Marido da principal opositora em Belarus condenado a 18 anos de pris�o

Um tribunal de Belarus condenou nesta ter�a-feira (14) a elevadas penas de pris�o v�rios cr�ticos do regime do presidente Alexander Lukashenko, incluindo Serguei Tikhanovsky, o marido da l�der opositora no ex�lio Svetlana Tikhanovskaya, senten�a duramente criticada pelos Estados Unidos e pela Uni�o Europeia.

Serguei Tikhanovsky, um videoblogger de 43 anos que est� detido h� um ano e meio, foi condenado a 18 anos de pris�o por "organiza��o de dist�rbios em larga escala, incita��o ao �dio na sociedade, dist�rbios p�blicos e obstru��o � Comiss�o Eleitoral".

Pouco depois do an�ncio do veredicto, a l�der da oposi��o bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaya, denunciou uma "vingan�a" do regime.

No julgamento tamb�m foram anunciadas as penas de outros opositores, como Mikola Statkevitch, de 65 anos e candidato � presid�ncia de 2010, e que j� havia sido detido em outras ocasi�es. Ele foi condenado a 14 anos de pris�o.

Artiom Sakov e Dimitri Popov, que trabalhavam para Tikhanovsky, passar�o 16 anos na pris�o. Vladimir Tsyganovitch, criador de conte�dos cr�ticos ao governo no YouTube, e Igor Lossik, jornalista opositor de 29 anos, foram condenados a 15 anos de pris�o.

- "N�o vamos parar" -

"Meu marido, Serguei Tikhanovsky, � condenado a 18 anos de pris�o. O ditador se vinga publicamente de seus opositores mais fortes", escreveu Tikhanovskaya no Twitter

"O mundo inteiro observa. N�o vamos parar", completou.

Contatada pela AFP em Bruxelas, a opositora disse estar determinada a continuar a luta pela democracia em seu pa�s e confiou na unidade da Europa contra o "ditador" Lukashenko.

"N�o temos tempo para chorar, nem para pensar demais", declarou ap�s a condena��o de seu marido, com quem s� pode se comunicar por meio de breves mensagens transmitidas pelo seu advogado, segundo afirmou.

"Meu marido, um homem corajoso, excepcional, se tornou um inimigo pessoal de Lukashenko", disse, convencida de que n�o vai cumprir toda a pena.

A Uni�o Europeia (UE) denunciou as condena��es "severas e sem fundamentos" contra os opositores e amea�ou com novas san��es contra Belarus.

Os Estados Unidos exigiram o fim da "repress�o" no pa�s. "Nenhum desses indiv�duos, nem o povo bielorrusso, merece uma repress�o t�o dura", declarou o secret�rio de Estado americano Antony Blinken.

J� a nova ministra alem� das Rela��es Exteriores, Annalena Baerbock, denunciou "vereditos escandalosos" que "desonram o estado de Direito e as obriga��es internacionais em Belarus".

Serguei Tikhanovsky ficou famoso com seus v�deos no Youtube nos quais chamava Lukashenko de "barata" que precisava ser esmagada. Foi detido em maio de 2020 quando planejava se apresentar �s elei��es presidenciais que aconteceram em agosto.

Tikhanovskaya, 39 anos, substituiu o marido "por amor" na campanha e conseguiu mobilizar, para surpresa geral, milhares de manifestantes em protestos sem precedentes contra o governo, que foram violentamente reprimidos.

Esta professora de ingl�s se viu obrigada a partir para o ex�lio pouco depois das elei��es presidenciais. Desde ent�o, ela viaja pelo mundo e visita chefes de Estado e de Governo de pa�ses ocidentais para aumentar a press�o sobre o presidente bielorrusso.

- Acusa��es "imagin�rias" -

Tikhanovsky e o resto dos acusados estavam sendo julgados a portas fechadas desde junho. Poucas informa��es foram divulgadas sobre o processo e os advogados da defesa foram amea�ados de perder o direito de exercer a profiss�o se falassem sobre o caso.

"Considero que (as acusa��es) s�o imagin�rias e com motiva��o pol�tica", afirmou no fim de maio Tikhanovsky em uma carta enviada � emissora alem� Deutsche Welle.

Marina Adamovitch, esposa de Mikola Statkevitch, contou nesta ter�a-feira � r�dio Liberty que tem confian�a de que "o veredito n�o ser� aplicado".

Nos �ltimos meses, a justi�a bielorrussa j� havia condenado dois importantes opositores: o ex-executivo do setor banc�rio e candidato � presid�ncia Viktor Babariko e sua diretora de campanha, Maria Kolesnikova, com 14 e 11 anos de pris�o respectivamente.

A senten�a contra Tikhanovsky � a mais elevada pronunciada contra l�deres da oposi��o.

A ONG Viasna afirma que Belarus tem atualmente 912 presos pol�ticos.

Uni�o Europeia (UE), Estados Unidos e outros pa�ses ocidentais adotaram san��es contra as empresas bielorrussas e funcion�rios do regime de Lukashenko, que tem o apoio de Moscou, seu principal aliado.

No in�cio de dezembro, o Ocidente voltou a anunciar san��es contra Minsk por ter orquestrado uma crise migrat�ria em sua fronteira com a Pol�nia, como vingan�a e para desestabilizar a UE, algo que o regime nega.