V�rias testemunhas disseram � AFP que o inc�ndio carbonizou completamente partes da pris�o superlotada, que abrigava 1.539 presos (para 400 lugares) no final de novembro, de acordo com dados da administra��o penitenci�ria.
Segundo estas testemunhas, que descreveram "enormes chamas", o inc�ndio come�ou por volta das 4h00 (00h00 no hor�rio de Bras�lia), surpreendendo os detentos durante o sono.
"Come�amos a gritar que �amos ser queimados vivos quando vimos as chamas subindo muito alto, mas a pol�cia se recusou a abrir as portas dizendo 'essas s�o as ordens que recebemos'", declarou � AFP um detido, contactado por telefone.
"N�o sei como escapei, mas v�rios prisioneiros foram totalmente queimados", contou.
O vice-presidente Prosper Bazombanza e quatro ministros (Interior e Seguran�a P�blica, Justi�a, Sa�de, Solidariedade) foram ao local, onde a imprensa foi mantida � dist�ncia por militares e policiais.
Segundo uma fonte policial, os servi�os de emerg�ncia demoraram a chegar.
Um primeiro caminh�o de bombeiros chegou duas horas ap�s o in�cio do inc�ndio, antes da chegada de outros seis de prov�ncias vizinhas, disse.
O inc�ndio foi causado por um "curto-circuito", informou no Twitter o minist�rio do Interior, Desenvolvimento Comunit�rio e Seguran�a P�blica.
Em 21 de agosto, um inc�ndio atingiu um bloco da pris�o central, sem causar v�timas. O minist�rio do Interior disse que este incidente tamb�m se deveu a um curto-circuito.
Constru�da em 1929, a pris�o central da capital pol�tica do Burundi, Gitega, no centro do pa�s, � a terceira maior do Burundi depois da de Mpimba, localizada na capital econ�mica Bujumbura, e da de Rumonge.
Os presos frequentemente denunciam as condi��es de deten��o - de falta de espa�o e alimentos.
"�s vezes ficamos at� tr�s dias sem ser abastecidos pela pris�o e nossas fam�lias n�o podem nos ajudar porque desde junho de 2020 n�o recebemos mais visitas sob o pretexto de nos proteger da covid-19", disse um deles � AFP.
A ONG ACAT-Burundi confirmou esta situa��o e explicou que � generalizada nas onze pris�es do pa�s.
Em 26 de novembro, havia 12.878 presos para uma capacidade de 4.294, de acordo com a administra��o penitenci�ria de Burundi, apesar do an�ncio do indulto presidencial, em mar�o deste ano, para 5.200 presos, a fim de descongestionar as pris�es.
As primeiras solturas ocorreram em abril.
O Burundi, um dos pa�ses mais pobres do mundo, � liderado pelo general Evariste Ndayishimiye, eleito em junho de 2020 ap�s a morte repentina de Pierre Nkurunziza, no poder desde 2005.
NAIR�BI