Em Nova Caled�nia, situada a cerca de 2.000 quil�metros a leste da Austr�lia, as 307 se��es eleitorais abriram �s 07h locais de domingo (17h de s�bado, hor�rio de Bras�lia) e fechar�o �s 19h (2h de domingo em Bras�lia). Espera-se que os primeiros resultados sejam apresentados algumas horas ap�s o encerramento.
Este � o terceiro referendo no arquip�lago desde os Acordos de Matignon de 1988, que buscavam uma sa�da para a crise no territ�rio.
Depois de recha�ar a ruptura com a metr�pole em duas ocasi�es, os 185.000 habitantes de Nova Caled�nia ter�o que responder � pregunta: Voc� quer que Nova Caled�nia obtenha sua soberania absoluta e seja independente?
Em Noum�a, as filas na abertura das se��es sumiram rapidamente, com eleitores chegando a conta-gotas. As autoridades mobilizaram um dispositivo de seguran�a com 2.000 agentes na ilha.
Esta presen�a "� uma provoca��o para os jovens", disse � AFP um morador de Saint-Louis, tribo ind�gena �s portas de Numea, que viveu fortes incidentes no primeiro referendo.
A consulta ocorre em um momento de muita tens�o entre a Fran�a e seus aliados na regi�o do Pac�fico. Paris quer continuar tendo um papel relevante ali, gra�as a seus territ�rios ultramarinos, entre eles a Nova Caled�nia.
O presidente da Fran�a, Emmanuel Macron, insistiu em que Paris n�o toma partido no referendo e prometeu "uma vida em comum" entre a Fran�a e a Nova Caled�nia independentemente do resultado.
A Fran�a criticou em setembro a Austr�lia por romper um contrato de compra de submarinos entre os dois pa�ses, em favor de um pacto de seguran�a com Reino Unido e Estados Unidos.
Por tr�s dessa disputa est� o papel da China na regi�o. Os analistas suspeitam que uma Nova Caled�nia independente poderia se aproximar da China, que tem a inten��o de investir na explora��o dos recursos naturais do arquip�lago.
Pequim j� � o maior cliente para a exporta��o de metais de Nova Caled�nia, em especial o n�quel.
- 'Colar de p�rolas' chin�s -
"Com o fim da prote��o francesa, aparecem todos os elementos para que a China se estabele�a permanentemente em Nova Caled�nia", opina Bastien Vandendyck, analista de Rela��es Internacionais especializado no Pac�fico.
Vandendyck considera que outras na��es da regi�o da Melan�sia, como Fiji, Vanuatu, Ilhas Salom�o e Papua Nova Guin� j� s�o "sat�lites chineses".
"Para a China completar seu 'colar de p�rolas' em torno da Austr�lia s� falta a Nova Caled�nia", afirma o especialista.
Os partid�rios da independ�ncia pediram um boicote � vota��o de domingo e o adiamento da mesma porque n�o houve uma "campanha justa" por causa dos riscos da pandemia de coronav�rus e amea�am n�o reconhecer os resultados do referendo.
"Este referendo n�o faz muito sentido porque metade da popula��o decidiu n�o votar. Eu vim por esp�rito c�vico", disse Cathy, uma livreira que aguardava para votar em Noum�a.
As autoridades do arquip�lago tamb�m emitiram um alerta de ciclone para este s�bado, e pediram que a popula��o esteja atenta aos boletins meteorol�gicos.
Os defensores da perman�ncia como territ�rio da Fran�a convocaram uma mobiliza��o maci�a diante do boicote dos independentistas, para evitar que sua previs�vel vit�ria fique manchada pela baixa participa��o.
No �ltimo referendo, em 2018, os defensores da perman�ncia como territ�rio franc�s ganharam com 56,7% dos votos, mas seu percentual de apoio caiu para 53,3% nas elei��es locais de 2020.
Em junho, os diferentes campos pol�ticos acordaram com o governo franc�s que, para al�m do resultado de domingo, o per�odo que se inicia agora deve ser de "estabilidade e converg�ncia", e um novo referendo dever� ser realizado em junho de 2023 para decidir o "projeto" futuro de Nova Caled�nia.
NOUM�A