Pol�cia canadense det�m 70 manifestantes que se op�em a medidas sanit�rias

Em um intera��o tensa, mas sem confrontos, a pol�cia canadense prendeu 70 manifestantes nesta sexta-feira (18) em Ottawa e rebocou ve�culos em uma opera��o para dispersar protestos liderados por caminhoneiros contra medidas de combate � covid-19 que j� duram mais de tr�s semanas.

"At� as 15h00 (17h00 de Bras�lia) de hoje, prendemos 70 pessoas", confirmou o chefe de pol�cia, Steve Bell, em entrevista coletiva. "Os manifestantes foram acusados de crimes m�ltiplos e diversos, incluindo vandalismo."

Bell acrescentou que a opera��o ocorria "como planejado", mas levaria "tempo".

"Temos a situa��o no terreno sob controle e continuamos avan�ando para desobstruir nossas ruas", acrescentou, confirmando que n�o houve feridos.

Centenas de policiais se mobilizaram diante dos manifestantes que se recusavam a liberar as ruas do centro de Ottawa, apesar das in�meras advert�ncias e da proclama��o do estado de emerg�ncia contra um movimento que chegou a ser replicado em outros pa�ses.

Os policiais cercaram a �rea da manifesta��o e lentamente apertaram o cerco sobre os manifestantes, mas ainda n�o haviam chegado � avenida principal, ao redor do pr�dio do Parlamento.

V�rios manifestantes foram detidos, a maioria sem resist�ncia. As autoridades continuam a alertar os manifestantes de que devem sair das ruas se n�o quiserem ser presos.

Em algumas avenidas da capital, cobertas de neve rec�m-ca�da, foram removidos os primeiros ve�culos.

A Pol�cia reiterou em sua conta do Twitter o apelo aos manifestantes: "Devem ir embora. Devem parar toda atividade ilegal e imediatamente devem retirar seus ve�culos propriedades de todos os lugares de protesto ilegal. Qualquer um que estiver no local de um protesto ilegal pode ser preso".

Um dos l�deres do movimento, o militante de extrema-direita Pat King, foi preso no in�cio da tarde de sexta-feira quando deixava a cidade. Sua pris�o p�de ser vista ao vivo no Facebook Live.

Dois outros l�deres foram presos na noite de quinta-feira e devem ser apresentados � justi�a na sexta-feira.

Tamara Lich, que est� por tr�s do "comboio da liberdade", � acusada de ter incitado "a cometer crimes".

J� Christopher Barber � acusado pelo mesmo crime, assim como de ter incitado a desobedecer uma ordem judicial e atrapalhar o trabalho da pol�cia.

Alguns manifestantes afirmaram antes da interven��o policial que aguentariam at� o final.

Instalado desde o primeiro dia de protestos, Csaba Vizis afirmou estar pronto para "voltar para casa glorioso com o C�sar ou em um saco de cad�ver". "N�o tenho nada a perder, ou ganho isso ou morro", disse o caminheiro de 50 anos.

Em sua conta no Twitter, o movimento ainda tentava convocar a mobiliza��o: "Se voc� n�o concorda com os excessos ilegais e sem precedentes do governo, pare de fazer tudo o que est� fazendo e fa�a sua voz ser ouvida. Canadenses, seu pa�s precisa de voc�s."

- "Mantenham-se afastados" -

Inicialmente subestimado pelas autoridades, o movimento de protesto canadense come�ou no final de janeiro a partir de caminhoneiros que protestavam contra a obriga��o de se vacinarem para cruzar a fronteira com os Estados Unidos.

As demandas, no entanto, se estenderam depois � rejei��o de todas as medidas sanit�rias e inclusive ao governo de Justin Trudeau. Este �ltimo disse na quinta-feira que o movimento deixou de ser "pac�fico".

Pela primeira vez desde o in�cio do protesto, que acontece em frente ao Parlamento federal, este �ltimo permaneceu fechado nesta sexta-feira.

"A sess�o de hoje est� cancelada" por raz�es de seguran�a, anunciou o presidente da C�mara dos Comuns, Anthony Rota.

"Se voc� n�o est� (j�) presente nas instala��es da C�mara dos Comuns, mantenha-se afastado do centro da cidade at� novo aviso. Se j� est� dentro do edif�cio, permane�a dentro e aguarde instru��es", disse aos deputados.

Os legisladores deveriam debater a aprova��o de uma lei de medidas de emerg�ncia das 07h00 locais (09h00 em Bras�lia) at� meia-noite.

A c�mara analisa desde quinta-feira a implementa��o da Lei de Medidas de Emerg�ncia invocada por Justin Trudeau na segunda-feira para acabar com os bloqueios "ilegais" que se desenvolvem no pa�s.

A oposi��o conservadora questionou duramente a men��o dessa lei pelo governo.

"Nossa economia e nossa democracia combatem uma grave amea�a financiada com fundos estrangeiros", acusou nesta sexta-feira a vice-primeira-ministra e Ministra da Fazenda, Chrystia Freeland.

"N�o se pode permitir que esses bloqueios e ocupa��es ilegais usurpem a autoridade dos governos eleitos democraticamente", completou.

Freeland explicou na quinta-feira que a ativa��o da lei j� permitiu congelar as contas banc�rias de pessoas f�sicas ou jur�dicas vinculadas � manifesta��o.

Segundo o governo, os bloqueios fronteiri�os organizados pelos manifestantes custaram "bilh�es de d�lares � economia canadense."

Esses bloqueios, em particular o da ponte Ambassador, que conecta Ont�rio � cidade americana de Detroit, levaram Washington a intervir contra o governo de Trudeau.

A cidade de Ottawa, a prov�ncia de Ont�rio e todo o Canad� est�o em estado de emerg�ncia devido a esse movimento de protesto sem precedentes.