O voo derrubado decolou do aeroporto de Schipol, em Amsterd�, com destino a Kuala Lumpur, em julho de 2014, e sobrevoou uma zona em conflito. Esta semana, os promotores conclu�ram a argumenta��o, mas o veredicto deve ser anunciado somente no fim de 2022.
Os quatro suspeitos s�o os russos Sergei Dubinski, Igor Guirkin e Oleg Pulatov, e o ucraniano Leonid Kharshenko, todos altos quadros dos separatistas pr�-R�ssia do leste da Ucr�nia acusados de terem abatido a aeronave com um m�ssil terra-ar BUK.
"Pedimos que os suspeitos Girkin, Dubinsky, Pulatov e Kharchenko sejam condenados � pris�o perp�tua por sua responsabilidade na queda do avi�o que provocou a morte destas 298 pessoas", disse o promotor Manon Ridderbeks aos ju�zes.
- Papel central -
A acusa��o afirma que os quatro suspeitos tiveram um papel central na obten��o do sistema de m�ssil terra-ar BUK, com o prov�vel objetivo, ainda segundo a Promotoria, de derrubar um avi�o militar ucraniano.
"Se essa era sua inten��o, isso n�o muda nada, porque continuam sendo acusados de um ato criminoso", alegaram os promotores.
Na audi�ncia em um tribunal de seguran�a m�xima pr�ximo ao aeroporto de Schipol, eles destacaram que o fato de terem errado o alvo n�o constitui qualquer diferen�a, diante da evid�ncia de que cometeram um crime.
Ainda segundo a acusa��o, a lei holandesa n�o distingue entre aeronaves militares e civis.
"Qualquer viol�ncia contra a avia��o deve ser severamente punida", afirmaram.
Investigadores internacionais alegam que o m�ssil BUK foi transferido de uma base militar russa para uma parte do leste da Ucr�nia no poder dos separatistas pr�-Moscou. O armamento seria usado contra as for�as de Kiev.
Os representantes das v�timas comemoram o pedido dos promotores.
"� o que esper�vamos", disse � AFP Piet Ploeg, representante da funda��o Vliegramp MH17. Este homem de 71 anos perdeu seu irm�o, sua cunhada e seu sobrinho no incidente.
Anton Kotte, que perdeu o filho, a nora e o neto, disse estar contente com o resultado.
"Havia 80 crian�as a bordo no avi�o (...). � assustador", afirmou.
- "Desprezo" -
As audi�ncias aconteceram em um momento de crescente tens�o pelo conflito na Ucr�nia, ap�s as acusa��es dos pa�ses ocidentais de que Moscou planeja uma invas�o.
Kiev enfrenta uma insurg�ncia pr�-Moscou em duas regi�es separatistas desde 2014, ano em que o Kremlin anexou a pen�nsula da Crimeia.
Moscou nega ter um contingente na fronteira com a Ucr�nia, mas os pa�ses ocidentais advertiram que adotar�o san��es contundentes, em caso de ataque.
O r�u mais conhecido � Girkin, de 49 anos, conhecido pelo pseud�nimo de "Strelkov", que significa "atirador" em russo. Foi um dos principais comandantes dos separatistas no in�cio do conflito na Ucr�nia.
Dubinsky, de 57, � acusado de pertencer aos servi�os de Intelig�ncia russos, e Pulatov, de 53, foi um soldado das for�as especiais russas, subordinado a Dubinsky.
J� Kharchenko, de 48, teria liderado uma unidade separatista no leste da Ucr�nia.
Girkin disse nesta quarta-feira � ag�ncia russa Interfax que n�o est� surpreso com o pedido de condena��o dos promotores.
"Se pudessem pedir a pena de morte, teriam pedido", afirmou.
Os promotores criticaram a atitude dos suspeitos que, com sua aus�ncia no tribunal, mostraram um "desprezo" pelos familiares das v�timas e mencionaram o medo de que atos violentos se repitam.
Os promotores afirmaram ainda que, depois que o MH17 foi abatido, eles esconderam a bateria antia�rea.
"At� hoje, continuam tentando esconder sua participa��o", afirmaram.
A promotora encarregada do caso, Digna van Boetzelaer, disse � AFP que as provas s�o "convincentes e abundantes".
Os advogados de Pulatov, que nega envolvimento no incidente, pedem sua absolvi��o, e declararam que as provas apresentadas eram "incompletas", reportaram ve�culos de comunica��o holandeses.
Pouco antes da audi�ncia, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, criticou, na rede RT, a atitude dos Estados Unidos. O ministro mencionou um padr�o duplo por parte de Washington que, no in�cio de 2014, pediu �s suas companhias a�reas que n�o voassem sobre o territ�rio russo perto da fronteira com a Ucr�nia, onde Moscou realizava manobras militares.
"Mas, em julho de 2014, quando havia uma verdadeira guerra no Donbass, ningu�m fechou seu espa�o a�reo", criticou.
BADHOEVEDORP