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Estado de Minas NOVA YORK

Invas�o da R�ssia revela incapacidade da ONU para evitar conflitos

Especialistas analisam o enfraquecimento da ONU: 'As raposas s�o as guardi�s do galinheiro', diz Pamela Chasek, da Manhattan College


24/02/2022 17:16 - atualizado 24/02/2022 17:44

Reunião do Conselho de Segurança da ONU
Reuni�o do Conselho de Seguran�a da ONU (foto: David Dee Delgado/Getty Images/AFP)

A reuni�o do Conselho de Seguran�a na noite desta quarta-feira, na qual seus membros leram discursos preparados para pedir � R�ssia que n�o atacasse a Ucr�nia, quando uma invas�o j� estava em andamento, voltou a destacar a irrelev�ncia e incapacidade da ONU de impedir um conflito.

O pr�prio secret�rio-geral, Antonio Guterres, admitiu que "nunca acreditou" nas not�cias de uma invas�o iminente. Estava "convencido de que nada s�rio aconteceria. Estava errado", reconheceu.

A conversa mais tensa aconteceu entre o embaixador ucraniano, Sergiy Kyslytsya, e seu par russo, Vassily Nebenzia, que, ironicamente, ocupa a presid�ncia do Conselho de Seguran�a neste m�s. Para Kyslytsya, a rea��o da ONU � amea�a russa foi tardia.

"O Conselho de Seguran�a nunca resolveria essa crise", diz Richard Gowan, especialista em Na��es Unidas do grupo de reflex�o International Crisis Group. "Isso se deve ao poder de veto da R�ssia, al�m do simples fato de que o presidente Putin n�o se importa com a opini�o internacional ou a diplomacia".

Putin tenta "renegociar a ordem do p�s-Guerra Fria", nascido ap�s o colapso da Uni�o Sovi�tica, na d�cada de 1990, e a perda do controle dos pa�ses da �rbita sovi�tica na Europa Oriental, que aderiram � Uni�o Europeia e � Otan ou tentam faz�-lo, como � o caso da Ucr�nia, explica Trita Parsi, vice-presidente do Quincy Institute. No entanto, Putin n�o quer acabar com o Conselho de Seguran�a, pois ele continua sendo "muito mais valioso para a R�ssia do que para os Estados Unidos."

'Raposas guardi�s do galinheiro'

Nascida em 1945, ap�s o fim da Segunda Guerra Mundial, a ONU � uma das poucas institui��es que n�o passaram por uma reforma para se adaptar ao mundo multipolar atual, apesar das �rduas tentativas de pot�ncias emergentes, como Brasil, M�xico e �ndia.

"Durante anos, muitos governos e outros atores defenderam uma reforma do Conselho de Seguran�a. Mas como qualquer mudan�a na Carta das Na��es Unidas requer um voto da Assembleia Geral e do Conselho de Seguran�a – sujeito ao poder de veto – os avan�os na reforma estagnaram", observou Pamela Chasek, presidente do departamento de ci�ncia pol�tica da Manhattan College.

"As raposas s�o as guardi�s do galinheiro", por isso o Conselho de Seguran�a voltou "� sua paralisia da Guerra Fria", ressaltou a especialista. O poder de veto da R�ssia impede o Conselho de "aprovar uma resolu��o condenando a invas�o � Ucr�nia, autorizar san��es ou amea�ar com uma resposta militar".

Enfraquecimento

A isso se soma a fragilidade da secretaria-geral, diz Trita Parsi, destacando que "os esfor�os de media��o do secret�rio-geral teriam sido levados a s�rio h� 20 anos. Atualmente, ningu�m percebe a sua aus�ncia, porque ningu�m tem a menor expectativa de que o secret�rio-geral da ONU possa desempenhar esse papel", o que diz bastante sobre o "enfraquecimento que as estruturas sofreram" na ordem nascida no fim da Guerra Fria.

"O que a R�ssia faz a est� debilitando ainda mais, mas a R�ssia n�o poderia t�-lo feito se a ONU n�o tivesse se enfraquecido significativamente", explicou Parsi.

A Carta da ONU n�o prev� nenhuma exclus�o se algum dos seus membros provocar uma guerra. Apenas o n�o pagamento da contribui��o de um membro pode levar � perda do seu direito ao voto.

Vota��o de sexta

Est� marcada para esta sexta-feira a vota��o, fadada ao fracasso, de uma resolu��o condenando a invas�o � Ucr�nia, apresentada pelos Estados Unidos e pela Alb�nia. � prov�vel que acabe na Assembleia Geral, que agrupa 193 pa�ses. Mas ao contr�rio do Conselho de Seguran�a, suas resolu��es n�o s�o vinculantes.

Em 2014, por motivo da anexa��o da Crimeia, ocorreu um cen�rio semelhante. A R�ssia vetou um projeto de resolu��o de condena��o e o texto recebeu 100 votos a favor na Assembleia Geral, maioria m�nima. Oito anos depois, a Crimeia continua sob controle russo, apesar de a sua anexa��o n�o ter sido reconhecida pela comunidade internacional.


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