Soldados leais ao primeiro-ministro, Mohamed Hussein Roble, tomaram posi��es em torno do pal�cio presidencial, um dia depois de o presidente, Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como Farmajo, anunciar sua destitui��o.
"Os soldados n�o est�o longe dos principais pontos de controle que cercam o pal�cio presidencial, equipados com metralhadoras pesadas e lan�a-foguetes", relatou Saido Mumin, um morador do bairro presidencial, em conversa com a AFP nesta ter�a.
A disputa entre o presidente e seu primeiro-ministro come�ou h� v�rios meses, mas se intensificou nos �ltimos dias.
No s�bado (25), Farmajo retirou de primeiro-ministro a miss�o de organizar as elei��es - esperadas desde o in�cio do ano - e, na segunda-feira (27), "suspendeu-o" de suas fun��es, acusando-o de estar envolvido em um caso de corrup��o.
"O presidente decidiu suspender o primeiro-ministro Mohamed Hussein Roble e retirar seus poderes porque ele est� vinculado a [casos de] corrup��o", afirmou, em nota, o gabinete da presid�ncia, que acusa o chefe de Governo de interferir na investiga��o de um caso de apropria��o de terras.
Roble reagiu, acusando o presidente, ontem, de querer cometer "um golpe de Estado contra o governo, a Constitui��o e as leis do pa�s".
"Como o presidente aparentemente decidiu destruir as institui��es governamentais [...] ordeno que todas as for�as nacionais da Som�lia trabalhem sob a lideran�a do gabinete do primeiro-ministro a partir de hoje", disse Roble durante uma entrevista coletiva de seu gabinete, onde conseguiu entrar apesar da forte presen�a militar na parte externa do edif�cio.
"O primeiro-ministro est� decidido a n�o ser dissuadido por ningu�m no cumprimento de seus deveres nacionais, com o objetivo de liderar o pa�s rumo a elei��es que abrir�o o caminho para uma transfer�ncia pac�fica de poder", afirma um comunicado divulgado pelo gabinete de Roble.
Enquanto isso, os aliados da Som�lia - a miss�o da ONU neste pa�s, os Estados Unidos, a Uni�o Europeia e as Na��es Unidas - divulgaram um comunicado conjunto na noite de segunda-feira, no qual manifestaram sua "profunda preocupa��o".
Presidente desde 2017, Farmajo viu seu mandato expirar em 8 de fevereiro, sem conseguir chegar a um entendimento com as lideran�as regionais para a organiza��o de elei��es.
A Som�lia n�o realiza elei��es diretas h� 50 anos e tem um sistema indireto complexo. A organiza��o das elei��es foi afetada nos �ltimos meses por v�rias circunst�ncias.
Em abril, combatentes pr�-governo e opositores trocaram tiros nas ruas de Mogad�scio, depois que Farmajo ampliou por dois anos seu per�odo de governo, sem organizar elei��es.
A crise constitucional foi aplacada quando Farmajo recuou na decis�o e Roble negociou um calend�rio eleitoral.
Mas, nos meses seguintes, a rivalidade entre os dois pol�ticos afetou novamente a vota��o.
MOGAD�SCIO