Governo e presidente eleito do Chile se enfrentam em licita��o de l�tio

O governo do Chile anunciou nesta quarta-feira uma concess�o milion�ria a duas empresas novas no mercado chileno para a extra��o de l�tio, o que gerou cr�ticas do presidente eleito, Gabriel Boric, e da oposi��o pol�tica.

O Minist�rio de Minas confirmou que as empresas BYD Chile SpA (China) e Servicios y Operaciones Mineras del Norte S.A. (Chile) obtiveram os contratos, por US$ 61 milh�es e US$ 60 milh�es, respectivamente, por 20 anos.

A licita��o gerou pol�mica por ter sido realizada faltando apenas tr�s meses para o fim do mandato do conservador Sebasti�n Pi�era, e apesar dos pedidos do esquerdista Boric e da oposi��o parlamentar para interromper e analisar o processo.

- Concess�o -

Cada empresa ter� uma cota de 80.000 toneladas - que representa 1,8% das reservas de l�tio conhecidas no Chile - com um prazo de sete anos para realizar a explora��o geol�gica, os estudos e o desenvolvimento do projeto.

O contrato entrega outros 20 anos para a explora��o do metal leve, considerado chave para o desenvolvimento de ve�culos el�tricos. "Representam 1,8% das reservas conhecidas de l�tio em nosso pa�s", informou o Minist�rio de Minas.

Dois meses antes de Boric substituir Pi�era, o governo decidiu avan�ar com a licita��o, apesar das cr�ticas, por considerar que as concess�es "permitir�o aumentar o dinamismo da ind�stria local de l�tio, para que o Chile recupere sua posi��o no cen�rio mundial", indicou a pasta.

A licita��o foi realizada em outubro de 2021. Cinco das mais de 70 ofertas foram selecionadas. O governo chileno tinha at� a pr�xima sexta-feira para anunciar as vencedoras.

De acordo com o Minist�rio de Minas, at� 2016 o Chile era o maior produtor mundial de l�tio, com 37% do mercado, mas hoje ocupa o segundo lugar - atr�s da Austr�lia - com 32%. Se o pa�s n�o conseguir aumentar sua produ��o, at� 2030 sua participa��o pode cair para 17%.

Horas ap�s a divulga��o do resultado, o ministro de Minas, Juan Carlos Jobet, compareceu ao Congresso, aonde havia sido convocado pela oposi��o para uma sess�o especial que pretendia analisar os termos das concess�es.

No Parlamento, os deputados da oposi��o mostraram sua irrita��o com a decis�o do governo e deixaram o local, "criticando a total falta de transpar�ncia no processo", informou a C�mara dos Deputados.

"� uma nega��o a um poder do Estado que o governo, uma hora antes desta sess�o especial � qual fomos convocados justamente para discutir essa mat�ria e fechar acordos relevantes para o pa�s, tenha concedido a duas empresas privadas a explora��o de l�tio por (quase) 30 anos. � uma falta de respeito com um poder do Estado", ressaltou Ra�l Soto, deputado opositor do Partido pela Democracia.