O deslocamento de soldados foi imediatamente denunciado pela presid�ncia ucraniana como um meio de "press�o psicol�gica" do governo russo, que concentrou desde novembro mais de 100.000 soldados nas fronteiras da Ucr�nia.
O ministro das Rela��es Exteriores da Fran�a, Jean-Yves Le Drian, afirmou que as manobras s�o "um gesto de grande viol�ncia", enquanto a Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse que representam um "momento perigoso" para a seguran�a da Europa.
Em visita a Moscou, a chefe da diplomacia brit�nica Liz Truss pediu � R�ssia que retire as tropas mobilizadas nas fronteiras com a Ucr�nia para iniciar uma desescalada.
Seu colega russo, Serguei Lavrov, considerou "incompreens�vel" a preocupa��o dos pa�ses ocidentais com as manobras em Belarus.
Na v�spera do in�cio das manobras, o ex�rcito russo divulgou um v�deo que mostra sistemas antia�reos S-400 apontando seus m�sseis para o c�u em um campo coberto de neve na regi�o de Brest.
- Moscou alega opera��o de defesa -
A R�ssia � acusada de estar disposta a executar uma nova opera��o militar contra a Ucr�nia, ap�s a anexa��o da Crimeia em 2014. O Kremlin nega qualquer inten��o b�lica e afirma que deseja garantir sua seguran�a diante do que considera um comportamento hostil de Kiev e da Otan.
No plano diplom�tico, o chanceler alem�o Olaf Scholz receber� nesta quinta-feira em Berlim os l�deres dos pa�ses b�lticos, ex-rep�blicas sovi�ticas que integram a Otan.
O primeiro-ministro brit�nico, Boris Johnson, viaja para Bruxelas para se reunir com os funcion�rios da Otan e depois viajar� a Vars�via.
Os exerc�cios russo-bielorrussos "se desenvolver�o com o objetivo de se preparar para deter e repelir uma agress�o estrangeira como parte de uma opera��o defensiva", afirmou o minist�rio da Defesa russo.
Acrescentou que os exerc�cios militares prosseguir�o at� 20 de fevereiro em cinco campos militares, quatro bases a�reas e "v�rios pontos" de Belarus, particularmente na regi�o de Brest, na fronteira com a Ucr�nia
Os ex�rcitos russo e bielorrusso n�o revelaram o n�mero de soldados que participam nas manobras, mas o governo dos Estados Unidos afirmou que a R�ssia pretendia enviar 30.000 soldados a v�rias regi�es de Belarus.
O governo russo anunciou nesta quinta-feira a chegada � Crimeia de seis navios de guerra para os pr�ximos exerc�cios no Mar Negro, ao redor do sul da Ucr�nia.
- Di�logo entre "surdo e mudo" -
A tens�o provocou uma intensa atividade diplom�tica para buscar uma sa�da � crise. O presidente franc�s, Emmanuel Macron, visitou Moscou na segunda-feira e Kiev na ter�a-feira.
Macron disse ter recebido do presidente russo, Vladimir Putin, garantias de que n�o seria o provocador de um agravamento da crise e que as tropas atualmente concentradas em Belarus deixar�o a regi�o, como previsto, ap�s as manobras.
O ex�rcito ucraniano iniciou exerc�cios no territ�rio do pa�s, incluindo o uso de drones de combates turcos e m�sseis antitanques fornecidos por Reino Unido e Estados Unidos.
Um avi�o com 80 toneladas de muni��es americanas, d�cima carga de armas das �ltimas semanas, pousou na quarta-feira � noite em Kiev, segundo o ex�rcito ucraniano.
Em caso de ataque, os pa�ses ocidentais amea�am a R�ssia com fortes san��es econ�micas, que ser�o somadas �s impostas em 2014, ap�s a anexa��o da pen�nsula ucraniana da Crimeia.
Um conflito no leste da Ucr�nia entre o governo e separatistas apoiados pela R�ssia provocou mais de 13.000 mortes em oito anos, segundo a ONU, e continua apesar dos acordos de paz de 2015.
A R�ssia nega uma tentativa de desestabilizar o pa�s vizinho pr�-Ocidente e insiste que pretende estabelecer uma defesa diante da Otan, organiza��o a qual a Ucr�nia deseja aderir. As negocia��es continuam muito dif�ceis entre as duas partes, cujas posi��es parecem irreconcili�veis.
"Me decepciona que nossa conversa seja como a de um mudo com um surdo", lamentou Lavrov nesta quinta-feira, ap�s o encontro com a colega brit�nica.
Moscou exige o fim da pol�tica de amplia��o da Otan, o compromisso de n�o instalar armas ofensivas perto das fronteiras russas e o recuo da infraestrutura militar da Alian�a �s fronteiras de 1997, ou seja, antes de a organiza��o receber os ex-membros do bloco sovi�tico.
Os Estados Unidos, que enviaram refor�os militares para o leste europeu, rejeitaram as exig�ncias, mas deixaram a porta aberta para discuss�es sobre outras quest�es, como a instala��o de m�sseis ou a limita��o rec�proca das manobras militares.
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MOSCOU
R�ssia inicia manobras militares em Belarus em plena crise com a Ucr�nia
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