Pyongyang acelerou, nas �ltimas semanas, seus testes de armas, com o regime de Kim Jong Un buscando fortalecer as capacidades militares do pa�s - sujeito a pesadas san��es internacionais, enquanto recusa ofertas de di�logo dos Estados Unidos.
Os dois "m�sseis bal�sticos de curto alcance" foram lan�ados de um aeroporto perto de Pyongyang nesta segunda-feira pouco antes das 09h00 (21h00 de domingo no hor�rio de Bras�lia), e percorreram 380 km a uma altitude de 42 km, de acordo com o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
Os Estados Unidos pediram nesta segunda-feira que a Coreia do Norte "cesse suas atividades ilegais e desestabilizadoras".
Em conversa por telefone com seus colegas do Jap�o e da Coreia do Sul, o enviado de Washington para a Coreia do Norte, Sung Kim, tamb�m pediu que o governo de Pyongyang aceite a oferta de "di�logo sem condi��es" e reiterou o "compromisso inquebrant�vel" dos Estados Unidos "com a defesa de seus aliados", segundo um comunicado do Departamento de Estado.
A nota do porta-voz da diplomacia americana, Ned Price, indicou tamb�m que "se reafirmou o compromisso dos Estados Unidos com a desnucleariza��o completa da pen�nsula da Coreia".
Esses novos lan�amentos ocorrem em um momento delicado para a regi�o, com elei��es presidenciais marcadas para mar�o na Coreia do Sul, enquanto a China, �nico grande aliado da Coreia do Norte, se prepara para sediar os Jogos Ol�mpicos de Inverno no pr�ximo m�s.
A frequ�ncia e variedade dos testes mostram que a Coreia do Norte est� "tentando melhorar sua tecnologia e capacidades operacionais para realizar a��es secretas, de maneira que outros pa�ses tenham dificuldades em detectar os sinais preparat�rios de um lan�amento", comentou o ministro da Defesa japon�s, Nobuo Kishi, em coletiva de imprensa.
"O not�vel desenvolvimento da tecnologia de m�sseis da Coreia do Norte n�o pode ser ignorado, para a seguran�a do Jap�o e da regi�o", alertou.
A Coreia do Norte afirmou ter testado com sucesso m�sseis hipers�nicos, uma arma particularmente sofisticada, em 5 e 11 de janeiro, sendo o segundo lan�amento supervisionado pelo pr�prio Kim Jong Un.
Os m�sseis hipers�nicos podem atingir cinco vezes a velocidade do som, ou mais. S�o mais r�pidos e manobr�veis do que os m�sseis padr�o, tornando-os mais dif�ceis de interceptar pelos sistemas de defesa, nos quais os Estados Unidos gastam bilh�es de d�lares.
Os Estados Unidos responderam, na semana passada, com novas san��es, o que Pyongyang chamou de "provoca��o".
- "Rea��o certa" -
Se "os Estados Unidos adotarem tal atitude de confronto, a RPDC (Rep�blica Popular e Democr�tica da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte) ser� for�ada a uma rea��o certa e mais forte", advertiu um porta-voz do governo norte-coreano na sexta-feira.
Em seu plano de defesa para os pr�ximos cinco anos, apresentado em janeiro de 2021, a Coreia do Norte citou os m�sseis hipers�nicos como sua prioridade n�mero um, j� que o di�logo com os Estados Unidos sobre seu programa bal�stico e nuclear permanece paralisado.
O pa�s atravessa uma grave crise econ�mica, agravada pelas san��es e pelo fechamento de suas fronteiras em nome do combate � covid-19, e o regime "precisa apresentar algo aos norte-coreanos", estima Cheing Seong-chang, do Centro de Estudos Norte-coreanos do Instituto Sejong.
Pyongyang procura impressionar a popula��o com inova��o militar, pois "ficou claro que o Norte ter� que lutar no campo econ�mico", acrescenta este analista.
Um trem de carga norte-coreano cruzou a ponte internacional sobre o rio Yalu no fim de semana passado e entrou na China, informou a ag�ncia de not�cias sul-coreana Yonhap. Um evento que pode significar a retomada do com�rcio entre os dois pa�ses, suspenso desde o in�cio da pandemia, h� cerca de dois anos.
"O momento escolhido sugere que Pequim � mais do que c�mplice das provoca��es de Pyongyang", estima Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha em Seul. Segundo ele, "a China apoia economicamente a Coreia do Norte e coordena com ela do ponto de vista militar".
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