Crise na Ucr�nia reaviva debate sobre ades�o � Otan na Su�cia e Finl�ndia

O temor de uma invas�o da R�ssia � Ucr�nia reavivou o debate sobre a ades�o � Otan na Su�cia e Finl�ndia, que avaliam sua pol�tica de neutralidade ante a press�o de Moscou para obter o congelamento da amplia��o da alian�a militar.

O c�u de Helsinque foi cen�rio esta semana de manobras de ca�as. A Su�cia refor�ou desde o in�cio do ano a presen�a militar na ilha de Gotland, no Mar B�ltico, para responder �s tens�es com a R�ssia e chegou a mobilizar tanques blindados.

As demonstra��es de for�a s�o parte de um clima de preocupa��o, com manchetes de jornais do tipo "como a Su�cia resistiria a uma invas�o" ou boatos de ataques russos em mensagens do TikTok que deixaram as crian�as dos dois pa�ses preocupadas

Su�cia e Finl�ndia, que j� abandonaram uma longa pol�tica de neutralidade com sua ades�o � Uni�o Europeia em 1995, destacaram com veem�ncia nas �ltimas semanas seu direito de entrar na Otan caso decidam pela medida.

Os pedidos de Vladimir Putin de congelar a amplia��o da alian�a militar s�o "inaceit�veis" para Estocolmo e Helsinque, mesmo que os governos de esquerda no poder n�o tenham a inten��o de aderir � Otan.

"No fim, cabe � Finl�ndia e aos 30 aliados da Otan decidir sobre a quest�o da ades�o, e � exatamente a mesma coisa para a Su�cia", afirmou o secret�rio-geral da Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte, Jens Stoltenberg, em um encontro na segunda-feira com os ministros das Rela��es Exteriores dos dois pa�ses.

Moscou alerta com frequ�ncia para as consequ�ncias militares e pol�ticas de uma ades�o dos dois pa�ses escandinavos - a Finl�ndia tem fronteira com a R�ssia.

A opini�o p�blica est� dividida na Su�cia e majoritariamente contr�ria � ades�o na Finl�ndia, mas os partid�rios da Otan, tradicionalmente de direita, aumentaram nas �ltimas semanas.

Para Elina Valtonen, vice-presidente do partido conservador Coaliz�o Nacional, seria um "passo natural" para a Finl�ndia.

"J� estabelecemos acordos de coopera��o n�o apenas com a Otan, mas tamb�m com Reino Unido e Estados Unidos", destacou.

Ficou para tr�s o tempo em que a Finl�ndia era limitada por um tratado assinado ap�s a Segunda Guerra Mundial com a URSS que determinava a aprova��o de Moscou na maioria das decis�es sobre seguran�a.

Analistas entrevistados pela AFP n�o acreditam em uma ades�o, mas consideram prov�vel uma aproxima��o maior da alian�a transatl�ntica.

"Penso que veremos ainda mais coopera��o. Uma forma de coabita��o, fazemos as coisas juntos, mas n�o nos casamos", disse Elisabeth Braw, especialista dos pa�ses n�rdicos no American Entreprise Institute.

Para Robert Dalsj�, da Ag�ncia de Pesquisa Sueca (TOI), entrar na Otan continua sendo uma esp�cie de "blasf�mia" para muitos l�deres pol�ticos do pa�s, especialmente entre os social-democratas que est�o no poder.

No �nico pa�s da Europa que n�o passou por uma guerra nos �ltimos dois s�culos, muitos suecos veem as alian�as como o caminho para o conflito.

Segundo ele, uma mudan�a de postura s� poderia ser motivada por "um avan�o da Finl�ndia para a ades�o ou por uma amea�a t�o forte que altere o c�lculo pol�tico".

Depois de anos de profundo desinvestimento militar, a Su�cia come�ou a aumentar o or�amento de defesa em meados da d�cada passada, ap�s a anexa��o da Crimeia pela R�ssia.

Na �poca, o comandante do Estado-Maior provocou um terremoto pol�tico ao afirmar que o ex�rcito sueco conseguiria suportar uma invas�o russa por apenas uma semana.

Com 1.300 quil�metros de fronteira com a R�ssia, a Finl�ndia, que foi uma prov�ncia russa entre 1809 e 1917, vive com a recorda��o de suas duas guerras contra os sovi�ticos (1939-40 e 1941-44).

Com 900.000 reservistas em uma popula��o de 5,5 milh�es de habitantes, o pa�s est� bem preparado, afirma o ex-chanceler Erkki Tuomioja.

"Podemos mobilizar 280.000 soldados treinados, algo que nenhum outro pa�s na Europa consegue fazer", destacou.