"Crian�as que participavam desta cruzada", nome dado a esse tipo de encontro, est�o entre as v�timas, disse � AFP o porta-voz da pol�cia local, Moses Carter.
Ele acrescentou que o n�mero de v�timas na trag�dia provavelmente aumentar�. "O n�mero (de mortos) pode aumentar porque outras pessoas est�o em estado cr�tico", declarou.
As raz�es da trag�dia ainda n�o foram totalmente esclarecidas. As informa��es confirmadas sobre as circunst�ncias s�o incompletas.
A imprensa local informou que os fi�is foram atacados por bandidos, o que teria causado p�nico entre os presentes.
"Quando est�vamos saindo, zogos (nome dado a bandidos de rua) armados com facas come�aram a pedir dinheiro e telefones", contou Elisabeth Wesseh, de 34 anos.
"Ficamos assustados e come�amos a correr, mas a sa�da era pequena demais para todos. Aqueles que ca�ram, foram pisoteados pelos outros", disse ela.
O p�nico causou um refluxo. "As pessoas que sa�am se encontraram com aquelas que fugiam", disse Dixon Seebo, um parlamentar local.
"Entre as v�timas, h� onze crian�as e 18 adultos", informou.
Os fatos ocorreram durante um evento de dois dias no bairro pobre de New Kru, na periferia leste da capital.
A reuni�o de ora��o em torno de um pregador popular, o pastor Abraham Kromah, atraiu grandes multid�es, de acordo com imagens divulgadas pela imprensa e que circulam nas redes sociais.
Tais encontros, caracterizados por seu fervor religioso, s�o comuns neste pa�s muito religioso e predominantemente crist�o, um dos mais pobres do planeta, duramente atingido por guerras e doen�as em sua hist�ria recente.
No final do evento, os fi�is foram convidados a fazer uma oferta antes de partir, segundo informou uma testemunha.
"Quando aqueles que haviam deixado sua oferta sa�ram do local, ouvimos um barulho muito alto vindo da entrada", disse a testemunha, Emmanuel Gray, de 26 anos, � AFP.
"Quando chegamos l�, encontramos muitas pessoas ca�das no ch�o, mortas, e outras lutando pela sobreviv�ncia", relatou.
O presidente George Weah, "afligido por esta calamidade", declarou tr�s dias de luto nacional e ordenou que todas as bandeiras fossem hasteadas a meio mastro em pr�dios p�blicos em todo o pa�s.
Ele pediu que a pol�cia realize rapidamente "uma investiga��o exaustiva para descobrir se atos criminosos s�o ou n�o respons�veis" pela trag�dia.
A Lib�ria, um pa�s de cerca de 5 milh�es de pessoas na costa atl�ntica, luta para se recuperar de duas guerras civis que deixaram cerca de 250 mil mortos e centenas de milhares de deslocados entre 1989 e 2003.
As duas guerras civis causaram o colapso do Estado, devastaram a economia e as infraestruturas industriais.
Depois, a Lib�ria foi um dos tr�s pa�ses mais afetados pelo v�rus Ebola que eclodiu na �frica Ocidental em dezembro de 2013 e durou mais de dois anos. No total, mais de 11.300 pessoas morreram da doen�a no continente, incluindo mais de 4.800 na Lib�ria.
Mais recentemente, a pandemia de covid-19 dificultou ainda mais os esfor�os de recupera��o.
MONR�VIA