A fina s�tira ao capitalismo de Fernando Le�n de Aranoa conquistou as principais categorias, incluindo melhor dire��o, roteiro original e ator principal para Javier Bardem. Ficou, no entanto, longe do recorde de 20 indica��es, com o qual chegou a Val�ncia, sede, pela primeira vez, do mais importante festival do cinema espanhol.
"Vamos embora muito felizes", disse o cineasta madrileno, que compensou, assim, a decep��o de ter�a-feira, quando o filme ficou de fora dos indicados ao Oscar de melhor filme internacional.
Apesar de ter oito de seus int�rpretes indicados, o �nico vencedor foi Javier Bardem, grande favorito por seu trapaceiro e t�xico Julio Blanco.
Bardem compartilhou sua estatueta com a mulher, Pen�lope Cruz, que desta vez ficou sem aquele que teria sido seu quarto Goya de melhor atriz.
"Quero dedicar este pr�mio a Pen�lope, a mulher que amo, admiro e celebro todos os dias. Te amo, muito", declarou-se Javier, do palco, antes de fazer uma sens�vel homenagem a sua m�e, a atriz Pilar Bardem, falecida em julho.
"Com todo o cora��o, a uma mulher que me � luz, que me ensinou a viver, que me ajudou a sobreviver, que me ensinou o amor, a paix�o e o respeito por este belo trabalho", afirmou, emocionado.
Desta vez, por�m, a alegria n�o p�de ser completa, j� que os acad�micos escolheram o trabalho de Blanca Portillo, e n�o o de Cruz em "Madres Paralelas".
Muito querida pelo p�blico e ainda sem Goya at� ent�o, Portillo conseguiu sua primeira estatueta, gra�as � sua aplaudida atua��o como vi�va de uma v�tima do grupo separatista basco ETA, em "Maixabel". Dirigido por Ic�ar Bolla�n, o filme levou tr�s pr�mios.
Outro grande vencedor da noite foi "Las leys de la frontera", que somou cinco Goyas, incluindo melhor roteiro adaptado e ator revela��o.
- Quase como antes -
Com a queda dos indicadores da pandemia da covid-19, a Academia concebeu esta gala, que sa�a de Madri pela quinta vez, como um reencontro da fam�lia do cinema espanhol, ap�s a austera edi��o do ano passado. Nela, Antonio Banderas foi o anfitri�o s�brio de uma cerim�nia realizada de um teatro vazio em M�laga (sul) e com o pa�s ainda dominado pelo coronav�rus.
Desta vez, o clima foi muito diferente, chegando a lembrar, �s vezes, a t�o sonhada "antiga normalidade". Estavam de volta o nervosismo dos indicados, o tapete vermelho, a m�sica e os discursos ao vivo. Ainda assim, a m�scara se manteve obrigat�ria em um ambiente com capacidade inferior � dos outros anos.
Uma grande novidade da festa foi a entrega do primeiro Goya Internacional, que a atriz australiana Cate Blanchett ganhou das m�os de Pen�lope Cruz e de Pedro Almod�var. Em breve, eles trabalhar�o juntos no que ser� o primeiro longa em ingl�s do aclamado diretor espanhol vencedor do Oscar.
O pr�mio de melhor filme ibero-americano foi para o document�rio chileno "La Cordillera de los Sue�os", de Patricio Guzm�n. Com ele, o Chile se coloca como o segundo pa�s da regi�o com mais estatuetas, atr�s da Argentina, grande vencedora com 18 Goyas, desde que estes pr�mios come�aram a ser concedidos, em 1987.
VAL�NCIA