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Estado de Minas FRANKFURT

Justi�a alem� inicia julgamento contra m�dico s�rio por crimes contra Humanidade


19/01/2022 12:17

O julgamento por crimes contra a Humanidade de um m�dico s�rio acusado de torturar prisioneiros e matar pelo menos um opositor do presidente Bashar al-Assad come�ou nesta quarta-feira (19) em Frankfurt, confirmando o importante papel da Alemanha no julgamento de viola��es de direitos Humanos cometidas na S�ria.

Alaa Moussa, de 36 anos, chegou algemado no local reservado aos r�us no tribunal. Vestido com um casaco com capuz verde escuro, tentando esconder o rosto, manteve a cabe�a baixa durante a apresenta��o e trocou algumas palavras com seu advogado antes da leitura da acusa��o.

A Promotoria Federal est� julgando-o por "crimes contra a Humanidade", em nome da jurisdi��o universal da Alemanha. Se for considerado culpado, pode ser condenado a uma pena de pris�o perp�tua.

Esse princ�pio jur�dico permitiu, na semana passada, que um ex-oficial s�rio fosse condenado � pris�o perp�tua em outro julgamento na Alemanha, o primeiro desse tipo.

Preso em junho de 2020 em Hesse (oeste da Alemanha), Alaa Moussa � julgado por 18 casos de tortura de opositores ao regime s�rio e pelo assassinato de um detento por inje��o.

Ele confirmou ao tribunal que trabalhou em estabelecimentos do ex�rcito "at� julho de 2014", sem comentar as acusa��es. Desde 2015, este homem, que tem dois filhos, vive na Alemanha, onde chegou com um visto oficial.

O acusado ajudou a realizar "um ataque sistem�tico contra a popula��o civil" na S�ria, disse a promotora federal Anna Zabeck. "Torturou e infligiu graves danos f�sicos e psicol�gicos aos detidos", afirmou ao tribunal, listando os abusos dos quais o m�dico � acusado.

O acusado cometeu esses supostos abusos em dois hospitais militares em Homs, no centro da S�ria, e em Damasco. Segundo os opositores do regime, suas a��es ilustram o uso dessas unidades de sa�de para a repress�o.

O m�dico tamb�m teria atuado em uma pris�o da Intelig�ncia militar s�ria entre abril de 2011 e o final de 2012 em Homs, reduto da oposi��o ao regime.

Nesta quarta-feira, falando em um claro alem�o, mostrou seu curr�culo como m�dico formado na S�ria, procedente de "uma pequena cidade ao oeste de Homs", onde vive uma minoria crist� � qual sua fam�lia pertence.

- "Viol�ncia sexual" -

O m�dico "administrou uma inje��o com uma subst�ncia letal (...) em um detento que havia espancado, pelo que morreu alguns minutos depois", segundo a Promotoria de Karlsruhe.

Moussa teria realizado esta inje��o letal "para demonstrar seu poder e, ao mesmo tempo, reprimir a revolta de uma parte da popula��o s�ria", segundo a acusa��o.

Suspeita-se tamb�m de que, em meados de 2011, ano da eclos�o da revolta popular na S�ria, o r�u jogou �lcool antes de incendiar os �rg�os genitais de um adolescente na sala de emerg�ncia do hospital militar de Homs.

Esses abusos provam "a import�ncia da viol�ncia sexual" na repress�o na S�ria, disse � AFP Ren� Bahns, advogado das partes civis.

Os opositores torturados sofriam, dependendo do caso, golpes na cabe�a, no est�mago, nas partes genitais, ou em ferimentos que j� tinham.

O m�dico supostamente consertou uma fratura �ssea sem anestesia e encharcou uma ferida com um desinfetante contendo �lcool antes de incendi�-la, de acordo com evid�ncias coletadas pelo tribunal.

O acusado deixou a S�ria em meados de 2015 para chegar � Alemanha, gra�as a um visto emitido por este pa�s para s�rios que trabalhavam em determinadas profiss�es, incluindo medicina.

Alaa Moussa, cirurgi�o ortop�dico, voltou a atuar em v�rios hospitais at� ser reconhecido por refugiados s�rios.

No momento de sua pris�o em junho de 2020, ele trabalhava em uma cl�nica de reabilita��o em Bad Wildungen, uma cidade termal de Hesse. Seus colegas desconheciam seu passado nas pris�es s�rias.

A Promotoria de Karlsruhe considera Alaa Moussa um partid�rio fan�tico de Assad que chamava os opositores de "baratas" e participou "sem reservas" da repress�o.

"N�o � um defensor nem algu�m que tenha se distanciado do governo porque n�o tem nada a ver com o governo. Tamb�m n�o � um combatente da resist�ncia, isso est� muito claro", comentou seu advogado Ulrich Enders, ap�s a audi�ncia, prometendo "refutar" as acusa��es durante o julgamento, que vai durar v�rios meses.

O conflito na S�ria deixou quase 500 mil mortos e 6,6 milh�es de exilados.


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