Novo chefe de gabinete do Peru nega ser um agressor

O novo chefe de gabinete do presidente peruano, Pedro Castillo, H�ctor Valer Pinto, negou ser um "agressor", depois que a imprensa publicou nesta quinta-feira (3) que ele foi denunciado em 2016 por suposta viol�ncia familiar.

"N�o sou um agressor", disse � imprensa Valer, a quem o presidente empossou na ter�a-feira ao formar um novo gabinete, o terceiro em seus seis meses no poder. "N�o se pode manchar de forma alguma a honra de uma pessoa", acrescentou.

O advogado e parlamentar de 62 anos admitiu que no passado teve problemas com sua filha universit�ria, a quem chamou a aten��o v�rias vezes como qualquer pai, mas negou t�-la agredido ou ter sido condenado por viol�ncia familiar.

Para se manter nas fun��es, o gabinete chefiado por Valer precisa do voto de confian�a do Congresso, controlado pela oposi��o, mas esta pol�mica pode dificultar que o consiga.

J� anunciaram que negar�o o voto de confian�a o partido fujimorista e o ultradireitista Renova��o Popular, ao qual Valer pertencia at� 2021.

O jornal El Comercio, de Lima, reportou que sua esposa e sua filha denunciaram que "foram agredidas por Valer dentro de sua resid�ncia" em 21 de outubro de 2016. Em uma delegacia de Lima, a filha declarou naquele dia que seu pai "lhe deu bofetadas, socos, chutes [...] e pux�es de cabelo".

Uma ju�za determinou em fevereiro de 2017 "medidas protetivas" para a esposa porque havia "ind�cios de maus-tratos f�sicos", mas n�o para a filha, segundo o jornal. Outros jornais peruanos publicaram vers�es similares.

Valer "n�o gera confian�a", manifestou-se o partido de direita Avan�a Pa�s, mas o chefe de gabinete tamb�m sofreu com fogo amigo: o Minist�rio da Mulher pediu que se "esclare�am e realizem toda as investiga��es correspondentes" a este caso.

"O Minist�rio [...] repudia categoricamente todo ato que atente contra a integridade f�sica ou psicol�gica das mulheres ou dos integrantes do grupo familiar, seja de quem for, sem importar a posi��o pol�tica", destacou a pasta em um comunicado.

Castillo precisou reorganizar esta semana seu governo, ap�s a demiss�o surpreendente da chefe de gabinete, Mirtha V�squez, por desaven�as sobre promo��es na pol�cia.

Em dezembro, o presidente peruano precisou depor no Minist�rio P�blico sobre supostas press�es para promover oficiais militares alinhados com seu governo. Um expediente ser� aberto sobre o caso quando Castillo encerrar o mandato, pois agora o cargo lhe d� imunidade.

Valer foi eleito para o Congresso em 2021 pelo Renova��o Popular, mas foi afastado do partido por exigir que se respeitasse o resultado do segundo turno das elei��es presidenciais, vencido por Castillo, enquanto seus colegas denunciavam uma suposta "fraude" na vota��o.

Os seis meses de Castillo no poder t�m se caracterizado por disputas internas em seu governo e embates da direita radical, que tentou em dezembro abrir um processo de impeachment contra ele, que foi rejeitado pelo Congresso.

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