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Estado de Minas MIAMI

Cubanos de Miami superam limites do embargo para enviar mercadorias � ilha


04/02/2022 10:14

Maria � cubana e mora h� quatro anos em Miami, Fl�rida. Para enviar roupas e medicamentos a parentes em seu pa�s natal, ela comparece a uma ag�ncia de encomendas, um tipo de neg�cio onipresente na cidade e que consegue chegar no limite do embargo americano � Cuba.

As ag�ncias se adaptaram � medida imposta por Washington desde fevereiro de 1962. Por pre�os que oscilam entre 2,5 e 5 d�lares por libra (0,45 kg), enviam para a ilha caribenha - que fica 145 km ao sul da Fl�rida - todo tipo de produtos.

Em Miami, que tem a maior comunidade cubana dos Estados Unidos, v�rias pessoas como Maria recorrem a estabelecimentos similares para enviar uma ajuda essencial aos parentes em Cuba, que enfrenta a pior crise econ�mica em 30 anos.

"Fico feliz de poder ajudar meus pais e irm�os", afirma a contadora de 33 anos, triste com a situa��o em seu pa�s.

- Os buracos do embargo -

O bloqueio, como o governo de Havana chama o embargo, autoriza a exporta��o de alimentos e produtos agr�colas dos Estados Unidos para Cuba.

Tamb�m permite que cidad�os enviem uma vez por m�s produtos como rem�dios, roupas e dispositivos eletr�nicos, desde que as quantidades sejam ajustadas �s de um presente entre indiv�duos.

Dependendo dos produtos e do prazo de entrega, as ag�ncias enviam os pacotes por via mar�tima ou a�rea.

"Os navios s�o mais baratos, mas os produtos demoram no m�nimo tr�s meses a chegar ao destinat�rio", explica a gerente de um dos estabelecimentos, Ana (ela usou um pseud�nimo).

"Por avi�o demora por volta de 45 dias, mas depois depende das autoridades cubanas", afirma.

Algumas empresas de transporte mar�timo organizam envios peri�dicos a Cuba diretamente a partir dos Estados Unidos. Mas outras empresas transitam por outros pa�ses, como Panam� e M�xico, em uma forma de evitar o embargo.

"Ao fazer isso, estas empresas n�o t�m restri��es sobre o que pode ser enviado", diz John S. Kavulich, presidente do Conselho Econ�mico e Comercial Cuba-EUA. "S�o mais baratas porque t�m mais atividade e uma variedade maior de produtos dispon�veis".

- As "mulas" -

Ana afirma que sua empresa n�o recorre ao transporte mar�timo atrav�s de pa�ses terceiros e que, no que diz respeito aos envios a�reos, apenas trabalha com as companhias a�reas de passageiros que aceitem transportar carga em seus avi�es.

Ela admite, no entanto, que outras ag�ncias recorrem �s "mulas", pessoas que voam dos Estados Unidos para Cuba transportando todo tipo de produtos em sua bagagem, em troca de pagamento.

"Uma mula pode levar praa Cuba um micro-ondas para algu�m, roupas, rem�dios que exigem pedido m�dico, etc, e tamb�m dinheiro", explica Kavulich.

Mas o trabalho das "mulas", que tamb�m oferecem os servi�os a particulares, vai al�m da simples ajuda entre familiares e pode constituir uma esp�cie de canal paralelo de importa��o em Cuba.

"Enviam m�quinas de lavar, carburadores, pneus, xampus, esmaltes para unhas", cita Kavulich.

Uma pr�tica que as autoridades americanas muitas vezes fingem n�o perceber, destaca o especialista, e que, em Cuba, pode burlar a alf�ndega caso as quantidades n�o indiquem um uso comercial dos produtos.

- Acesso desigual -

H� alguns meses, quem deseja ajudar parentes em Cuba tem outra op��o al�m das ag�ncias de encomendas: supermercados online que enviam as compras para resid�ncias na ilha.

Uma das plataformas mais conhecidas � a Katapulk, fundada pelo empres�rio cubano-americano Hugo Cancio, com sede em Miami.

Apenas em novembro do ano passado, a empresa enviou para Cuba 83 toneladas de produtos a partir de Miami.

Kavulich destaca que os envios de mercadorias e dinheiro, seja por ag�ncias, "mulas" ou plataformas online, "aumentam a dist�ncia entre aqueles (em Cuba) que t�m acesso a amigos e familiares e aqueles que n�o t�m".

"E, politicamente, s�o uma recorda��o vis�vel do fracasso do governo cubano", resume.


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