O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou nesta quinta-feira (24) a ofensiva, acompanhada de ataques a�reos, depois de reunir 180.000 soldados ao redor da Ucr�nia nas �ltimas semanas.
Moscou, que comanda um poder de fogo esmagador em compara��o com o da Ucr�nia, com poucas capacidades antia�reas, afirma que j� destruiu 74 instala��es militares, incluindo 11 aer�dromos, e os sistemas de defesa antia�rea da Ucr�nia.
Esses ataques atingiram a capital Kiev; a cidade de Kramatorsk (leste), que abriga o quartel-general do ex�rcito ucraniano; Kharkov, a segunda cidade do pa�s perto da fronteira russa; Odessa, de frente para o Mar Negro; e Mariupol, a cidade mais pr�xima da linha de frente.
"Os russos iniciaram uma fase de prepara��o do campo de batalha chamada 'shaping'", que consiste em "neutralizar todas as defesas antia�reas, bases a�reas, suprimir meios de guerra eletr�nica", entre outros, explica um oficial militar franc�s de alto escal�o, que pediu anonimato.
A R�ssia busca "ganhar superioridade a�rea antes de lan�ar manobras terrestres em larga escala de Belarus, Crimeia e do leste e conquistar as pontes", acrescenta o militar, para quem o objetivo de Moscou � "ocupar toda a Ucr�nia".
No terreno, soldados russos j� iniciaram incurs�es em dire��o a Kiev, mas tamb�m em torno dos territ�rios separatistas pr�-russos de Donetsk e Lugansk, cuja independ�ncia a R�ssia acaba de reconhecer.
- Guerra h�brida -
"No momento assistimos a uma r�pida campanha militar que procura dividir, cercar e destruir as for�as ucranianas atrav�s de v�rios ataques simult�neos lan�ados durante a noite" do norte, leste e sul, avalia Franz-Stefan Gady.
Para este especialista militar do Instituto Internacional de Estudos Estrat�gicos (IISS), sediado em Londres, "a R�ssia pretende concluir rapidamente o conflito".
"As for�as ucranianas est�o alinhadas ao longo da atual fronteira das chamadas rep�blicas [de Donetsk e Lugansk], nas trincheiras", acrescenta Fran�ois Heisbourg, assessor especial da Funda��o de Pesquisa Estrat�gica (FRS), em Paris.
No entanto, "a armadura russa parece querer cercar" esta �rea conhecida como Donbass "do oeste, vindo do norte". Paralelamente, entrando pela Crimeia, no sul, os russos tentar�o unir for�as para "isolar o ex�rcito ucraniano localizado em frente a Donbas, neutraliz�-lo e for��-lo a se render", diz a fonte militar francesa.
Em um movimento caracter�stico de conflitos "h�bridos", a ofensiva convencional da R�ssia foi precedida por uma extensa campanha de desinforma��o e uma s�rie de ataques cibern�ticos.
V�rios ataques lan�ados desde quarta-feira tornaram inacess�veis os sites de v�rios bancos e minist�rios ucranianos, incluindo o Minist�rio das Rela��es Exteriores.
Kiev atribui esses ataques cibern�ticos a operadores russos, o que Moscou nega. Os pa�ses ocidentais costumam acusar a R�ssia de lan�ar ataques cibern�ticos em grande escala.
Moscou parte do princ�pio de que os pa�ses da Otan n�o intervir�o para impedir sua a��o militar na Ucr�nia, que h� anos busca integrar essa organiza��o militar, segundo especialistas.
"75% das for�as terrestres russas est�o na Ucr�nia ou em seus arredores. Se eles temerem um ataque da Otan ou de um pa�s ocidental, Moscou n�o teria feito isso", segundo Gady.
O secret�rio-geral da Otan, Jens Stoltenberg, confirmou que a Alian�a n�o tem tropas na Ucr�nia nem planos para implant�-las naquele pa�s, embora tenha anunciado um refor�o das suas tropas nos pa�ses aliados vizinhos da R�ssia.
PARIS