sequestros, homic�dios: entregadores lutam por sua seguran�a no M�xico


06/12/2021 17:14

Dezenas de acidentes mortais, sequestros e at� homic�dios: os entregadores de comida na Cidade do M�xico se unem para reivindicar, assim como seus colegas em outros pa�ses, seus direitos trabalhistas junto �s plataformas de servi�os, adaptando sua luta aos riscos caracter�sticos da megal�pole mexicana.

Enquanto na Europa os entregadores se preparam para discutir uma proposta que reconhe�a os direitos dos trabalhadores de plataformas como Uber, Didi, Deliveroo, seis iniciativas avan�am no Congresso mexicano.

As propostas visam a que tanto distribuidores quanto motoristas sejam reconhecidos como trabalhadores para que gozem de direitos planos, como previd�ncia social, f�rias e b�nus de Natal, enquanto as empresas seriam catalogadas como empregadoras, com todas as obriga��es que isto implica.

Ao menos 500.000 pessoas trabalham informalmente no M�xico como motoristas ou entregadores nestas plataformas digitais, estimou em outubro o Instituto Mexicano de Seguridade Social.

Na Cidade do M�xico, usando muletas e uma pr�tese na perna esquerda, V�ctor, de 33 anos, continua entregando comida em domic�lio ap�s sofrer, em 13 de dezembro de 2020, um acidente que o obrigou a se submeter a uma amputa��o na altura do joelho.

"Estava de moto. A� termina o que eu me lembro. Acordei na sexta-feira. N�o me lembrava de nada. Foi uma ambul�ncia que estava na via contr�ria", conta � AFP este jovem, em meio �s chamadas de um restaurante para entregar um pedido.

"Depois do meu acidente n�o recebi o apoio de ningu�m, nem do governo, nem da ambul�ncia que me atropelou, nem do seu seguro. As despesas foram pagas pela minha fam�lia e por mim", lamenta V�ctor.

Mesmo que o acidente n�o tenha ocorrido quando ele fazia um servi�o, V�ctor se tornou uma personalidade midi�tica do movimento "Ni un repartidor menos" (Nem um entregador a menos), que reivindica que eles sejam reconhecidos como trabalhadores com todos os seus direitos, sobretudo no que diz respeito � seguran�a.

"Falamos de 56 colegas mortos de mar�o de 2020 at� esta altura do ano, 52 morreram em ocorr�ncias vi�rias e cinco foram assassinados", afirma Sa�l G�mez, um dos fundadores do coletivo.

Em quest�o de horas, o "Ni un repartidor menos" contabilizou a 57� v�tima, documentada com imagens. Como acontece neste tipo de reivindica��es, � dif�cil confirmar os dados com fontes independentes.

A capital do M�xico � uma cidade perigosa para circular sobre duas rodas, apesar de ter criado faixas exclusivas para bicicletas em v�rias zonas.

Prova disso � que no domingo passado, um motorista alcoolizado atropelou cerca de 20 ciclistas que faziam uma peregrina��o at� a Bas�lica de Guadalupe.

O coletivo denunciou o atropelamento com o apoio de imagens impressionantes do momento, divulgadas amplamente pela m�dia local.

Uma d�zia de ciclistas precisou ser hospitalizada e o motorista e sua acompanhante foram detidos.

"Primeiro pedimos seguran�a vi�ria", afirma Sa�l.

- Sequestrada -

O "Ni un repartidor menos", criado recentemente, realizou diversas mobiliza��es, como um ato em frente ao Pal�cio Nacional, sede do governo federal, e um memorial em homenagem a Miguel Albarr�n, entregador de 30 anos, que perdeu a vida em um acidente de tr�nsito perto do museu de Frida-Kahlo, no sul.

O motorista que o atropelou estava alcoolizado, denunciou G�mez. "Isso n�o pode ficar impune", reclama.

Outros perigos espreitam o cotidiano dos entregadores desta cidade ca�tica onde moram entre 9 e 10 milh�es de pessoas e cuja popula��o pode chegar ao dobro se for somada a dos munic�pios metropolitanos.

Uma jovem de 34 anos que se apresenta como atriz desempregada conta que em 2020, quando a pandemia come�ou, foi sequestrada durante uma entrega no setor abastado de Polanco.

"� uma pessoa que tem muito dinheiro e influ�ncia", conta ela. "Ele me ofereceu trabalho. Era o gancho para que eu entrasse no seu apartamento. Disse que n�o", afirma, garantindo ter sido amea�ada de morte.

"A plataforma n�o fez absolutamente nada. N�o denunciei porque no M�xico as autoridades n�o fazem nada", continua a jovem, lamentando que nos aplicativos de servi�os n�o exista um canal para que os entregadores se queixem de clientes abusivos.

Na falta de uma den�ncia, � imposs�vel confirmar a vers�o com as autoridades.

Em mar�o de 2020, quando teve in�cio a pandemia e se multiplicaram os pedidos nas plataformas, a empresa de seguran�a Grupo Alfa alertou em um comunicado que os entregadores eram sequestrados por criminosos, que os obrigavam a revelar dados de seus clientes, que se tornavam alvos em potencial destes delinquentes.

Uber

Deliveroo


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