Na China, pa�s onde o v�rus foi detectado pela primeira vez no final de 2019, mant�m uma estrat�gia de "covid zero" que permitiu conter rapidamente a epidemia, mas essa t�tica implica um custo social e econ�mico muito alto.
- Como funciona? -
A partir do momento em que casos de covid-19 s�o detectados, as autoridades imp�em medidas restritas de confinamento e procedem � realiza��o de exames massivos e sucessivos na popula��o.
Essa estrat�gia implica que h� duas semanas os 13 milh�es de habitantes da metr�pole de Xi'an, no norte da China, estejam confinados ap�s a detec��o de apenas 150 casos.
As pessoas est�o proibidas de sair de casa e, se forem casos de contato, podem ser transferidas para centros de quarentena, que geralmente s�o hot�is convertidos.
Em todo o pa�s, o uso de m�scara continua a ser a norma nos transportes e em locais p�blicos e o passe de sa�de � obrigat�rio para a entrada em centros comerciais e escrit�rios.
- Funciona? -
Com base em dados oficiais, a China conseguiu limitar as infec��es a 100 mil casos em dois anos, dos quais menos de 5 mil morreram, panorama que contrasta com o resto do mundo.
Por exemplo, os Estados Unidos ultrapassaram um milh�o de infec��es em 24 horas no in�cio da semana.
A vida no pa�s voltou em grande parte ao normal, mas as autoridades est�o vigilantes, especialmente �s v�speras dos Jogos Ol�mpicos de Inverno de Pequim, que ser�o realizados entre 4 e 20 de fevereiro.
"N�o podemos evitar que casos individuais ocorram localmente, mas temos total confian�a na capacidade de eliminar rapidamente os focos de cont�gio", declarou em dezembro Liang Wannian, uma autoridade sanit�ria
- Quem perde? -
Os moradores de �reas confinadas reclamam da falta de alimentos e da dificuldade de acesso aos hospitais.
Uma mulher gr�vida de oito meses teve sua entrada negada em um hospital de Xi'an porque n�o tinha um teste anticovid de menos de 48 horas. O aborto que sofreu nas portas do estabelecimento gerou grande pol�mica nas redes sociais, o que levou as autoridades a pedir desculpas � paciente e punir os respons�veis, algo incomum na China.
Com as fronteiras praticamente fechadas e as passagens a�reas atingindo pre�os exorbitantes, muitas fam�lias n�o se veem h� mais de dois anos.
Embora a China tenha sido a �nica grande economia que teve crescimento em 2020, alguns setores como transporte, turismo ou hotelaria e restaura��o ainda n�o voltaram ao patamar de antes da crise.
No n�vel local, as medidas de bloqueio levaram ao fechamento de f�bricas e interromperam as cadeias de abastecimento.
- At� quando? -
"A China provou que uma estrat�gia de 'covid zero' pode ser mantida quase indefinidamente", observou o epidemiologista Ben Cowling, da Universidade de Hong Kong.
Na pr�tica, o pa�s fechou suas fronteiras em mar�o de 2020, minimizando o n�mero de voos internacionais e vistos concedidos a visitantes estrangeiros.
No que diz respeito aos cidad�os chineses, o Estado deixou de renovar passaportes, exceto em casos de necessidade imperativa.
Mas o fim das viagens ao exterior afeta apenas uma minoria da popula��o.
As poucas vozes cr�ticas sobre essa pol�tica governamental s�o acusadas de conluio com o exterior.
Em julho, o virologista Zhang Wenhong sugeriu que o pa�s deveria "aprender a conviver com o v�rus" e logo em seguida foi alvo de uma opera��o de busca e apreens�o em sua pr�pria universidade.
- O que aconteceria se a China levantasse as restri��es? -
Levando em conta o tamanho de sua popula��o o fato de o pa�s ter um sistema hospitalar insuficiente, pesquisadores da Universidade de Pequim alertam que o pa�s poderia experimentar um n�vel "colossal" de cont�gios se as restri��es fossem relaxadas.
Ivan Hung, epidemiologista da Universidade de Hong Kong, acredita que uma nova gera��o de vacinas mais eficazes contra as variantes delta e �micron poderia permitir que o pior fosse evitado.
At� agora, Pequim vacinou sua popula��o com f�rmulas de origem nacional.
Para o regime comunista seria problem�tico convencer sua popula��o a amenizar as medidas e deixar aumentar as infec��es, diante do caos da sa�de no resto do mundo, que a m�dia nacional exp�e diariamente.
"A transi��o (para outro tipo de estrat�gia de sa�de) pode ser complicada porque a sociedade tem o h�bito de conviver com um baixo �ndice de transmiss�o do v�rus", observou o pesquisador Thomas Hale, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
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