Pequim tamb�m denunciou as "inger�ncias" ocidentais, depois da designa��o, por parte de Washington, de uma "coordenadora especial" para o Tibete, assim como da avalanche de cr�ticas sobre as elei��es locais em Hong Kong, no fim de semana passado.
"Estamos tomando contramedidas contra quatro membros da Comiss�o de Liberdade Religiosa Internacional americana (USCIRF, na sigla em ingl�s): sua presidente, Nadine Maenza; sua vice-presidente, Nury Turkel; e os comiss�rios Anurima Bhargava e James W. Carr", disse o porta-voz porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores, Zhao Lijian, � imprensa.
Os quatro foram apontados por criticarem o tratamento dado � minoria mu�ulmana uigur em Xinjiang, um tema que tem sido fonte de tens�o entre os pa�ses ocidentais e Pequim. O governo chin�s nega os abusos.
As san��es incluem "a proibi��o das pessoas mencionadas de entrarem na China e o congelamento de seus bens na China continental, Hong Kong e Macau", acrescentou o porta-voz.
"Cidad�os e institui��es chineses tamb�m est�o proibidos de tratar com essas pessoas", acrescentou.
A comiss�o americana foi criada em 1998 com a miss�o de avaliar a liberdade religiosa no mundo e tem sido cr�tica ao tratamento dado aos uigures na China.
Ativistas afirmam que pelo menos um milh�o de uigures e de outras minorias mu�ulmanas foram presos em acampamentos na prov�ncia de Xinjiang, noroeste da China.
Grupos de direitos humanos e governos estrangeiros garantem terem encontrado evid�ncias de pris�es em massa, trabalho for�ado, doutrina��o pol�tica, tortura e esteriliza��o for�ada de uigures na China.
O tratamento dado aos uigures mu�ulmanos, principal grupo �tnico em Xinjiang (noroeste), cristalizou o aumento das tens�es entre a China e o Ocidente.
Nos �ltimos meses, Washington imp�s san��es cada vez maiores a empresas e pol�ticos chineses, acusados de participarem da persegui��o e dos supostos maus-tratos � popula��o local desta regi�o.
- Jogos Ol�mpicos -
Durante muito tempo, Xinjiang sofreu sangrentos atentados, em especial contra civis, atribu�dos a separatistas, ou a isl�micos uigures. Hoje, eles s�o objeto de uma vigil�ncia draconiana.
Apoiados em interpreta��es de documentos oficiais, em depoimentos de supostas v�timas e em extrapola��es estat�sticas, estudos ocidentais acusam Pequim de ter internado pelo menos um milh�o de pessoas em "acampamentos" de deten��o, realizando "esteriliza��es for�adas" e impondo "trabalhos for�ados".
Washington classifica esta campanha como "genoc�dio" e, por isso, far� um boicote diplom�tico aos Jogos Ol�mpicos de Inverno de Pequim. O evento acontece de 4 a 20 de fevereiro de 2022.
Em um primeiro momento, a China negou a exist�ncia dos acampamentos de Xinjiang, mas depois defendeu-os como "centro de forma��o profissional", destinados a manter os habitantes desta regi�o longe do extremismo religioso.
Em 10 de dezembro, o governo americano anunciou que aplicaria san��es ao presidente da regi�o aut�noma de Xinjiang, Erken Tuniyaz, assim como a seu antecessor, Shohrat Zakir, ambos uigures, por supostas viola��es dos direitos humanos.
Na semana passada, Washington tamb�m anunciou san��es a empresas chinesas acusadas de colaborarem com a repress�o nesta regi�o. Entre elas, est� a principal fabricante de drones do mundo, DJI.
A China acusa dos EUA, frequentemente, de usarem a quest�o dos direitos humanos para impedir seu desenvolvimento econ�mico e p�r em xeque o espa�o cada vez maior que ocupa na arena internacional.
- "Irrespons�veis" -
O governo dos Estados Unidos anunciou na segunda-feira (20) a nomea��o de uma "coordenadora especial" para "promover o respeito pelos direitos humanos" no Tibete - agora uma regi�o aut�noma localizada no oeste da China.
A iniciativa foi muito mal recebida por Pequim, que manifestou, nesta ter�a, sua "firme oposi��o".
"N�o toleramos a inger�ncia de nenhuma for�a estrangeira" nos assuntos tibetanos, declarou o porta-voz Zhao Lijian, pedindo a Washington que "respeite seu compromisso (...) de n�o apoiar a independ�ncia do Tibete".
Lijian tamb�m criticou o G7 e a Uni�o Europeia (UE), que ontem expressaram sua "profunda preocupa��o" com a "eros�o" da democracia em Hong Kong, ap�s as elei��es legislativas locais no domingo (19).
Apenas candidatos "patri�ticos", ou seja, leais a Pequim, puderam se apresentar para integrar o Conselho Legislativo nesta ex-col�nia brit�nica, hoje um territ�rio semiaut�nomo chin�s.
Zhao Lijian condenou os coment�rios "irrespons�veis" sobre o tema.
"Sob o dom�nio colonial brit�nico (antes de 1997), Hong Kong n�o tinha a m�nima democracia (...) Mas, curiosamente, nenhum pa�s dito democr�tico protestava naquela �poca", rebateu.
"Esses pa�ses ocidentais devem aceitar a realidade: Hong Kong foi devolvida para a China h� 24 anos", concluiu o porta-voz.
DJI
PEQUIM