Justi�a brit�nica autoriza Assange a recorrer de extradi��o para EUA

A Justi�a brit�nica autorizou, nesta segunda-feira (24), o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, a recorrer � Suprema Corte da decis�o judicial de dezembro sobre sua extradi��o para os Estados Unidos.

Em um novo epis�dio desta longa saga judicial, no m�s passado, a corte de apela��es de Londres havia aprovado a entrega do australiano � Justi�a americana.

Os Estados Unidos querem julgar Assange pelo vazamento, desde 2010, de mais de 700.000 documentos confidenciais sobre atividades militares e diplom�ticas americanas, especialmente no Iraque e no Afeganist�o.

Em 10 de dezembro, o governo dos EUA obteve uma grande vit�ria quando um tribunal de apela��es de Londres revogou uma decis�o anterior de n�o entreg�-lo.

No entanto, no Reino Unido, para recorrer ao Supremo Tribunal, o juiz deve primeiro autoriz�-lo. Em primeira inst�ncia, a ju�za londrina Vanessa Baraitser havia impedido a extradi��o em janeiro de 2021, considerando que Assange, de sa�de mental fr�gil, poderia cometer suic�dio se fosse entregue ao sistema judicial dos Estados Unidos.

Mas em outubro, os advogados de Washington apelaram dessa decis�o. Eles garantiram que o australiano de 50 anos n�o seria mantido em isolamento punitivo em uma pris�o federal de seguran�a m�xima e que receberia tratamento m�dico adequado.

Considerando essas garantias suficientes, o tribunal de apela��o decidiu no m�s passado que o caso fosse enviado ao Minist�rio do Interior, que tem a palavra final sobre qualquer extradi��o.

- Liberdade de express�o ou espionagem? -

O caso de Assange tornou-se uma causa para os defensores da liberdade de express�o, para quem o WikiLeaks tem os mesmos direitos que outras m�dias de publicar material secreto, se for de interesse p�blico.

Mas o governo dos EUA, que o indiciou por 18 acusa��es, incluindo espionagem, diz que Assange n�o � um jornalista, mas um hacker e que a divulga��o de documentos n�o editados coloca em perigo a vida de seus informantes. Se extraditado, ele pode ser condenado a um m�ximo de 175 anos, embora a senten�a exata seja dif�cil de calcular.

Uma coaliz�o de associa��es antiguerra e milhares de defensores da paz assinaram uma declara��o na sexta-feira pedindo sua liberta��o imediata. "O governo (do presidente dos EUA, Joe) Biden enfrenta os advers�rios da Am�rica por suas defici�ncias na liberdade de imprensa, mas deve abordar sua pr�pria hipocrisia", disse Nathan Fuller, diretor da Courage Foundation.

O australiano est� detido na pris�o de alta seguran�a de Belmarsh, perto de Londres, desde que foi preso de surpresa em abril de 2019 dentro da embaixada equatoriana depois que o ent�o presidente Len�n Moreno retirou o asilo concedido por seu antecessor Rafael Correa.

Primeiro, foi em cumprimento a uma senten�a brit�nica por ter violado as condi��es de sua liberdade condicional ao se refugiar na lega��o para evitar ser extraditado para a Su�cia, onde enfrentava acusa��es de agress�o sexual.

O australiano alegou temer ser enviado de l� para os Estados Unidos. Mais tarde, ele foi mantido em pris�o preventiva enquanto sua extradi��o � decidida, pois o juiz considerou que ele poderia tentar fugir novamente se fosse libertado.