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Estado de Minas WASHINGTON

A quetamina se banaliza contra a depress�o nos EUA


20/02/2022 11:36

O uso de quetamina, um anest�sico e tamb�m uma droga psicod�lica, decolou durante a pandemia nos Estados Unidos como um tratamento autoadministrado para pessoas com depress�o, apesar do ceticismo em torno de sua efic�cia e dos riscos a longo prazo pouco claros.

Philip Markle, um nova-iorquino de 36 anos, luta contra a depress�o desde a adolesc�ncia. Ele tentou psicologia e v�rias drogas, incluindo outros psicod�licos como o LSD. Mas diz que apenas a quetamina lhe deu uma sensa��o de clareza e a capacidade de se aceitar melhor, ao contr�rio das melhorias muito breves experimentadas at� agora com outros tratamentos - e sem os efeitos colaterais de outras subst�ncias.

"Parece que, se h� uma droga que pode ser enviada pelo correio, se h� um psicod�lico que pode ajud�-lo a mudar sua vida por conta pr�pria, � esse", disse o comediante � AFP.

A quetamina j� era usada nos Estados Unidos para tratar depress�o, ansiedade ou dor cr�nica, mas os pacientes tinham que ir pessoalmente ao hospital para inje��es intravenosas.

Durante a pandemia, as restri��es sanit�rias levaram as autoridades a permitir que os m�dicos prescrevam medicamentos � dist�ncia, incluindo este psicotr�pico de reputa��o pol�mica.

As empresas, algumas j� especializadas em tratamentos cl�nicos, passaram ent�o � avalia��o de potenciais clientes, online, e ao envio de doses de medicamentos para pessoas consideradas boas candidatas.

Markle seguiu assim um protocolo de sua casa gra�as � Mindbloom, uma dessas start-ups.

Mas alguns especialistas, favor�veis � quetamina, temem que esse boom descontrolado possa levar a incidentes que levem as autoridades a voltar atr�s. Os estudos sobre o impacto m�dico deste medicamento a longo prazo s�o raros.

"Tem que ser implementado lentamente", disse Boris Heifets, professor de anestesiologia da Universidade de Stanford. "O risco � que voc� esteja lan�ando um band-aid em vez da solu��o, o que requer uma abordagem muito mais abrangente da sa�de mental".

A quetamina � um anest�sico do tipo "dissociativo" por seus efeitos alucin�genos, o que tamb�m a tornou uma droga popular em festas rave.

Outros psicod�licos, como o LSD e o MDMA, s�o classificados como sem uso m�dico e alto risco de abuso, embora estejam despertando interesse renovado por seu potencial para a sa�de mental.

Em novembro de 2020, o estado de Oregon legalizou o uso terap�utico da psilocibina. Mas o sistema legal que regular� seu consumo ainda est� em estudo.

Para as empresas que fornecem quetamina, por outro lado, n�o existem regras nacionais espec�ficas para esta subst�ncia.

"Se voc� olhar atentamente para o risco de abuso, voc� percebe que existe, � claro, mas tamb�m que criamos um protocolo de atendimento que o torna bastante improv�vel", garante Juan Pablo Cappello, chefe da Nue Life, start-up neste setor lan�ada h� um ano.

Por exemplo, os clientes devem ser supervisionados por uma "babysitter", outro adulto que os observa durante os aproximadamente 90 minutos que a sess�o dura.

Cappello tamb�m ressalta que quem quer apenas quetamina pode encontr�-la mais barata na rua. Se passarem pela Nue Life, ter�o que pagar US$ 1.250 por um pacote que inclui seis sess�es.

E o servi�o os incentiva a combinar a droga com sess�es tradicionais de psicoterapia. "O modelo de telemedicina � realmente mais seguro e eficaz para os pacientes, eu acho. Porque permite que uma variedade maior de pacientes se beneficie dessas terapias", argumenta o empres�rio, especificando que mais de 3.000 pessoas j� utilizaram seu servi�o.

De acordo com um estudo cient�fico, os tratamentos com quetamina intravenosa em cl�nicas - com doses mais altas do que as permitidas na telemedicina - ajudaram a maioria dos pacientes.

Mas cerca de 8% deles disseram que seus sintomas pioraram como resultado.

"Temos muito pouca informa��o sobre a efic�cia da quetamina em larga escala", sublinha Boris Heifets, que participou neste estudo.

Ele acrescenta que o risco de lit�gio jur�dico n�o deve ser descartado, porque "o p�blico americano quer acesso (�s drogas), mas tem uma toler�ncia extraordinariamente baixa ao risco e uma propens�o natural para resolver problemas na justi�a".


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