Quatro suspeitos est�o sendo julgados � revelia pelo tribunal encarregado de esclarecer as circunst�ncias da queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, sobre um territ�rio em conflito na Ucr�nia, que deixou 298 mortos em 2014.
Os promotores afirmaram que os quatro acusados tiveram um papel fundamental na hora de obter o sistema de m�ssil BUK terra-ar, que provavelmente buscava derrubar um avi�o militar ucraniano.
Os suspeitos "usaram um m�ssil BUK como uma ferramenta para perseguir seus pr�prios objetivos militares e atingir o MH17 com ele", estimou a acusa��o.
"Um erro no objetivo tamb�m n�o faz diferen�a no fato de que um crime tenha acontecido", argumentou o promotor Thijs Berger aos ju�zes.
Investigadores internacionais alegam que o m�ssil BUK foi transferido de uma base militar russa para uma parte do leste da Ucr�nia no poder dos separatistas pr�-Moscou, para ser usado contra as for�as de Kiev.
Para Berger, os homens julgados "n�o apertaram o bot�o (...), mas o usaram para sua luta armada com o objetivo de destruir um avi�o".
Os suspeitos julgados s�o os russos Igor Girkin, Serguei Dubinsky e Oleg Pulatov, al�m do ucraniano Leonid Kharshenko, que se negaram a comparecer ao julgamento na Holanda.
- Pena m�xima -
O veredicto do tribunal de seguran�a m�xima, pr�ximo ao aeroporto Schipol de Amsterd�, de onde decolou o voo com destino a Kuala Lumpur, s� deve ser anunciado no fim de 2022.
"A pena m�xima � pris�o perpetua", afirmou � AFP o porta-voz do tribunal.
Os corpos das v�timas ficaram espalhados por um campo de girass�is, entre os destro�os da aeronave.
Girkin, 49 anos, conhecido pelo pseud�nimo "Strelkov", � o suspeito mais famoso, um ex-espi�o russo que contribuiu para o in�cio da guerra na Ucr�nia.
Dubinsky, 57, tamb�m ligado � intelig�ncia russa, foi chefe do servi�o de informa��es militares dos separatistas.
Pulatov, 53, foi soldado das for�as especiais russas e subalterno de Dubinsky.
Kharshenko, 48, supostamente liderou uma unidade separatista no leste da Ucr�nia.
Pulatov � o �nico suspeito representado por advogados.
O porta-voz da corte afirmou que os promotores dedicar�o a segunda-feira e ter�a-feira � apresenta��o das provas, incluindo escutas telef�nica e eletr�nicas, assim como as circunst�ncias sobre o m�ssil e os acusados.
O pedido de condena��o deve ser apresentado na quarta-feira com "uma longa justificativa da pena solicitada", segundo o porta-voz.
Os promotores indicaram no in�cio do julgamento, em mar�o de 2020, que se o tribunal emitisse uma condena��o eles fariam o poss�vel para "garantir que fosse cumprida, na Holanda ou em outro lugar".
No julgamento foram ouvidos os depoimentos comoventes de parentes das v�timas, que falaram da perda de filhos, pais e irm�os. Tamb�m pediram � "corrupta" R�ssia que estabele�a justi�a.
Kiev enfrenta uma insurg�ncia pr�-Moscou em duas regi�es separatistas desde 2014, ano em que o Kremlin anexou a pen�nsula da Crimeia.
Os pa�ses ocidentais adotaram san��es contra a R�ssia pela derrubada do voo MH17.
Recentemente, a R�ssia enviou tropas para a fronteira com a Ucr�nia, um dispositivo criticado por pa�ses ocidentais, que denunciam supostos planos de invas�o e alertam Moscou sobre san��es significativas em caso de ataque.
Moscou negou a vers�o e o presidente Vladimir Putin se reuniu com o colega americano, Joe Biden, para receber garantias que permitiriam retirar as tropas.
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