Os opositores da vacina��o contra a covid-19 est�o se mobilizando h� v�rias semanas na Alemanha, onde se re�nem regularmente para protestos, �s vezes acompanhados de incidentes com as for�as de ordem.
� muito prov�vel que as tens�es atinjam outro n�vel ap�s a iniciativa de vacina��o obrigat�ria, apoiada pelo chanceler Olaf Scholz, mas que divide claramente a sociedade, apresentada ao Bundestag (parlamento) na tarde desta quarta-feira.
Nesse contexto, os "disseminadores de �dio" s�o alvos do governo e, em particular, o Telegram.
"Nossa legisla��o tamb�m se aplica ao Telegram", sob pena de multas milion�rias, alertou o ministro da Justi�a, Marco Buschmann.
J� a ministra do Interior, Nancy Faeser, quer apresentar antes da P�scoa um plano que obrigue esta plataforma digital a eliminar mensagens de �dio, bem como a identificar os seus autores.
Alguns grupos de discuss�o antivacinas na rede atraem at� 200.000 pessoas, de acordo com uma contagem da AFP.
Na aus�ncia de coopera��o, Faeser n�o descarta a proibi��o total deste aplicativo na Alemanha.
Mas antes de chegar a isso, "todas as op��es devem ter sido esgotadas", disse, reconhecendo que a coopera��o europeia � necess�ria nesta quest�o sens�vel.
Em meados de dezembro, a pol�cia alem� realizou uma batida em Dresden (oeste), onde apreendeu armas ap�s a divulga��o de amea�as de morte contra o ministro-presidente do Land, identificadas em um grupo do Telegram.
Desde ent�o, o chanceler alem�o Olaf Scholz prometeu liderar uma luta implac�vel contra uma "minoria de extremistas".
A Alemanha promulgou uma lei controversa em 2017 que fortalece seu arsenal contra amea�as lan�adas na Internet, exigindo que redes sociais, como Facebook e Twitter, removam conte�do criminoso e o denunciem � pol�cia para poss�veis indiciamentos.
Assim, o Facebook anunciou em setembro a elimina��o de v�rias contas, p�ginas e grupos ligados ao grupo de "livres pensadores" na Alemanha, hostil �s medidas de combate � covid-19.
"Como consequ�ncia do fato de que as grandes plataformas n�o permitem mais conte�do racista, antissemitista ou de extrema-direita, como a nega��o do Holocausto, aqueles que o divulgam buscam novas ferramentas, na Alemanha � o Telegram", disse � AFP Simone Rafael, gerente digital da Funda��o 'Amadeu Antonio' para a luta contra o racismo.
Enquanto o Facebook colabora com as autoridades respeitando a lei, n�o � o caso do Telegram, segundo esta pesquisadora, que aponta que a maioria de seus usu�rios n�o est� ligada a movimentos antivacinas.
Numerosos pedidos da Pol�cia Criminal Federal Alem� (BKA) para remover conte�do nesta plataforma foram deixados no limbo.
H� tamb�m a possibilidade de exigir que o Google ou a Apple o removam de suas listas de downloads. Mas, isso n�o afetaria os usu�rios que j� possuem o aplicativo.
Para Rafael, a �nica maneira de superar os obst�culos � bani-lo completamente na Alemanha.
Assim, se tornaria o primeiro pa�s do Ocidente a tomar tal medida radical contra o servi�o de mensagens, criado em 2013 pelos irm�os Nikolai e Pavel Durov, dois opositores do Kremlin, cujo objetivo era evitar o controle pelo servi�o secreto russo.
J� existem proibi��es e regulamentos que afetam o Telegram na China, �ndia e R�ssia.
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