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Estado de Minas SANTIAGO

Turbul�ncias econ�micas e pol�ticas no horizonte do esquerdista Boric no Chile


20/12/2021 19:21 - atualizado 20/12/2021 19:26

Sem maioria no Congresso para levar adiante seus projetos, com problemas econ�micos no horizonte e a tarefa de curar uma sociedade que emerge de uma campanha polarizada, o novo presidente eleito do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, se depara com uma trajet�ria �ngreme.

Os mercados reagiram com baixa � sua vit�ria nesta segunda-feira. O d�lar alcan�ou sua maior cota��o hist�rica, a 876 pesos, enquanto a bolsa de Santiago fechou com queda de seu principal indicador, o IPSA.

O nervosismo aumentou sobretudo pela diferen�a de 11 pontos que Boric abriu sobre o ultradireitista Jos� Antonio Kast, que obteve 44,1% dos votos contra 55,8% para o deputado.

"O mercado em geral dava como certa a vit�ria de Boric, mas ningu�m esperava que a diferen�a com Kast fosse t�o grande", explicou � AFP o economista Juan Ortiz, do Observat�rio do Contexto Econ�mico da Universidade Diego Portales.

Al�m disso, a participa��o hist�rica dos eleitores (de 55%) lhe permite ter "um um mandato totalmente posicionado", acrescenta Ortiz.

- Qual Boric? -

Tachado de "comunista" por seus detratores pela alian�a da Frente Ampla, da qual faz parte com o Partido Comunista, a grande d�vida do mercado � qual Boric vai governar: o de posi��es mais extremas que se apresentou no primeiro turno ou o mais moderado que disputou o segundo.

"Essa � a grande inc�gnita e enquanto isso n�o transparecer, a incerteza (econ�mica) vai permanecer", disse Ortiz.

O discurso da vit�ria, feito por Boric a milhares de pessoas que lotaram na noite de domingo a Avenida Alameda, no centro de Santiago, foi mais moderado.

"Vamos expandir os direitos sociais e o faremos com responsabilidade fiscal", afirmou.

"N�s o faremos cuidando da nossa macroeconomia. Vamos faz�-lo bem e isso permitir� melhorar as aposentadorias e a sa�de sem que seja preciso retroceder no futuro", acrescentou.

"A redu��o desta incerteza depende muito da pessoa que for nomeada para a pasta da Fazenda. N�o � o mesmo que seja uma pessoa que esteja dentro do n�cleo duro do candidato Boric do primeiro turno ou um ministro que esteja em uma posi��o mais de centro esquerda", acrescentou Ortiz.

Ap�s se reunir com o presidente Sebasti�n Pi�era no pal�cio presidencial, Boric anunciou que vai acelerar a defini��o do seu gabinete.

"Vamos fazer todo o esfor�o para que seja o quanto antes", disse o presidente eleito, quando perguntado sobre a data em que nomear� seus ministros.

Pi�era, em seu segundo mandato (2018-2022), nomeou seu gabinete em 22 de janeiro, cerca de um m�s depois de ser reeleito.

"Espero n�o superar este prazo. Somos conscientes de que � importante para o pa�s dar certezas, que alguns podem gostar e outros, n�o, mas � importante ter certeza do que vem", acrescentou.

- Rumo a um Estado de bem-estar -

Boric, de 35 anos, prometeu em sua campanha impulsionar um "Estado de bem-estar" em um dos pa�ses com maior desigualdade social do mundo, uma brecha na origem da denominada "revolta social" de 2019 que sacudiu o pa�s a partir de 18 de outubro de 2019.

O maior obst�culo a superar rapidamente nas reformas que Boric prometeu - como o fim das Administradoras de Fundos de Pens�o privadas, um sistema universal de sa�de e 500.000 novos empregos para as mulheres, entre outras -, � a composi��o do Congresso que assumir� com ele, dividido em partes iguais entre partidos de esquerda e direita.

"Governar ser� muito, muito dif�cil", disse � AFP Michael Shifter, do centro de an�lise Di�logo Interamericano em Washington.

O novo presidente "ter� que negociar e fazer acordos e alian�as", estimou.

- "Curar uma na��o" -

A participa��o na vota��o de domingo (55,4% de acordo com as proje��es oficiais) foi recorde em um pa�s de alta absten��o e com um eleitorado de centro que ficou �rf�o de candidatos quando Boric e o candidato da extrema-direita Jos� Antonio Kast se tornaram advers�rios na elei��o.

"Boric ter� que curar uma na��o", disse � AFP Patricio Navia, da Universidade de Nova York.

"Mas o processo de redigir uma nova Constitui��o ainda est� em andamento e haver� um plebiscito sobre a nova Constitui��o em menos de um ano. Ent�o, n�o acho que tenha muito tempo para curar, 2022 ser� um ano dif�cil", acrescentou.

Uma conven��o dominada por representantes de esquerda elabora uma nova Constitui��o para substituir a aprovada sob o regime de Pinochet, � qual se concede o cr�dito do relativo bem-estar econ�mico chileno, mas tamb�m � culpada por uma forte desigualdade social.

- Desacelera��o econ�mica -

Ap�s uma queda do PIB de 5,8% em 2020 devido �s restri��es impostas pela pandemia de coronav�rus, o Chile termina 2021 com uma proje��o de crescimento de 11,5%. Para 2022 se anuncia uma desacelera��o, com crescimento do PIB entre 2% e 3%.

Grande parte do crescimento deste ano foi alimentado com ajudas do governo no valor de 3 bilh�es de d�lares mensais para estimular a economia devastada pela pandemia e os saques antecipados dos fundos de pens�o privados no valor de 50 bilh�es de d�lares, aprovados pelo Congresso sob forte press�o da opini�o p�blica.


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